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CONGRESSO. Depois da PEC da Previdência, ideia é enviar ao plenário a discussão da Reforma Tributária

Hildo Rocha (D) é o presidente da Comissão Especial da Reforma Tributária – que pode chegar ao plenário da Câmara já em outubro

Por PAULA BITTAR (texto) e CLEIA VIANA (foto), da Agência Câmara de Notícias

A Comissão Especial que analisa a reforma tributária (PEC 45/19) poderá fazer uma série de reuniões em agosto e setembro para votar um texto a ser enviado ao Plenário em outubro.

Entre as reuniões a serem feitas, estão audiências com governadores, prefeitos e secretários de Fazenda. O Conselho Nacional de Secretários de Fazenda (Consefaz) fechou questão quanto aos pontos que pretende mudar na proposta.

O texto de reforma tributária já aprovado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) acaba com três tributos federais – IPI, PIS e Cofins. Extingue também o ICMS, que é estadual, e o ISS, municipal. Todos eles incidem sobre o consumo. No lugar, é criado o Imposto sobre Operações com Bens e Serviços (IBS), de competência de municípios, estados e União, além de um outro imposto, sobre bens e serviços específicos, de competência apenas federal. O tempo de transição previsto é de dez anos.

Menos poder para a União
Segundo Rafael Fonteles, presidente do Consefaz, os secretários de Fazenda querem, por exemplo, que o Comitê Gestor do novo imposto seja gerenciado apenas por estados e municípios, sem a participação da União.

“A questão da autonomia dos estados e municípios com a presença deles apenas no Comitê Gestor foi aprovada, com a possibilidade de cada estado e cada município definir a sua alíquota – claro que com a previsão de alíquota mínima, que ainda não foi definida, mas apenas uma metodologia para isso. Isso foi um ponto já acordado”, afirmou.

Essas modificações poderão ser feitas por emenda à proposta na Comissão Especial, para aproveitar a atual tramitação do texto e evitar que uma nova proposta tenha que recomeçar todo o processo na CCJ.

O secretário de Fazenda de São Paulo, o ex-ministro Henrique Meirelles, destacou a união dos estados brasileiros em torno das mudanças.

“Grande parte das distorções hoje se dão nos impostos estaduais e a guerra fiscal é fundamentalmente uma questão estadual, e o mais importante: os estados entenderam isso, já estão de acordo e hoje não existe aqui nenhum desacordo, ninguém que discorda de se fazer a reforma que vá alterar, também simplificar e consolidar os impostos estaduais e acabar com a guerra fiscal. ”

O presidente da Comissão Especial da Reforma Tributária, deputado Hildo Rocha (MDB-MA), quer fazer audiências em agosto e setembro, para que a comissão encerre seus trabalhos em outubro.

“Estamos querendo ver se até o mês de outubro se conclui a análise da proposta do [deputado] Baleia Rossi (MDB-SP), baseada no estudo do Bernard Appy, para que a gente possa entregar ao plenário para votar. ”

Entre os pontos que deverão ser alvo de debates na Comissão Especial estão a impossibilidade de concessão de incentivos fiscais com o novo sistema tributário, um tratamento diferenciado para a Zona Franca de Manaus e a inclusão de serviços digitais no novo imposto.

Além da que está em análise na Câmara, o Senado também avalia uma proposta sobre o tema, que tem como base texto do ex-deputado Luiz Carlos Hauly e acaba com mais tributos, e o Executivo poderá enviar ao Congresso uma terceira opção de reforma tributária.

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Um Comentário

  1. Bastante difícil a tramitação. Há que se ficar de olho bem aberto, aparentemente é previsto a criação de um ‘fundo de compensação de perda de receitas’ e um ‘fundo de desenvolvimento regional’. Este último será disponibilizado somente para os ‘estados pobres’, ‘estados ricos’ ficarão somente com a conta. RS é considerado ‘estado rico’.
    Dizem as más línguas que depois viria a reforma política. Patrocinada por Tasso Jereissati e Simone Tebet uma PEC instituindo o parlamentarismo. Pessoal do judiciário faria a proposta de voto distrital já para o ano que vem. Boatos são muitos.

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