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EDUCAÇÃO. Entidades de professores, técnicos e estudantes protestam por visita do ministro à UFSM

Milton Ribeiro estará no campus nesta quarta-feira, para inauguração de obras

Foto da Central de UTIs do Hospital Universitário-Ebserh, quando ainda estava em obras (foto Arquivo/Divulgação Ebserh)

Por Fritz R. Nunes, da Assessoria de Imprensa da Seção Sindical dos Docentes da UFSM

Foi com um sentimento de indignação que as direções de algumas das principais entidades que representam os segmentos da UFSM receberam a notícia de que o ministro da Educação do governo Bolsonaro, Milton Ribeiro, estará em Santa Maria nesta quarta, 12, para inaugurar obras na instituição. Junto à reitoria, a informação é de que o convite é protocolar, faz parte da hierarquia, e foi feito ainda durante a visita do vice-presidente Hamilton Mourão, em 2019, e só confirmado recentemente, pelo atual ministro. No entanto, mesmo com essa justificativa, a visita é criticada.

Para o diretor da Sedufsm, professor Leonardo Botega, o que o ministro deveria vir fazer é “prestar esclarecimentos sobre os quase R$ 5 bilhões a menos no orçamento para a educação, sobre as perseguições que colegas estão sofrendo por criticarem o governo e sobre os constantes ataques à autonomia universitária”. E complementa: “Que não venha com o discurso de ocasião da educação como serviço essencial, cujo único objetivo é jogar a comunidade acadêmica num matadouro.”

Clovis Senger, da coordenação do Sindicato dos Técnicos de Nível Superior (Atens), afirma que, no entendimento da entidade, a visita é descabida e o ministro não é bem-vindo. “É público que esse governo não dá a mínima atenção para a universidade pública, basta olhar o orçamento das universidades públicas brasileiras, que neste ano de 2021, voltou aos patamares de 2004, quando essas instituições tinham um número infinitamente menor de alunos”. Senger diz que, mesmo considerando uma visita desnecessária, entende que seria importante que a Administração Central aproveitasse para cobrar do ministro a solução para o corte de verbas.

“É muito triste ver um ministro da Educação, que faz parte de um governo que está realizando um desmonte descarado nas universidades e nos institutos federais, vir inaugurar obras”, afirma o coordenador geral do Sinasefe em Santa Maria, José Abílio Freitas. Segundo ele, o que se percebe é que “nesse sucateamento e nessa precarização há uma clara demonstração do atual governo federal de que a universidade não é necessária. E isso é feito mesmo se tendo clareza de que a universidade e o serviço público foram fundamentais durante esse período de combate à pandemia”, destaca.

Luiz Eduardo Boneti, da coordenação do DCE/UFSM, avalia que “por mais que seja protocolar (a visita), é muito estranho recepcionar ministros de um governo que não apenas não tem comprometimento com as Universidades, mas também implementa uma política de destruição destas”. Conforme o estudante, as universidades têm sido o alvo preferencial, tanto que, “já iniciado maio, ainda não foi sancionado o orçamento para 2021, e mesmo quando for, já virá com um grande corte, de cerca de 18%”.

Na avaliação do integrante do DCE, “a cada ano, os investimentos são menores, e mesmo com o cenário mostrando que defender a Universidade Pública é defender a ciência e consequentemente defender a vida, eles (governo) não se furtam em promover ataques. É falta de dinheiro, que cada vez encurta mais, são ataques à produção universitária de forma a deslegitimar o que é produzido aqui”. E, não bastando isso, diz Boneti, “ainda passam por cima da autonomia universitária, com a nomeação de interventores, que mesmo não eleitos, são nomeados por Bolsonaro, que tem compromisso único em promover a agenda bolsonarista dentro das Universidades”.  Apesar do momento crítico para a realização de atos e protestos (devido à pandemia), o estudante afirma que “é cada vez mais necessário a mobilização de toda a comunidade contra esse governo e suas políticas.”

Abaixo-assinado contra “inimigo da Educação”

O DCE da UFSM está promovendo um evento virtual intitulado “Inimigos da Educação não são bem-vindos à UFSM”. Através da página no Facebook, a entidade promove um abaixo-assinado cujo objetivo é repudiar a vinda da autoridade do governo federal à instituição…”

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