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Ana Aurora do Amaral Lisboa (1860-1959) – por Elen Biguelini

Uma poetisa gaúcha de ideias e posições muito claras e que morreu longeva

A poetisa nasceu em 24 de setembro de 1860, na cidade de Rio Pardo, no Rio Grande do Sul.

Filha de Joaquim Pedro da Silva Lisboa (1823-1884) e Maria Carlota do Amaral (1824-1891). Estudou na Escola Normal de Porto Alegre, e se tornou professora. Fundou uma escola junto com duas de suas irmãs, Zamira e Carlota, e escreveu textos políticos. Viveu com estas mesmas irmãs após a morte de sua mãe. Após a aposentadoria como professora, nos anos de 1940, já cega, viveu primeiramente através do auxílio de ex-alunos e depois com uma pensão estadual.

Após a prisão de seus irmãos, em decorrência da Revolução Federalista, durante o ano de 1894,  prostou-se a mão armada junto a duas irmãs e outras mulheres, no comércio de um major chamado Antero Fontoura, a quem culpava a prisão dos irmãos, e o ameaçou. Atirou, mas foi impedida de ir à frente pelos presentes. Alegou defesa da honra familiar como justificativa para o crime (Conforme processo apresentado na tese de Eduardo Finger, 2020).

Faleceu solteira em 22 de março de 1959, beirando os 100 anos de idade.

Seu pai escreveu uma autobiografia, titulada “Vida de Joaquim Pedro da Silva Lisboa” (publicado em 1944).

Sobre sua atuação na Revolução Federalista, bem como sobre suas opiniões políticas, recomendamos a dissertação de Eduardo Finger, que foi defendida em 2020.

Assinava como “Aura Lis”.

Obras:

“ Preitos à liberdade” (1900), Poesias. Trechos de alguns poemas na tese de Eduardo Finger, pg 105.

“A Calúnia” (1931)

“A Minha defesa” (1895), autobiográfico. Coletânea de artigos no periódico “O patriota”.

“A mulher e sua missão na sociedade” (1894). Periódico “A reforma”.

“A prisão e a Escola”, primeiramente no “Almanaque Literário” em 1889. Trecho na tese de Eduardo Finger, pg 45.

“Minha ambição”. (1876). Poesia. Encontrada na dissertação de Eduardo Finger, pg 38.

“Theatro” (1931), cinco peças de teatro.  Entre eles a peça “A culpa dos pais”:

 não saber ler (1916)

Textos políticos nos periódicos “Jornal Gaspar Martins”, “A Federação”. 

Textos em “Almanack Literario e Estatístico do Rio Grande do Sul”, “O conservador” e “Almanaque Popular Brasileiro”.

Trechos de sua correspondência pessoal podem ser encontrados na dissertação de Eduardo Finger.

Referências

“Ana Aurora do Amaral Lisboa”. In. Wikipedia. Acesso via https://pt.wikipedia.org/wiki/Ana_Aurora_do_Amaral_Lisboa

Finger, Eduardo. “‘Arodorosa maragata’: a aturação polícia de Ana Aurora do Amaral Lisboa em Rio Pardo- RS (1890-1920)”. Dissertação (Mestrado em História) – Universidade do Vale dos Rios dos Sinos . São Leopoldo, 2020.  Acesso via http://www.repositorio.jesuita.org.br/handle/UNISINOS/9553

Lopes de Oliveira, Américo. “Escritoras brasileiras, galegas e portuguesas”. s.l. Tipografia Silva Pereira, 1983, 102.

“Em 22 de março de 1952, falece Ana Aurora do Amaral Lisboa”. Acesso via https://nucleopiratininga.org.br/em-22-de-marco-de-1952-falece-ana-aurora-do-amaral-lisboa/

(*) Elen Biguelini é doutora em História (Universidade de Coimbra, 2017) e Mestre em Estudos Feministas (Universidade de Coimbra, 2012), tendo como foco a pesquisa na história das mulheres e da autoria feminina durante o século XIX. Ela escreve semanalmente aos domingos, no Site.

Nota do Editor. A imagem de Ana Aurora do Amaral Lisboa, aqui utilizada, é uma ilustração obtida na internet.

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