Arquivo

Eleições 2008. As razões por que Schirmer e Pimenta querem tanto ser prefeito de Santa Maria

A pedidos, reproduzo a seguir a análise que publiquei na manhã desta terça-feira, sobre os motivos pelos quais os deputados Cezar Schirmer, do PMDB, e Paulo Pimenta, do PT, desejam vencer a eleição para a prefeitura municipal, em 2008. As motivações, você perceberá, são também de fundo estratégico. Quase como uma retomada da trajetória de ambos. Ah, para quem já leu, sugiro a releitura. Inclusive porque fiz alguns ajustes no texto que, suponho, o tenham mais inteligível, além de ter acrescentado uma sugestão de leitura, lá no final. Confira:

 

 

“É o jogo. Por que Schirmer e Pimenta querem tanto vencer em SM. É uma questão de estratégia

 

O horizonte de uns não chega à esquina. Os de outros, à quadra seguinte. Há, também, os que imaginam o futuro próximo, ou distante, na comuna. Ou, quem sabe, no Estado. Muito mais remotamente, escondido no cantinho do coração, no País. No Palácio do Planalto, inclusive, como você poderá conferir nas sugestões de leitura, lá no finzinho do texto.

 

Assim são os políticos. Eventualmente, é necessário um recuo, para a retomada necessária logo adiante. Afinal, o objetivo estratégico não pode ser perdido de vista. Exemplo? Dois. E bem pertinho. A parte o fato de Cezar Schirmer sempre ter dito, com absoluta e nunca negada sinceridade, que tem o sonho de ser o prefeito de Santa Maria, já foi também candidato ao mesmo cargo em Porto Alegre. Aliás, em excelente campanha, chegando ao segundo turno. E também concorreu a uma cadeira no Senado, perdendo por centímetros (ou meia dúzia de votos) para Emília Fernandes (alguém sabe onde ela anda?), do PTB (e mais adiante do PT).

 

O que isso significa? Ora, o óbvio: chegar ao máximo possível em sua carreira política. E, nesse sentido, ser prefeito da boca do monte, o que tentará pela terceira vez em 2008 significa a retomada do caminho – para além do sonho sincero a que me referi. Por quê? Pela singela razão de que foi derrotado no último pleito disputado, para a Câmara Federal. Ele é o primeiro suplente – e titular na ausência de Osmar Terra, que preferiu ser secretário estadual de Saúde. E vê circunstâncias muito complicadas para reeleger-se em 2010. Então, vencer a eleição municipal, a par do sonho, significa refazer a estrada. Faz sentido. E é assim que também se faz política.

 

O outro exemplo, você já deve ter percebido, é Paulo Pimenta, do PT. Estava em ascensão fulminante na política interna de sua agremiação. Houve quem imaginasse, inclusive, que o próximo passo seria uma candidatura ao Senado. Ou, por que não, a vice-governança. Para isso, tornava-se fundamental uma presença visível (aos olhos do conjunto dos gaúchos, não apenas aos santa-marienses) aos eleitores do Estado.

 

Conquistou com relativa facilidade duas eleições para a Câmara Federal. Mas cometeu um erro – que ele próprio reconheceu, de público – ao buscar provas com o indiciado (no conhecido caso da conversa na garagem da Câmara, com o notório Marcos Valério), que mais tarde tornou-se réu.

 

É verdade – e isso poucos dizem, menos ainda escrevem – que se o método não foi adequado, as razões estavam todas claras. Como o noticiário, mesmo que constrangido, está mostrando agora, passados dois anos, quando surge o chamado “mensalão tucano”, que teve Minas Gerais (de Valério, Eduardo Azeredo e Aécio Neves) como registro geográfico.

 

Enfim, houve uma pedra no meio do caminho. Pimenta reelegeu-se com folga. Mas algum desconforto. Faltava algo. O reconhecimento público. É o que motiva, pensa este (nem sempre) humilde repórter, o aparente recuo, com a busca pela Prefeitura. Que ele preza (como Schirmer e talvez seja o caso de José Farret – que, porém, não tem objetivo estratégico diferente do Centro Administrativo Municipal), politicamente.

 

A vitória em sua casa, se acontecer, é o recomeço. Numa trajetória que, na cabeça dele, tem começo, meio e fim. Mas que, ao observador das coisas locais, é óbvio, necessita de correção de rota. Daí a tentativa de conquistar outra vez os eleitores da boca do monte. Como novo ponto de partida. Ou, em perdendo, uma salutar releitura de uma carreira que tende a ser brilhante.

 

Ok, ok, ok. Ninguém precisa concordar. Mas eis, para mim, as razões legítimas pelas quais Schirmer e Pimenta tanto querem, e justificadamente, ocupar o lugar de Valdeci Oliveira. Por razões outras, que merecerão avaliação oportunamente, também talvez seja o desejo de José Farret (que já provou dessa vitória) e Jorge Pozzobom – que avalia a possibilidade de fazer uma primeira tentativa. Afinal, um dia isso acontecerá. Agora? Quem sabe…

 

SUGESTÕESDE LEITURA – confira aqui o artigo “Dilma articula candidatura à sucessão de Lula”, na coluna “Brasília Online”, assinada por Kennedy Alencar, na Folha Online.

Sobre a história das listas, e o problema enfrentado por Paulo Pimenta em meio ao mandato anterior,além de sua posição atual sobre o “mensalão mineiro”, é interessante ler a entrevista  (“Walfrido está insustentável”) que o santa-mariense concedeu à revista IstoÉ que está nas bancas.

Artigos relacionados

ATENÇÃO


1) Sua opinião é importante. Opine! Mas, atenção: respeite as opiniões dos outros, quaisquer que sejam.

2) Fique no tema proposto pelo post, e argumente em torno dele.

3) Ofensas são terminantemente proibidas. Inclusive em relação aos autores do texto comentado, o que inclui o editor.

4) Não se utilize de letras maiúsculas (CAIXA ALTA). No mundo virtual, isso é grito. E grito não é argumento. Nunca.

5) Não esqueça: você tem responsabilidade legal pelo que escrever. Mesmo anônimo (o que o editor aceita), seu IP é identificado. E, portanto, uma ordem JUDICIAL pode obrigar o editor a divulgá-lo. Assim, comentários considerados inadequados serão vetados.


OBSERVAÇÃO FINAL:


A CP & S Comunicações Ltda é a proprietária do site. É uma empresa privada. Não é, portanto, concessão pública e, assim, tem direito legal e absoluto para aceitar ou rejeitar comentários.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo