BASTIDORES. Hang e o silêncio dos inocentes, uma alfinetada na Feicoop, ameaça a um edil, Sobe/Desce
Por MAIQUEL ROSAURO (com fotos de Divulgação), da Equipe do Site
O sábado (9) foi tão agitado no meio político santa-mariense que merece um Bastidores em pleno domingão de Romaria da Medianeira. E teve de tudo: críticas à universidade pública, alfinetada em feira de pequenos produtores e até ameaça a um vereador nas redes sociais.
Havan
No início da manhã, Luciano Hang inaugurou uma filial da loja Havan na Avenida Hélvio Basso, e não demorou para pipocarem no Facebook vídeos do polêmico empresário dizendo que jamais colocaria seu filho em uma universidade pública, pois, segundo ele, o jovem se tornaria um comunista. Também deu a entender que instituições federais formam zumbis e idiotas.
Ele também rasgou elogios à Antonio Meneghetti Faculdade (AMF), localizada no distrito Recanto Maestro, em Restinga Sêca.
“A AMF é faculdade dos meus sonhos”, disse o empresário.
Confira no vídeo:
Havan II
Ainda pela manhã, ocorreu no Centro Desportivo Municipal (CDM) a cerimônia de abertura da Feisma. No início do evento um assunto predominava no público: as declarações de Luciano Hang sobre a universidade pública.
Políticos e jornalistas que saíram da Havan e foram direto para a Feisma comentavam o caso em tom de indignação por razões óbvias: Santa Maria é a terra da UFSM.
Nas redes sociais a indignação foi maior, sobretudo, porque as declarações foram dadas em frente ao prefeito de Santa Maria, Jorge Pozzobom (PSDB), e a presidente da Câmara de Vereadores, Cida Brizola (PP), além de um punhado de parlamentares e secretários, e ninguém contrapôs.
Entre gerar novos empregos e a lutar pela dignidade, a impressão é de que as autoridades santa-marienses aceitaram em silêncio a primeira opção.
Alfinetada na Feicoop
Durante a inauguração da Feisma, o coordenador do evento, Luiz Fernando Pacheco, deu uma alfinetada na Feira Internacional do Cooperativismo (Feicoop). Em seu discurso, ele destacou que a Multifeira custa em torno de R$ 1,5 milhão e conta apenas com 16% de dinheiro público, sendo um motivo de orgulho por ser autossustentável.
“A gente conhece muitos eventos, não quero criticar, só estou comparando, evento que existe com muita destinação de dinheiro público e a gente não sabe se o evento é bom ou não é bom, a gente não sabe se ele tem apelo ou não, existe porque é financiado”, disse Pacheco.
Apesar de não ter citado a Feicoop, o recado era claro. Em meados do ano, o evento coordenado pela irmã Lourdes Dill foi alvo de inúmeras críticas por depender de recursos públicos para sua realização.
Ameaça
Os tucanos de Santa Maria seguem furiosos com a liberdade concedida ao ex-presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Uma das postagens ganhou um tom ameaçador.
“Já sabem, se estes vermelhos atravessarem meu caminho, bah, não vai dar coisa boa. Ainda mais que tenho um vereador deles atravessado na minha garganta e ele sabe (que) vai engolir cada grito que ele deu na tribuna perguntando quem era eu, mas tô nem aí agora. Cadeia só vale para os pretos e pobres, mas tô louco que ele passe no meu caminho!”, postou no Facebook Elton Chaves (PSDB), cargo de confiança na Administração Municipal.
O parlamentar do comentário é o líder da bancada do PT na Câmara de Vereadores, Daniel Diniz. Ambos já tiveram desentendimentos on-line e, há pouco tempo, o petista criticou Chaves na tribuna do Legislativo.
Sobe/Desce
O repórter signatário desta seção cometeu um erro na seção Sobe/Desce de sábado (8). O responsável pelas demandas do Shopping Independência é o vice-prefeito Sérgio Cechin (PP) e não o secretário de Desenvolvimento Econômico, Ewerton Falk (AQUI).
A “Ufsm deixou de ser Santa Maria”. Então, por favor, avisem os estudantes e seus familiares disso, pois a quantidade de estudantes querendo adentrar na nossa Ufsm é cada vez maior. Este jogo de poder, inescrupuloso, individualista que mistura tudo em um saco de gatos só serve para encobrir interesses particulares, privados. Os estudantes que estão na Ufsm, sabem o quanto a formação que recebem os abre portas e caminhos na vida. O resto é conversinha para boi dormir, de pessoas ressentidas que não conseguem entender o que significa estar em uma universidade publica e de qualidade, como no caso a nossa UFSM. E, chega de mimimi, que os vermelhos, os comunistas, os etc etc. Isso é conversinha que só serve para alguns poucos, para aplacar o ressentimento e dar uma falsa impressão se superioridade. Abraços no coração de todos, defendo a Ufsm e as universidades publicas de qualidade! Sigamos!
Sugiro ao ” Brando” que saia do anonimato! E não tem mistério nenhum a influência do macarthismo americano no Brasil e as transversalidades que ele sugere. Isso se chama colonialismo e penso, hoje, mesmo o riso pode ser consentimento. Coisa que não cabe mais nos dias atuais!!! Sim, vai além do cansaço. Dá repulsa!
Kuakuakuakuakuakua! Comer criancinhas é alusão ao Holomodor, a grande fome que os soviéticos impuseram a Ucrania e que resultou em canibalismo. Como o macarthismo americano virou uma ‘herança’ tupiniquim trinta anos depois e três mil quilômetros distante é um mistério. Kuakuakuakuakua!
Nos anos 80 se dizia que todo aquele que ousava pensar fora da caixa era ” vermelho”, comunista e comia criancinhas com batatas… herança do macartismo na década de 50 que perseguiu agressivamente muitos americanos, entre a paranoia e as teorias conspiratórias. Confesso que quando vejo esse tipo de alusão nos dias atuais me dá um cansaço…aff!
Teorias da conspiração não faltam no caso Molusco. Em 30 de setembro (perto desta data) MP manifestou pela progressão de regime do sujeito. O mesmo não quis sair. Dizem que ocorreram ‘negociações’ para que desocupasse a cela no Paraná. Quase um mês depois (28 de outubro) Toffoli marca o julgamento para o começo de novembro. Perguntam-se qual seria, se é que vai existir, a ‘compensação’ do STF, o que faria para não ficar com a imagem tão atingida.
Liberdade de expressão serve, dentro dos limites da lei, para falar inclusive o que os outros não gostariam de ouvir. Vermelhinhos não estão muito acostumados com isto porque parecem disco de vinil riscado, vivem repetindo sempre a mesma coisa. Como se alguém fosse mudar de idéia por este motivo.
Santa Maria é a terra da UFSM, mas há tempos que a UFSM não tem muito a ver com Santa Maria.
Feicoop recebe grana via apoio da prefeitura e emendas parlamentares (petistas geralmente) via UFSM (não se sabe o embasamento legal para isto). São fatos. Juízo de valor é livre.
Grande maioria não está nem aí para estes assuntos. Frequenta Feicoop, Multifeira e Havan. Falação que dá em nada.