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EDUCAÇÃO. Pesquisa que aponta a presença de 50% de estudantes negros em universidades é questionada

Por LUCAS REINEHR (texto) e IVAN LAUTERT (foto), da Assessoria de Imprensa da Sedufsm

Maria Rita: “É preciso estar atento para o que diz o relatório: ocorreram mudanças no perfil racial dos universitários, contudo as desigualdades permanecem e até mais graves

Recentemente, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) lançou a pesquisa “Desigualdades Sociais por Cor ou Raça no Brasil”, que revela um aumento no número de matrículas de estudantes negros em universidades públicas para 50,3%. Entretanto, para alguns professores, militantes e estudantes do movimento negro, a pesquisa não reflete a realidade das instituições de ensino e deve ser melhor analisada. A assessoria de imprensa da Sedufsm ouviu algumas pessoas que possuem proximidade com a temática, seja por militância, seja pela pesquisa quanto ao assunto.

João Heitor Silva Macedo, professor dos cursos de Ciências Humanas, Ciência Política e Direito da Unipampa, além de militante do movimento negro, analisa que a pesquisa carece de um olhar mais profundo, pois o contexto real das universidades não reflete esses dados. “Eu penso que nós temos que ter muito cuidado com a análise desses dados. Eles saíram agora, recentemente, e eu acho que carecem ainda de um aferimento e de um olhar bem crítico sobre essa realidade. Como professor de Ensino Superior, no momento, eu não consigo ver essa visibilidade ainda. Penso que pode estar se pensando e organizando um golpe para retirar as cotas do Ensino Superior”, afirma João Heitor.

A professora Maria Rita Py Dutra, doutora em Educação pela UFSM, afirma que a pesquisa deve ser analisada para além do dado referente às matrículas no ensino superior, pois é necessário levar em conta também outros aspectos da população negra. “É preciso estar atento para o que diz o relatório do IBGE: ocorreram mudanças no perfil racial dos universitários, contudo, as desigualdades permanecem e até mais graves, basta examinar alguns indicadores sociais: o desemprego atinge 64,2% de negros e 35,8% de brancos. O rendimento de pretos e pardos é de R$ 1.608,00, enquanto que dos brancos é de R$ 2.796,00. Os cargos de chefia são ocupados por apenas 29,9% de negros, enquanto que entre brancos é de 70,1%. Na distribuição de renda, negros representam 75,2% dos mais pobres e apenas, 27,7% dos mais ricos”, assinala a professora.

Ações afirmativas, mas com política de permanência

Os dados que viraram notícia nas últimas semanas se referem ao número de matrículas, entretanto, o ingresso na universidade nem sempre garante que os estudantes consigam se formar. De acordo com Laura Schutz, coordenadora de Combate às Opressões do Diretório Central de Estudantes (DCE) da UFSM, as ações afirmativas são extremamente importantes, porém, devem ser acompanhadas de políticas de assistência estudantil. “As ações afirmativas foram importantíssimas para a população negra no geral, isso faz com que essas pessoas tenham a esperança de conquistar uma vaga na universidade, faz com que elas consigam entrar nesse local que lhes foi negado. Porém, não basta termos só as cotas, precisamos ter uma política de permanência nas universidades para que não se tenha uma grande porcentagem de evasão de pessoas negras”, reitera a estudante de Serviço Social.

A estudante de Direito e integrante do ‘Coletivo Dandaras de Mulheres Negras’, Janine Menezes, comenta a importância do ingresso de estudantes negros na universidades, que contribui para mudanças nas vidas desses jovens. “A entrada e permanência de jovens negros e negras mostra que podemos estar onde jamais acreditaram que poderíamos chegar e eliminar inúmeros estereótipos que jovens negros têm que enfrentar todos os dias”, afirma Janine…”

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