Ministério. Sem ‘porteira fechada’, abre-se a caça aos cargos. É um “Deus nos acuda”

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, como você leu em nota imediatamente anterior a esta, fez nesta segunda-feira a primeira reunião formal com os integrantes do ministério para o segundo mandato. Nela, como se sabe, pregou a idéia de que as políticas são do governo, e não dos ministros. Mas, de forma subjacente, uma outra discussão já se estabeleceu, em função das palavras presidenciais.

É verdade que há um triunvirado, composto por Dilma Rousseff (Casa Civil), Walfrido dos Mares Guia (Relações Institucionais) e Paulo Bernardo (Planejamento), encarregado por Lula de mapear os principais cargos de segundo e terceiro escalão. E que, portanto, inclusive para não ter percalços inesperados, o próprio Presidente pretende chancelar as escolhas.

No entanto, ao dizer, na reunião, que não haverá ministério “de porteira fechada”, o Presidente deu o aval que ainda faltava, se é que faltava, para a abertura de uma verdadeira guerra pelos cargos intermediários, mas importantes, inclusive pelas verbas de que dispõem.

Há os notórios descontentes, como o PR, partido do ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento que, além de talvez não ter a gestão de Portos e Hidrovias, que será apartada para transformar-se em Secretaria Especial, corre o sério risco de perder cargos fundamentais, como a direção geral do Departamento Nacional de Infra-Estrutura – cujo titular, diz-se, será indicado pelo governador Blairo Maggi, do Mato Grosso.

Vamos combinar que, se não houver um mínimo de regras, o governo Lula corre o sério risco de enfrentar problemas além dos esperados, nessa segunda fase da montagem administrativa. E tudo por conta das palavras (e promessas) do próprio Presidente. Será, pode crer, um verdadeiro “Deus nos acuda” atrás das melhores posições. Eitcha!!!

SUGESTÕES DE LEITURA – confira aqui a reportagem “Não há porteira fechada’, diz Lula a ministros”, assinada por Tiago Pariz, da sucursal de Brasília do G1, o portal de notícias das Organizações Globo.

Sobre a reação dos aliados, conviria ler aqui outra reportagem, do mesmo jornalista, “PR quer agora ‘abrir porteira’ noutras pastas”