A crise tem nome: Bolsonaro e Paulo Guedes
Por PAULO PIMENTA (*)
O sofrível crescimento de apenas 1,1% do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro ano do governo neoliberal de Jair Bolsonaro não é nenhuma surpresa, já que resulta de um projeto totalmente equivocado e superado. O modelo tem como meta central favorecer o capital estrangeiro e o setor financeiro, com corte de investimentos e de direitos da população. Essas diretrizes elitistas colocam a economia numa camisa de força que gera desemprego e faz aumentar a pobreza e a descrença da população em dias melhores.
Afora o modelo cruel, as constantes crises criadas e retroalimentadas pelo capitão-presidente que se elegeu às custas de fake news e discurso de ódio, são um óbice aos investimentos. O capital não investe onde há instabilidade e incertezas. O cenário, portanto, é de desalento diante de tanta incompetência.
Este ano a economia brasileira deverá ter desempenho ainda pior que em 2019, já que além do despreparo da dupla Bolsonaro/Guedes, há uma turbulência da economia mundial agora agravada pelo surto de coronavírus seguida da crise do petróleo.
É bom lembrar que na crise de 2008, o então presidente Lula agiu com medidas anticíclicas que turbinaram a economia. À época, Lula disse que a crise chegaria aqui como uma “marolinha”- e, de fato, o Brasil sofreu pouco com o vendaval que varreu a economia mundial. Recordemos: o governo reduziu a meta de superávit primário, para sobrar mais recursos para investimentos em áreas importantes; lançou o programa Minha Casa, Minha Vida, considerando que a construção civil é setor de uso intensivo de mão de obra; as empresas estatais – como BB, CEF e Petrobras – foram instrumentos estratégicos da política econômica, com oferta de crédito e aumento de investimentos que impulsionaram a economia.
Na presente crise, o que vemos é um presidente pintando um quadro em Miami e um ministro da Economia totalmente perdido. Estão perplexos diante da desvalorização do real perante o dólar e insistem na tese manjada de que é preciso aprofundar as reformas. Ora, as reformas feitas, como a da Previdência e a trabalhista, não geraram empregos e renda, pelo contrário, aprofundaram as mazelas enfrentadas pelo povo brasileiro.
Hoje, o governo Bolsonaro torra as divisas acumuladas pelos governos de Lula e Dilma e, mesmo assim, o real já se desvalorizou 15,5% em relação à moeda americana, liderando o ranking mundial de desvalorização diante do dólar. Em 2019, houve saída líquida de U$ 44,7 bilhões, o maior volume de recursos retirados do Brasil em 28 anos.
Querem injetar dinheiro em banqueiros e rentistas, mas esses não ativam o comércio e a produção. É o povo, quando consome comida e outros itens é que faz a roda da economia girar. Os neoliberais não veem assim.
A oposição tem denunciado o modelo BolsoGuedes, demonstrando a fragilidade da suposta expansão econômica.
O PT tem propostas concretas para tirar o Brasil da crise. Uma delas é a de Reforma Tributária solidária, justa e sustentável, que procura diminuir a tributação sobre o consumo e aumentar sobre a renda e patrimônio. O PT também apresentou seu Programa Emergencial de Emprego e Renda e a Política de Valorização do Salário Mínimo, para gerar milhões de vagas de trabalho a curto e médio prazo.
Frente a crise, defendemos o fortalecimento do Estado e das políticas públicas, com mais investimentos voltados a melhorar e proteger a vida do povo.
(*) Paulo Pimenta é Jornalista e Deputado Federal, presidente estadual do PT/RS e escreve no site às quartas-feiras.
Observação do editor: A foto, uma reprodução obtida na internet, é do presidente e do ministro da economia: Jair Bolsonaro e Paulo Guedes, juntos.
O nobre deputado está com sérios problemas de amnésia.
Capsicum, o capcioso. Kuakuakua!