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ARTIGO. Paulo Pimenta, a pandemia, as ações para combatê-las e crítica à ‘irresponsabilidade do governo’

Coronavírus – A Hora da Responsabilidade

Por PAULO PIMENTA (*)

O que o povo brasileiro mais precisa neste momento é da responsabilidade de seus governantes e instituições. A responsabilidade que deveria partir de seu governo, estando impressa nas páginas do Diário Oficial de anteontem: liberando todos os recursos disponíveis para a saúde, represados pelo teto de gastos, imposto pela Emenda Constitucional 95. Calcula-se em R$ 20 bilhões, para que o Sistema Único de Saúde – o SUS – possa oferecer o atendimento e a proteção adequada aos cidadãos e cidadãs brasileiros.

Mais do que nunca nosso povo não pode ser visto apenas como consumidor capaz – ou não – de comprar serviços de saúde. Cada brasileiro e brasileira deve ser tratado como portador do direito inalienável ao atendimento da saúde pública.

Nossa tarefa prioritária deve ser a de mobilizar todas as forças que não se renderam à indiferença do governo do “salve-se-quem-puder”, para exigir um basta à incompetência e à improvisação. Para devolver ao país uma perspectiva de ações emergenciais, de curto, de médio e de longo prazo, com estratégias definidas, com começo meio e fim, capazes de nos conduzir à superação dessa calamidade que se abateu sobre o mundo, e que chega ao Brasil com muita força, apesar de todas as advertências.

Não serão com as medidas anunciadas por Paulo Guedes, ou pela mensagem presidencial ao Congresso, insuficientes e contraditórias, que faremos frente à pandemia. Bolsonaro/Guedes orientam suas ações pela preocupação de que “a economia não pode parar”, e não com as vidas em jogo, especialmente dos mais vulneráveis e desprotegidos da nação, como a população pobre, idosos, crianças, doentes crônicos e de uma parcela significativa de profissionais e trabalhadores que não terão a opção da reclusão ou da não exposição ao vírus, dentre outros.

O que ocorreu no último domingo, 15 de março, quando o presidente capitão, que acabara de chegar dos EUA, onde deixara um rastro de contatos diagnosticados com suspeita de contaminação pelo coronavírus, se dirigiu a uma manifestação que propunha o fechamento do Congresso e do STF, distribuindo selfies, abraços e apertos de mão aos seus apoiadores, não foi apenas mais um ato irresponsabilidade do presidente da república. Qualquer qualificação que se queira atribuir à participação do atual mandatário naquela manifestação não esconderá o fato: tratou-se do cometimento de um conjunto de crimes.

Há quem prefira defini-lo como um demente. Não é difícil. Ele contribui todos os dias para facilitar a tarefa. Sem negar essa evidência, talvez seja útil observá-la como um dos caminhos desejados por muitos dos que contribuíram para colocá-lo onde se encontra.

Do dia da posse até esta data, ele se empenhou em oferecer para quem quiser os argumentos: seus vínculos evidentes com o crime organizado nas milícias do Rio de Janeiro, o estímulo público ao motim de policiais militares no Ceará, a proteção da família ao Queiroz, o bandido de estimação que segue refugiado sem ser incomodado pela polícia federal de Sérgio Moro, os vínculos conhecidos e reconhecidos com o capitão Adriano, morto pela polícia baiana há pouco mais de um mês, além das obscuras relações com os assassinos de Marielle Franco.

Alguns setores políticos e da grande mídia agora ensaiam um afastamento em relação ao atual presidente da república sob o argumento de que se trata de um louco. Deixemos esse assunto para os especialistas.

Retirar o comando das ações sobre o coronavírus do Ministro da Saúde e entregá-lo a um general, descumprir as orientações dadas pela OMS e pelas equipes técnicas e científicas de seu próprio governo e dizer que o Ministro estimula a histeria só demonstra a gritante a irresponsabilidade do presidente, com o país, e com o que pode ocorrer com a maioria do povo brasileiro a partir do avanço rápido da pandemia.

Como apontou o imigrante haitiano, na porta do Palácio da Alvorada “Bolsonaro acabou! Não é presidente mais!” Mais do que nunca, cabe ao povo, às organizações populares, aos partidos que se opõem a este governo de liquidação nacional exigir políticas e ações efetivas voltadas à saúde e a proteção social, estabelecendo redes de solidariedade para fazer frente à epidemia.

(*) Paulo Pimenta é Jornalista e Deputado Federal, presidente estadual do PT/RS e escreve no site às quartas-feiras.

Observação do editorA foto, de entrevista coletiva de Jair Bolsonaro, ministros e presidente do STF, nesta quarta-feira, é de Carolina Antunes, da Agência Brasil.

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Um Comentário

  1. O Santamariense Paulo Pimenta aproveita essa hora dificil ,para toda a populaçao, para fazer criticas aos governos consttuidos democraticamente Se está faltanto verba, para fazer frente,a toda essa Pandemia ?
    Ele por certo entende as mais sé
    rias razoes disso!
    Em boa hora está pensando na fragilidade de noso SUS.

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