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ARTIGO. Débora Dias e o “Dia da Educação”. Uma reflexão vital, e não só nesse momento de pandemia

Educação

Por DÉBORA DIAS (*)

No dia 28 de abril é comemorado o dia da educação.  A educação é alicerce de tudo para o ser humano, entendo eu, e deve ser analisada não somente a formal, mas toda educação. E hoje, o que mais percebemos é falta de educação ou a (des)educação, estampada por políticos, influencer digitais, o pipoqueiro da esquina, enfim…a deseducação também é um vírus que se não cuidarmos pode atingir multidões. Por outro lado, impedir que se eduque de forma ampla e multidisciplinar é autoritário e antidemocrático. Toda discussão é valida, mas com EDUCAÇÃO.

A origem etimológica da palavra educação vem do latim, educare, que deriva de ex, que significa fora ou exterior, e ducare, guiar, conduzir. Literalmente então é conduzir ou guiar para fora, para o mundo exterior, para fora de si. Então, o dia 28 de abril é o dia para comemorar a educação e sejam quais forem nossas profissões, tivemos nesse caminho educação e, temos que ter compromisso com ela.

A educação é transformadora; somente através da educação podemos mudar conceitos, preconceitos, construir, edificar, transpor. E é em sentido diametralmente oposto que percebemos a valorização dos profissionais da educação, por excelência, os professores. Infelizmente, aos professores não são dedicados os melhores salários e a valorização dos quais são merecedores, como agentes construtores da sociedade.

Quando falamos em educação temos que ter uma visão mais abrangente e lembrar também que a pessoa é constituída de sua educação, mas não somente a formal, traz consigo a carga de todo seu aprendizado ao longo da vida, sendo as primeiras lições as que vem da família. E depois, da escola.  Refletindo sobre o dito, ultimamente vemos estampado na mídia, de um modo geral, um show de desinformação e falta de educação sobre diversos assuntos, como por exemplo, os cuidados que devemos ter de saúde em relação a COVID-19. Enquanto a OMS e o mundo direcionam e pautam suas orientações em cuidados mínimos, como o uso de máscara, temos o Presidente da República, em um péssimo exemplo, juntando-se a aglomerações e sem máscara (deseducação).

Dentro dessa análise, os educadores têm papel essencial e transformador na vida da criança/adolescente/jovem e não há assunto que não se possa discutir, de forma responsável dentro de uma escola, sem ideologias políticas, mas o debate e a formação dentro da escola devem estar pautados em todos os assuntos que permeiam a vida humana. Nesse aspecto, não se pode tolher o debate sobre temas que interessam ao desenvolvimento saudável da criança/adolescente.

A educação dentro de uma escola, de diversas maneiras e com profissionais qualificados, deve colocar em voga assuntos da vida real, do que eles (educandos) vivenciam, veem falar, veem na mídia e não podemos ignorar que tantas informações os atropelam e angustiam, na mesma proporção que os (des)informam. Assim, falar em violência doméstica, bullying, abuso sexual, direitos humanos, violência de gênero, etc…

Por isso, recentemente o Supremo Tribunal Federal derrubou a Lei nº  1.516/2015, do Município de Nova Gama ( GO), em decisão no dia 25/04, referente a ação que foi levada pelo Ministério Público Federal. Essa é uma das 15 ações que tramitam referente ao movimento chamado “Escola sem Partido”.  A decisão foi no sentido de que o município não pode legislar a respeito de diretrizes nacionais de educação e ainda que contrariou os princípios constitucionais de igualdade de gênero, da educação plural e democrática e da laicidade do Estado.

É na escola que muitas vezes se percebe a identificação de gênero diversa da biológia, e essas crianças e adolescentes devem ser tratadas com respeito por todos. As crianças devem ter conhecimento sobre as premissas  básicas para se respeitar a diversidade;  isso é ser humano, ser humano não é robô, com manual, tem suas especificidades, suas diferenças e o respeito essas peculiaridades é que  nos torna também humanos. Já disse Immanuel Kant: “É no problema da educação que se assenta o grande segredo do aperfeiçoamento da sociedade”. Precisamos nos aperfeiçoar, não é isso? E nos aperfeiçoar quer dizer, respeitar, conduzir-se para fora de si, com respeito!

(*) Débora Dias é a Delegada da Delegacia de Proteção ao Idoso e Combate à Intolerância (DPICoi), após ter ocupado a Diretoria de Relações Institucionais, junto à Chefia de Polícia do RS. Antes, durante 18 anos, foi titular da DP da Mulher em Santa Maria. É formada em Direito pela Universidade de Passo Fundo, especialista em Violência Doméstica contra Crianças e Adolescentes, Ciências Criminais e Segurança Pública e Direitos Humanos e mestranda e doutoranda pela Antônoma de Lisboa (UAL), em Portugal.

Observação do editor: A imagem que ilustra este artigo é uma Reprodução de internet. Sem autoria determinada, ela foi extraída deste site: AQUI

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Um Comentário

  1. Algo positivo. Pandemia e crise econômica vão colocar este mimimi no lugar onde merece estar, na periferia dos debates.
    Segundo, vamos combinar, ano letivo foi para o vinagre. Rede pública está sem aula na sua grande maioria. Rede privada tem ensino a distancia na base do ‘é o que a casa tem para oferecer’. Logo ninguém reprova este ano e no ano que vem tem de novo.
    Educação no país é uma m. (mimimi é uma das causas). Um ano a mais ou a menos não fará diferença.

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