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COVID-19. Não há como ter vírus ‘democrático’ em sociedades que são desiguais, avaliam dois docentes

Historiadora Nikelen e geógrafo Faria, da UFSM, concordam: diferenças de classe determinam diferenças no enfrentamento à doença

Por BRUNA HOMRICH (com montagem sobre fotos de Arquivos Pessoais), da Assessoria da Sedufsm

Nikelen Witter, docente do departamento de História da UFSM, discorda dos estudiosos que hoje atestam o caráter democrático da COVID-19. Para ela, embora a doença afete todas as pessoas, é fato que as classes mais privilegiadas economicamente têm muito mais condições de enfrentarem-na devido ao acesso mais facilitado a uma alimentação de qualidade, a condições sanitárias e a hospitais, além de melhores condições para resistir a períodos de isolamento. Dizer, então, que a pandemia de coronavírus é democrática por afetar a todos da mesma forma seria um equívoco.

A mesma opinião é compartilhada por Rivaldo Faria, docente do departamento de Geociências da UFSM, coordenador do Núcleo de Pesquisa em Geografia da Saúde e integrante do Observatório de Dados da COVID-19. Para ele, o vírus não é democrático pois não existe em si mesmo. “É um vírus, um agente biológico que se socializou, tornando-se um evento social, geográfico, histórico, econômico. E como se socializou, vai refletir a própria produção social da história, do mundo, da política”, diz o professor, que traz alguns dados específicos sobre Santa Maria: em 2018, ele participou da elaboração de um indicador de pobreza na cidade, através do qual se verificou que quase 40% da população mora em áreas de vulnerabilidade social – especialmente ao redor da ferrovia e do Arroio Cadena, no Morro do Cechella e no bairro Santa Marta.

“Do ponto de vista do comportamento biológico e físico-químico, o vírus é o mesmo e os sintomas são os mesmos, mas uma coisa é o vírus atingir uma família de 10 pessoas vivendo em 3 ou 4 cômodos; outra coisa é atingir uma família de 3 pessoas morando num apartamento com uma boa sacada e dois banheiros. As condições de salubridade são muito diferentes entre as realidades. Seria um erro imenso dizer que o vírus é democrático porque atingiu a alta classe média e burguesa e também a classe pobre. Sim, ele vai se alastrar, mas a capacidade de resposta é muito diferente a depender das classes sociais e da localização das pessoas”, explica Faria…”

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