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CIDADE. Dados da Prefeitura indicam haver quase 5 mil novas famílias em situação de pobreza em SM

Banco de Alimentos já repassou 119 mil kg de alimentos a quem tem fome

Por Bruna Homrich / Da Assessoria de Imprensa da Seção Sindical dos Docentes da UFSM (Sedufsm)

Banco registra que constantemente há novas entidades santa-marienses solicitando o cadastramento para repasses de alimento (Foto Facebook/Reprodução)

Dados fornecidos pelo secretário de Desenvolvimento Social do município de Santa Maria, João Chaves, indicam que a cidade tem, hoje, quase cinco mil novas famílias no Cadastro Único (banco de dados sobre as famílias em situação de pobreza e extrema pobreza). “Passamos de pouco mais de 8 mil famílias recebendo o auxílio Brasil para mais de 13 mil famílias”, informou. Os dados são referentes ao último mês de junho. Outro número que também aumentou, segundo o gestor, foi o de pessoas realizando a autodeclaração de renda zero – ou seja, declarando que não possuem qualquer tipo de renda, seja formal ou informal.

Marcos Delgado, integrante da direção do Banco de Alimentos de Santa Maria, comenta que constantemente há novas entidades solicitando cadastramento junto à organização (o Banco reúne doações e posteriormente as repassa para uma série de entidades e iniciativas que desenvolvem ações de combate à fome na cidade). Essa maior procura das entidades explica-se tanto pelo fato de as doações isoladas terem caído, quanto pelo aumento de famílias necessitadas.

“[…] as alegações são a falta de empregos, em que pese termos notícias nas mídias de que há um crescimento de vagas de trabalho, mas as exigências de escolaridade ou de formação técnica são maior do que no período que antecedeu a pandemia, ou devido à redução da remuneração para estas vagas. Agregue-se a isto o aumento dos preços de muitos produtos, que fazem parte da cesta básica, em virtude da Guerra da Rússia contra a Ucrânia, reduzindo o poder de compras de muitas pessoas”, comenta o coordenador.

Até agosto de 2022, o número de alimentos repassados às pessoas em situação de pobreza extrema foi consideravelmente maior que os índices registrados durante os 12 meses dos anos anteriores.

“Talvez o crescimento dos repasses (este é o termo utilizado pelo Banco de Alimentos, pois recebemos doações de pessoas físicas e jurídicas e, através de mais de 70 entidades cadastradas, fazemos chegar às famílias em estado de insegurança alimentar) também esteja ligado ao preenchimento de uma lacuna deixada pelo poder público, mas o fato é que em 2019 o volume de gêneros alimentícios repassados foi de 70.046 kg; em 2020 chegou a 209.348 kg, em 2021 foram 262.572 kg e neste ano, até 12 de agosto já chegamos a 219.017 kg”, acrescenta Delgado.

Segundo dados oficiais, publicados no dia 4 de agosto de 2022, 20,2 milhões de brasileiras e brasileiros encontram-se em condição de vulnerabilidade social e recebem o Auxílio Brasil no valor de R$ 600.

Ocorre que o valor do Auxílio Brasil não vem acompanhando a alta dos alimentos e dos demais itens básicos à sobrevivência. Em abril deste ano, o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) constatou que 71,71% do salário mínimo de uma ou um trabalhador estava comprometido com a compra dos itens da cesta básica. E o valor do salário mínimo é superior ao valor do Auxílio.

A insuficiência dos programas de transferência de renda também se comprova nos dados divulgados pelo 9º Boletim Desigualdade nas Metrópoles, segundo o qual 19,8 milhões de pessoas estão na linha da pobreza nas metrópoles brasileiras. Só em 2021, 1,6 milhão de brasileiras e brasileiros ingressaram no grupo considerado de “extrema pobreza” (renda per capita mensal abaixo de R$ 160), que, até ano passado, já contabilizava 5,3 milhões de pessoas.

Na última sexta-feira, o site da Sedufsm PUBLICOU reportagem especial trazendo números do Boletim e também do Dieese acerca da fome, das desigualdades e da queda do poder de compra do salário mínimo. Na mesma matéria, foram apresentadas algumas das iniciativas que, por fora do Estado e de forma solidária e voluntária, tentam diminuir a angústia de quem sofre com a fome em Santa Maria. .

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