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SAÚDE. Pandemia aumenta casos de ansiedade e depressão nos brasileiros, os “campeões do mundo”

Por MILENA DIAS (com foto de Arquivo Pessoal), Especial para o Site (*)

Doutoranda em ciências fisiológicas, Francieli Guedes foi diagnosticada com ansiedade em 2013 em função de problemas pessoais e perda de pessoas próximas

Conforme a pesquisa realizada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil é o país com o maior número de pessoas ansiosas do mundo. São 18,6 milhões de brasileiros que sofrem hoje com essa doença, cerca de 9,3% da população. A ansiedade é caracterizada como um distúrbio de saúde mental e provoca sintomas como preocupação, medo, falta de ar, entre outros.

Francieli Guedes faz doutorado em ciências fisiológicas. Ela foi diagnosticada com ansiedade em 2013, após algumas crises em função de problemas pessoais e perda de pessoas próximas. A estudante explica que muitas vezes a ansiedade pode surgir por causa das inúmeras tarefas que um estudante precisa fazer. A obrigação de estar em dia com as aulas, com os conteúdos estudados, fazer comida todos os dias, cuidar da limpeza da casa e da roupa podem sobrecarregar as pessoas e acarretar em crises.

A jovem toma medicamento para depressão e déficit de atenção e vai ao psiquiatra a cada 60 dias. Além disso, tem acompanhamento com psicólogo uma vez na semana. A estudante conta que tenta se distrair ao máximo para evitar crises. “Na verdade, aprendi a lidar com as fases, porque sei que elas existem e no momento em que eu vivo não vou conseguir me livrar disso”, relata.

Para Francieli, a maior dificuldade é conseguir dar conta de tudo que quer ou precisa fazer no dia a dia. A doutoranda explica que a sociedade é pressionada a cada vez fazer e ser mais e melhor e ao mesmo tempo as pessoas sabem que podem fazer mais e melhor. Ela ainda dá um conselho para pessoas que sofrem do mesmo problema: “está tudo bem não dar conta, procrastinar um dia ou outro. É importante olhar pra dentro, se cuidar, ter amor-próprio e dar ênfase as coisas da vida que se tem controle”.

Segundo a psicóloga Alice Dias Pasche, existe uma diversidade de fatores genéticos, biológicos, psicológicos e psicossociais envolvidos no desenvolvimento deste transtorno no Brasil. “O cenário brasileiro para os transtornos de ansiedade inclui a situação econômica do país, os níveis de pobreza, desigualdade, desemprego e recessão. O que acaba fomentando a falta de diagnóstico, diagnóstico equivocado, falta de apoio, falta de suporte psicológico e pressão por alto rendimento, frequente em ambientes acadêmicos”, comunica.

A profissional informa que a pandemia do novo coronavírus afetou a saúde mental de muitas pessoas e pode ser um dos motivos do aumento da ansiedade no país. “O medo aumenta os níveis de ansiedade e estresse em indivíduos saudáveis e intensifica os sintomas daqueles com transtornos psiquiátricos preexistentes. Além de um medo concreto da morte, a pandemia tem implicações para outras esferas: organização familiar, mudanças nas rotinas de trabalho, isolamento, levando a sentimentos de desamparo e abandono”, clarifica.

De acordo com Alice, a ansiedade tem cura, mas é preciso tomar alguns cuidados. “Embora se trate de um problema crescente de saúde pública, que envolve diversos fatores, o transtorno de ansiedade tem cura, mas quando não tratado pode acarretar prejuízos para vida toda, por isso, é importante que as pessoas possam receber tratamento adequado”, aconselha.

(*) Milena Dias é acadêmica de Jornalismo da Universidade Franciscana e faz seu “estágio supervisionado” no site

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