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Anita caminha, a passos largos, para presidir a Câmara em 2006

Na última sessão plenária da Câmara de Vereadores em 2005, no dia 29, haverá a eleição para a próxima Mesa Diretora do Legislativo, com mandato de um ano. Ao contrário de anteriores, neste pleito, até prova em contrário, há quase nenhuma dúvida. O acordo que elegeu Júlio Brenner, no primeiro dia da atual Legislatura, deve ser mantido e ampliado – com a adesão de mais um voto (pelo menos). No caso, o de Ovidio Mayer, do PP. E, assim, Anita Costa Beber, do PP, deve ser a nova presidente.

Todas as conversas que têm surgido, na verdade, são mais murmúrios do que qualquer outra coisa. O que, em se tratando de Câmara, não é estranho, muito pelo contrário. A questão toda é que, ao longo do ano, forjou-se uma aproximação hoje muito difícil de desmanchar-se. Toldou-se a relação entre os oposicionistas – especialmente em relação a João Carlos Maciel e Tubias Calil, do PMDB, e Jorge Pozzobom, do PSDB, cujo comportamento algo ácido, eventualmente açodado, e quase sempre à beira da ira, não combina muito com o ambiente histórico do plenário. A parte as convicções do trio, de resto respeitáveis, o fenômeno acabou afastando-o dos demais oposicionistas. Para isso contribuiu, no caso dos peemedebistas especialmente, os conflitos internos da própria sigla.

Por isso, não é inviável afirmar que até que a oposição gostaria de unir-se. Falta-lhe, porém, algo fundamental num pleito. Ele mesmo, sua excelência o voto. Não é por outra razão que o grupo, exceto a trinca, buscou (ou foi buscado, isso não está claro) uma composição que desse à Câmara uma direção mais ampla. E, até onde foi possível apurar, as concessões solicitadas (faz parte do jogo legítimo da política) foram, pelo menos por enquanto, recusadas. E a adesão explícita de Mayer ao grupo vencedor de 1º de janeiro passado, inviabilizou também algo que seria “natural” no Legislativo – a traição de alguém, do bloco majoritário, em benefício próprio.

Logo, mesmo a discussão interna do PP perde um pouco o sentido. Sérgio Cechin acabará apoiando Anita. Por quê? A sua condição para candidatar-se (leia reportagem abaixo, publicada na edição desta terça-feira de A Razão), é a própria resposta. Afinal, alguém, algum dia, conseguiu apoio unânime?

Leia, a seguir, o texto, assinado pelo repórter Fabrício Minussi, publicado pelo jornal:

“PP não sabe quem vai apoiar
Numa eventual candidatura de Cechin à Mesa Diretora sigla terá que decidir entre ele e Anita
O Partido Progressista (PP) de Santa Maria poderá ter um “pepino” e tanto para descascar nos próximos dias. No caso de uma eventual candidatura de Sérgio Cechin à presidência da Câmara a sigla terá que decidir entre ele ou a vereadora Anita Costa Beber, que pelo acordo firmado na última eleição – contrariando determinação do próprio partido – votou contra Cechin e deu a Mesa Diretora para os aliados do Governo Municipal e a presidência no primeiro ano para Júlio Brenner (PSDB).
A possibilidade de ter que escolher entre Anita e Cechin já ocupa boa parte do sono do presidente do PP em Santa Maria, Marcelo Dalla Corte. Até ele não sabe quem apoiaria caso houvesse a disputa interna pela presidência e demais cargos da Mesa Diretora.
“É uma questão difícil de ser analisada neste momento. Por um lado temos a Anita que pelo acordo firmado ocupa a presidência em 2006. Mas também tem a questão do Cechin, uma pessoa experiente e preparada para exercer a função.
Esta é uma decisão que deve ser tomada pela executiva e diretório do partido. Hoje, acredito que o PP apoiaria a Anita, até porque, o Cechin ainda não se declarou candidato”, disse Dalla Corte, em entrevista ontem ao programa Santamariense Notícias, da Rádio Santamariense.
O assunto já teria sido discutido na reunião do partido ocorrido na semana passada. Na oportunidade, de acordo com Dalla Corte, Cechin teria assumido que só seria candidato se fosse por bloco único, alinhavando os 14 vereadores.
Só que nesta matemática os integrantes da atual Mesa Diretora estariam levando a melhor. Além dos quatro votos da bancada de governo (Vilmar Galvão, Luiz Carlos Fort, Loreni Maciel e Misiara Oliveira), a situação ainda tem os votos de Anita Costa Beber e Isaias Romero (PDT). Romero também deve votar pela manutenção do acordo, até porque, nesta composição, ele seria presidente da Câmara em 2007. Júlio Brenner já declarou seu apoio à manutenção do acordo. Com isso, a situação tem garantidos os mesmos sete votos da última eleição, com o reforço da maior representação partidária da Casa.
Mas o “fiel da balança” para que não haja qualquer dúvida quanto ao futuro da Mesa Diretora da Câmara já tem nome. Outro que abriu voto pela eleição de Anita foi o vereador Ovídio Mayer (PTB). Ontem, ele disse que votaria pelo consenso. “A composição atual é boa e o importante é que haja a harmonia do Poder”, disse Ovídio. O vereador (ex-PP), que no dia da eleição deixou clara sua postura de oposição ao Governo Municipal e de fidelidade ao partido, votou contra a atual composição na última eleição da Mesa Diretora. Na oportunidade, as chapas lideradas por Júlio Brenner e Sérgio Cechin empataram em sete votos. No desempate, a chapa de Julinho com maior representação partidária (PT, PP, PDT e PSDB) levou a melhor.
Já a vereadora Magali Adriano (PMDB), em entrevista publicada na edição de ontem de A Razão, afirmou que o grupo derrotado na última eleição ainda não se reuniu para tratar do assunto. “Houve convite para que nós conversássemos com eles visando formar uma mesa-supra-partidária. Acredito que o quadro não deva ser modificado e o acordo firmado no início do ano pode ser mantido”, disse Magali.
No entanto, nos corredores da Câmara, o que se escuta é que muita “água ainda pode rolar por debaixo da ponte”, principalmente por conta da divisão dos cargos do Legislativo, fator que sempre influencia na hora de decidir quem vota em quem. Nos últimos dias, o comentário era de que quatro cargos executivos, um administrativo e dois estagiários (contratação imediata) seria a “moeda” que faltaria para equacionar a eleição de Anita para presidir a Câmara em 2006.
”

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