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COLUNA. José Mauro Batista e os desafios que estão colocados para quem quer ser prefeito de Santa Maria

Por JOSÉ MAURO BATISTA (*)

Como elemento novo nas eleições deste ano, a pandemia da covid-19 vai pautar o processo eleitoral, impondo imensos desafios para candidatos a prefeito e mesmo a vereador. Segundo profissionais e empresas de Marketing, os eleitores irão avaliar, sobretudo, as propostas concretas para o enfrentamento tanto da crise sanitária como da crise econômica.

Saúde e emprego deverão ser os temas principais da agenda eleitoral e dos quais irão derivar outras propostas. No que se refere ao enfrentamento da pandemia em si pelos atuais gestores, os sistemas locais de saúde entrarão em pauta. No caso de Santa Maria, com destaque para o Hospital Regional.

Nesse aspecto, a administração atual será julgada pelo que fez ou pelo que deixou de fazer, frisando-se que, mesmo não dependendo do prefeito, a população vai cobrar o pleno funcionamento do Regional. Até porque a abertura foi prometida na campanha municipal anterior.

O enfrentamento à pandemia entrará na avaliação dos eleitores pelo que foi feito e como foi feito, assim como pelo que não foi feito. Essa cobrança vai ser maior ou menor dependendo de como estará o cenário pandêmico até a campanha oficial. Mas a população não vai esquecer das outras estruturas de saúde para tratamento de demais doenças. O desempenho dos atuais gestores será confrontado com as propostas dos adversários.

E O EMPREGO?

Em relação à questão econômica, nem todos sentiram, ainda, os efeitos do fechamento de empresas e de postos de trabalho. Até quando vai durar o auxílio emergencial? O novo Bolsa Família vai vingar? O socorro às empresas será efetivo e suficiente? A depender disso, os candidatos, em todo o Brasil, também deverão se posicionar, e isso dará um caráter nacional ao debate.

Poderá, no entanto, alguém pautar o combate ao racismo atrelado à questão econômica estrutural brasileira. A educação, por sua vez, interessa aos pais, aos educadores, às escolas públicas e particulares e às empresas de tecnologia. Por outro lado, aquela velha história de candidatos prometendo atrair empresas caiu por terra.

Os desafios não param por aí. Estará em curso a discussão nacional da reforma tributária. No ano que vem, prefeitos e vereadores terão que debater e votar mudanças nas leis tributárias municipais. E os candidatos terão que explicar como pretendem fazer essas alterações, mesmo que ainda não haja um desenho da reforma nacional.

A proposta orçamentária para o exercício seguinte, nesse sentido, terá que ser debatida na campanha. Não há como fugir disso, pois, mais do que nunca, os candidatos terão que detalhar números e dizer de onde sairá o dinheiro para obras e outros investimentos. Tudo isso aliado à campanha digital que deverá substituir a antiga forma de pedir votos.

MARCA DOS 100 MIL

Chegamos à marca de 100 mil mortos pela Covid-19 no Brasil e a quase 3 milhões de pessoas infectadas pelo vírus, segundo dados oficiais. O número de óbitos equivale praticamente à população dos 19 bairros das regiões Centro Urbano, Norte e Nordeste de Santa Maria. É como se todos os moradores desses bairros sumissem de uma hora para outra. Ainda para fins de comparação, o número de vítimas fatais no Brasil passa o de moradores dos bairros Sul, Centro Oeste e Oeste, onde ficam bairros populosos como Tancredo Neves e Nova Santa Maria.

Em cinco meses, a gestão da crise provocada pela pandemia é desastrosa, sobretudo pelo negacionismo do presidente Jair Bolsonaro e pelo constante deboche às pessoas que perderam seus entes queridos. E as eleições municipais serão um termômetro para medir o desempenho dos gestores, incluindo o presidente.

(*) José Mauro Batista é jornalista. Até recentemente, editor de Região do Diário de Santa Maria. Antes foi repórter e editor do jornal A Razão. Escreve no site semanalmente, aos domingos.

Observação do Editor: A imagem que ilustra esta coluna é uma reprodução obtida na internet.

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3 Comentários

  1. Desafio para o próximo prefeito vai ser o dinheiro curto. E muitas ruas ainda com buraco. E a decadência da aldeia. Saúde que ainda vai ser problema. Coisas do gênero.

  2. Empresas vão para onde é viável economicamente, não pelos incentivos. Politicos geralmente não entendem nada de negócios.
    Racismo atrelado a questão econômica estrutural é o velho mimimi ideológico de sempre. É obvio, resolver a ‘questão economica’ não resolve o problema do racismo. Logo não estão atrelados.
    Reforma tributária nacional não deve ficar pronta este ano (se ficar pronta algum dia). Logo uma ‘reforma ‘ municipal no próximo ano só serviria para aumentar a carga tributária. Terminadas as mudanças nos tributos a nível federal teria que ser feita outra modificação municipal. Alás, com o aprofundamento da crise econômica conflitos é que não faltarão.
    Numero de mortos no Brasil vai bater nos 150, 200 mil. Vacina não vai chegar em 5 meses.
    Eleições não serão termômetro de gestão por dois motivos simples: abstenção deve ser grande; em períodos normais as pessoas votam de forma um pouco mais racional do que emocional, acredito que o emocional vai ser fator preponderante este ano.

  3. Esquerda da aldeia quer incluir o Regional na campanha. Cladistone navegou no assunto na ultima campanha, mas não foi determinante. Diferença muito pequena de votos. Alás, muita gente não queria a construção do dito cujo, queriam ampliar a Casa de Saúde. Tanto que Tarso, o intelectual, deixou a obra num ritmo lento e nos 45 minutos do segundo tempo tentou transferir para a UFSM (que ninguém se engane, apesar das promessas não estaria muito diferente do que é hoje). O que justificaria a ampliação das vagas do curso de medicina e inviabilização do curso da UFN.
    Auxilio emergencial e socorro as empresas será o possível. Que ninguém se engane, se um pequeno/médio empresário for solicitar no banco a ajuda e não conseguir a chance maior é que já quebrou. Só o proprietário não sabe ou aceitou ainda.

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