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Forrobodó. Operação Rodin e rejeição ao pacote de Yeda levam PP gaúcho ao inferno astral

O Partido Progressista (que, coisas do Brasil, embora o nome, defende uma honesta postura conservadora) está vivendo um verdadeiro inferno astral no Rio Grande do Sul. O que ontem era regra pétrea, hoje é absolutamente questionado pelos antigos caciques.

 

Não faz muito, a sigla, bastante enraizada no Estado, especialmente no interior, inclusive em Santa Maria, festejava a assunção da nova geração ao poder interno. Jerônimo Goergen, um garoto de 29 anos, nascido e criado politicamente com o apoio do agronegócio (onde o PP é pra lá de forte), deputado talentoso e competente, virava presidente – com a benção dos caciques. Era a nova geração assumindo suas responsabilidades partidárias.

 

Aliás, posições político-ideológicas a parte, Goergen representa bem o que é o PP, historicamente. Seu trabalho era tido e havido como a ressurreição progressista. E até, algo jamais feito antes, um congresso estadual era convocado. Seria, como foi, em 9 e 10 de novembro passado, aqui mesmo, na boca do monte.

 

E aí, bem, aí veio a Operação Rodin. A ação da Polícia Federal, investigando fraude que teria lesado os cofres públicos em algo como R$ 40 milhões, com o esquema supostamente montado a partir da contratação, sem licitação, pelo Detran, da Fundação de Apoio à Tecnologia e Ciência (Fatec), vinculada à UFSM, pegou o partido em cheio. E isso às vésperas do congresso santa-mariense. Três figurões da sigla, dois bem visíveis, o então (agora exonerado, por recomendação judicial) diretor geral do Detran, Flávio Vaz Netto, e o ex, Clóvis Ubiratan dos Santos, eram históricos dirigentes partidários, integrantes do diretório. E o terceiro, menos conhecido do público, mas de intensa participação política, era nada menos que o tesoureiro estadual do PP, e ex-Diretor Geral da Assembléia Legislativa por muito tempo, Antonio Dornéu Maciel.

 

Como lidar com isso? A Executiva, em atitude discutível pelos ex-caciques, mas ainda muito influentes, afastou o trio. E mais: no congresso de Santa Maria, levou o caso para o Conselho de Ética, que tratará do assunto nos seus detalhes. Era um problema e tanto. Mas ainda havia mais.

 

Na semana seguinte ao Congresso, em movimentos ainda não bem esclarecidos, o PP acabou dando quorum (inicialmente) e votos (logo depois) para liquidar com o Plano de Recuperação Econômica da governadora Yeda Crusius, na Assembléia Legislativa. Dos nove deputados, apenas um, o presidente do Parlamento, Frederico Antunes – que, algo inédito na AL, se afastou do cargo, para tentar não oferecer o número necessário à deliberação – não participou e, menos ainda, votou. Os demais, inclusive Goergen, se alinharam à oposição.

 

E agora? E agora, gente? O que vai ser do PP? E que tipo de influência esse forrobodó pode ter por Santa Maria? Aparentemente, nada. Exceto, quem sabe, o cargo de Ony Lacerda, na secretaria de Agricultura, ainda tendo como titular um progressista, pode ser tirado. Aqui, na aldeia, tudo continua como dantes. Ou não? Se saberá logo, logo.

 

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