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COVID-19. Uso desenfreado das tecnologias, nesses tempos pandêmicos, podem prejudicar a saúde mental

O uso excessivo das tecnologias têm sido uma das maiores preocupações da saúde pública de hoje, segundo os especialistas da área

Por ANDRIELE HOFFMANN DA CRUZ (com foto de Reprodução/Freepik), Especial para o Site (*)

Aulas remotas, trabalho em home-office, reuniões virtuais. A tecnologia está cada vez mais imersa na rotina das pessoas. Com o isolamento social – consequência da pandemia -, o uso das tecnologias vem crescendo de forma expressiva, visto que o mundo precisou aderir às mais diversas formas de comunicação na busca por preservar as relações diante do distanciamento físico.

Além das atividades essenciais realizadas online na pandemia, o isolamento também estimulou o uso como forma de entretenimento, como plataformas de música, vídeo, cinema e jogos online. Iuri Lammel Marques, professor universitário e especialista em comunicação, alerta para o uso excessivo das tecnologias, visto que os aplicativos de informação, comunicação e redes sociais são projetados com o objetivo de roubar o máximo de tempo das pessoas e, por consequência, aumentar o consumo das publicidades.

O objetivo das empresas de tecnologia é um só: aumentar o lucro. “Esses aplicativos utilizam diversas técnicas de design para capturar a nossa atenção, fazendo com que percamos o controle sobre o tempo de uso desses aplicativos”, afirma Lammel.

O uso desenfreado das tecnologias pode ser prejudicial à saúde mental e emocional, principalmente de crianças e adolescentes. Brincar e realizar atividades ainda longe das telas deve ser inerente a toda e qualquer criança. A excessiva exposição às telas é nocivo e pode ter grande repercussão negativa ainda na infância, conforme a psicóloga Ana Cláudia da Silva.

“Na infância e na juventude, o fato de o indivíduo ainda estar se desenvolvendo o torna mais vulnerável aos vícios da tecnologia. Com a dependência infantil, surgem sintomas de irritabilidade e ansiedade ao ficar muito tempo desconectado”, afirma a psicóloga. A profissional também alerta para os impactos cognitivos que o uso excessivo e precoce pode gerar. “Pode causar impactos na atenção, memória e linguagem à longo prazo”, finaliza Ana Cláudia.

A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) – que agrega 22 mil médicos pediatras do Brasil -, RECOMENDA que o tempo de uso diário das tecnologias digitais seja limitado e proporcional às idades e às etapas do desenvolvimento de crianças e adolescentes.

A orientação é que pais e responsáveis evitem a exposição às telas digitais para crianças com menos de 2 anos, principalmente, durante as horas das refeições ou antes de dormir.  Que seja limitado o tempo de exposição às mídias ao máximo de 1 hora por dia, para crianças entre 2 a 5 anos de idade. Crianças entre 0 a 10 anos não devem fazer uso de televisão ou computador nos seus próprios quartos. Adolescentes não devem ficar isolados nos seus quartos ou ultrapassar suas horas saudáveis de sono às noites – período de crescimento e desenvolvimento cerebral e mental.

Para os adultos que desejam reduzir o tempo de uso e praticar o autocontrole, Lammel sugere desativar as notificações do aparelho celular ou de aplicativos que emitem muitas notificações com som e vibração. “Ao aplicarmos essa configuração em aplicativos que mandam muitas notificações ou que tomam muito do nosso tempo, diminuímos o risco de sermos interrompidos a toda hora e de investirmos tempo demais no celular”, explica Lammel.

Sobre o cenário pós-pandemia, Lammel finaliza explicando que, com o retorno das atividades presenciais, o uso da tecnologia tende a diminuir em diversos casos. No entanto, acredita que em comparação ao período pré-pandemia, o mundo pós-pandemia deverá seguir tendo aumento considerável no uso das tecnologias, visto que com o trabalho e ensino remoto, muitas pessoas aprenderam a utilizar tais tecnologias, oportunizando a elas não apenas a capacitação no uso das, como também a percepção de algumas vantagens que elas podem oferecer às atividades produtivas.

(*) Andriele Hoffmann da Cruz é acadêmica de Jornalismo da Universidade Franciscana e faz seu “estágio supervisionado” no site

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Um Comentário

  1. Professor de jornalismo não tem, obviamente, opinião isenta. Se a profissão desaparece perde a função. Grande mídia também tem objetivo de aumentar o lucro, coisa mais obvia do mundo.
    Mais da metade dos artigos publicados em psicologia não podem ter os dados replicados, ou seja, são conversa mole para boi dormir.
    Resumo da opera, é uma tendência, não é possível para que lado se dirigirá no futuro. Por outro lado, algo que não foi comentado, existem outros rumos. Numero considerável de pessoas está fugindo da tecnologia. Nos EUA há quem largue tudo para morar no mato. No Brasil pessoas abandonam as grandes cidades. E, outra noticia positiva, a profissão de jornalista deixara de existir como é atualmente.

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