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EDUCAÇÃO. Rapper MV Bill, fala por 40 minutos, canta e ainda responde perguntas por hora e meia

Ícone do hip hop brasileiro reúne 700 estudantes na UFSM nesta terça-feira

No encerramento do 1º Fórum de Relações Étnico-Raciais, palestra de MV Bill reuniu 700 estudantes (Foto Ariéli Ziegler/Prefeitura)

Por Joyce Noronha / Da Assessoria de Imprensa da Prefeitura Municipal

Nascido no Rio de Janeiro e criado no Bairro Cidade de Deus, o cantor de rap brasileiro, ator, compositor e escritor Alex Pereira Barbosa, mais conhecido como MV Bill, palestrou, nesta terça-feira (13), para cerca de 700 estudantes da Rede Municipal de Ensino (RME) sobre antirracismo. Por aproximadamente 40 minutos, ele falou um pouco sobre sua trajetória e por mais uma hora e meia, MV Bill respondeu questionamentos da plateia.

A atividade marcou o encerramento do 1º Fórum Municipal de Educação para as Relações Étnico-Raciais, que ocorreu no Centro de Convenções da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Antes da palestra, o chefe do Gabinete do Prefeito, Alexandre Lima, fez um agradecimento a MV Bill e aos profissionais de Educação da RME.

“Parabenizo a todos os professores e a toda equipe da Secretaria de Educação e da Rede Municipal por sempre se empenharem pelo melhor para a Educação que, por consequência, resulta no melhor para a nossa cidade. A temática antirracista é de suma importância, principalmente para ser tratada com os nossos alunos. E termos MV Bill hoje, aqui, em Santa Maria é só mais uma demonstração do quanto toda a equipe da Educação Municipal busca oferecer sempre mais e melhor aos nossos estudantes. Fiquemos todos com as palavras do Mensageiro da Verdade (MV) Bill”, concluiu Lima que, no ato, representou o prefeito Jorge Pozzobom e o vice, Rodrigo Decimo.

A secretária de Educação, Lúcia Madruga, também agradeceu a todos que auxiliaram no 1º Fórum Municipal de Educação para as Relações Étnico-Raciais e que tornaram possível a presença de MV Bill em Santa Maria. 

“Este momento é para a gente viver, assimilar e ter este espaço para refletirmos e nos enxergarmos, enquanto indivíduos e também parte de um coletivo. O Fórum representa a caminhada iniciada por alunos e professores há muito tempo, que agora se torna um movimento como política construtiva. Obrigada a todos e obrigada MV Bill por aceitar nosso convite”, destacou Lúcia.

Em seguida, a Cia Diácono, da Escola Municipal de Ensino Fundamental (EMEF) Diácono João Luiz Pozzobon, fez uma apresentação de break dance, estilo que integra a cultura hip hop. Os alunos foram aplaudidos em pé.

A palestra
A iniciativa denominada “Consciência Negra – o antirracismo na prática” foi voltada a estudantes de Anos Finais, da Educação de Jovens e Adultos (EJA) e professores da RME. A palestra também teve transmissão online, para contemplar todas as 80 escolas da Rede Municipal de Ensino. 

Ao entrar no palco, MV Bill agradeceu a calorosa recepção do público. Ele elogiou a apresentação da Cia Diácono e também a iniciativa da Prefeitura, por meio da Secretaria de Educação, em promover o 1º Fórum Municipal de Educação para as Relações Étnico-Raciais. Na sequência, disse que gostaria de fazer uma breve apresentação, mas também que queria ouvir o público e responder perguntas, para entender a realidade dos alunos do Município e trocar experiências.

“Eu aprendo muito quando converso, quando escuto as histórias dos outros. Por isso quero ouvir vocês. Eu tive uma infância padrão. Mas padrão para quem é preto e de periferia, que é estudar até onde for possível. A minha realidade é de pretos e pretas terem que largar os estudos, muito jovens, crianças mesmo, para começarem a trabalhar e ajudar a pagar as contas de casa. E eu não me destacava em nada. Nenhuma matéria, nenhum esporte. Foi por acaso que descobri a cultura hip hop e entendi que era bom de rima. Mas estudei só até a 4ª série. Ser rapper sem um conhecer palavras, sem vocabulário, não é boa coisa. Então fui por conta estudar, ler. Foi nos livros que encontrei meu caminho”, foi como MV Bill abriu a palestra.

O multiartista indicou autores e obras para o público. Pontuou sobre situações que viveu e presenciou enquanto crescia, como ver amigos morrendo na favela e quanto tinha medo de ter o mesmo destino. MV Bill salientou que ele é exceção à regra de um cenário periférico e entendeu que poderia fazer algo por sua comunidade. Junto aos amigos Nega Gizza e Celso Athayde criou, em 1999, no Rio de Janeiro, a Central Única das Favelas (CUFA). Uma ONG que hoje está presente em todos os Estados brasileiros.

“Com o passar do tempo fui entendendo que é preciso mudar a realidade da periferia, a cultura que é institucionalizada do que esperam de nós. A CUFA começou a oferecer cursos e os pais achavam que seriam curso de manicure, de mecânico, de serviços gerais. Não há problema nenhum nestas profissões, são dignas e válidas, mas nós queríamos mostrar para a juventude negra que é possível almejar mais além de seguir o caminho já conhecido. Então os cursos são de audiovisual, de esportes, da área de ciências, para levarmos outras oportunidades para a comunidade”, assinalou.

Após apresentar um breve relato de sua trajetória, MV Bill abriu espaço para questionamentos. Ele respondeu todos e, para encerrar a conferência, acatou o pedido de cantar uma de suas músicas mais famosas: Estilo Vagabundo, que gravou com sua irmã Kmila CDD.

O 1º Fórum Municipal de Educação para as Relações Étnico-Raciais, promovido pela Prefeitura, por meio da Secretaria de Educação, teve como objetivo fomentar a importância da temática dentro da área da educação para gerar consciência sobre o combate ao racismo e ações antirracistas. Durante um mês, o evento contou com atividades pedagógicas, rodas de conversa e palestras sobre antirracismo e discriminação racial.

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