CampanhaEleições 2010Partidos

ESTADO. “Imparcialidade ativa” de Fogaça cobra um preço alto, a divisão dos prefeitos do PMDB

Do jeito que a coisa anda, só os dois prefeitos mais grandões do PMDB gaúcho, o santa-mariense Cezar Schirmer e o caxiense José Ivo Sartori ainda mantêm, para efeito público, a posição de neutralidade pregada pelo candidato ao Piratini, José Fogaça, que cunhou a expressão “imparcialidade ativa” – o que quer que isso signifique.

Na prática, a maior parte, ou talvez a quase totalidade dos outros prefeitos e vice eleitos pelo PMDB em 2008 estão tomando posição. Ainda é impossível saber quem vai sair ganhando com tudo isso – se Dilma Rousseff (do PT) ou José Serra (PSDB), que tem a preferência de Schirmer, por exemplo, como se percebe pelas campanhas dos seus principais aliados locais. Mas talvez já seja possível saber quem pode perder. Sim, o “imparcial ativo” Fogaça.

Por que se sustenta este raciocínio? Simples: aumenta a adesão de peemedebistas do interior à candidatura de Dilma, embora a maior parte dos deputados federais (Osmar Terra e Darcísio Perondi são os mais notórios) e estaduais seja serrista. Há quem diga que seria o tratoraço governista que distribui verbas às comunas. Pode ser. É provável que seja. Mas todos têm um argumento irrespondível: Michel Temer, o vice de Dilma, é do PMDB. Mais que isso, o presidente nacional da sigla. Logo, faz todo o sentido político esse apoio, ainda mais se confirmado nas urnas o favoritismo conferido pelas pesquisas de hoje. Afinal, o partido terá nada menos que o Vice-Presidente da República. Como retorquir esse argumento, sem a perda da identidade?

Pooois é. O diabo, como li alguém do PMDB afirmar, é que essa história pode acabar beneficiando não apenas a Dilma, mas a Tarso Genro, petista como ela e adversário de Fogaça na disputa ao Piratini. Opinião claudemiriana: essa situação existe somente por uma razão. E ela não é do PT, mas do próprio candidato ao Governo do Estado, com sua esdrúxula (para os padrões políticos do Rio Grande) “imparcialidade ativa”. Que quer dizer, numa única palavra, muro. O que, pelo que se percebe neste momento e em outros, é inaceitável. Agora, o jeito é administrar o problema.

Como fazê-lo? Ninguém tem fórmula para isso, por certo. Ainda mais que, semana que vem, quem chega ao Rio Grande é Temer. Perguntinha boba: Fogaça vai ao encontro do presidente nacional do seu partido? Resposta: nãããão sei. O certo, porém, como você perceberá no material produzido pelo jornal eletrônico Sul21, é que a situação está dividindo o peemedebismo no interior gaúcho. A reportagem de Igor Natusch. Acompanhe:

 “Visita de Temer ao Estado expõe divergências do PMDB gaúcho

As lideranças do PMDB no Rio Grande do Sul declararam apoio à candidatura de José Serra (PSDB) à Presidência da República. Mas, nem toda base do partido no Estado compartilha dessa posição. O  Movimento dos Gestores do PMDB pró-Dilma e Temer, ocorrido na tarde desta quarta-feira (18), no Hotel Everest em Porto Alegre, reuniu cerca de 50 representantes de prefeituras peemedebistas do Estado, apoiadores da candidata Dilma Rousseff. Estes prefeitos recebem  um aliado de peso na próxima semana: Michel Temer, presidente nacional do PMDB e vice na chapa de Dilma Roussef, candidata do PT,  anunciou por telefone que estará  em Porto Alegre na próxima quarta-feira (25) para um encontro com os prefeitos que apoiam sua chapa.

“Nós não queremos embate, e sim debate”, declarou João Carlos Vieira Gediel, prefeito de Quaraí e coordenador do encontro. O jogo de palavras quase acidental tem razão de ser. Em carta enviada por e-mail a Gediel, os deputados peemedebistas Osmar Terra e Darciso Perondi tentam levar os prefeitos pró-Dilma a reconsiderarem sua posição. “A tendência da maioria do eleitorado gaúcho é antipetista”, diz a nota.  Expondo uma série de dados ligados a eleições anteriores, a carta reforça: “se a Dilma conseguir ampliar muito sua votação no RS, e superar a barreira anti-PT, ela ajuda o Tarso (Genro, candidato do PT ao governo do RS), nunca o José Fogaça (candidato do PMDB a governador)”. E conclui, em tom de discreta crítica: “Não será fazendo campanha para Dilma, para o 13, que ajudaremos o Fogaça a enfrentar o Tarso, o 13, seu adversário certo no segundo turno”.

Na tentativa de evitar o racha, o prefeito Gediel adotou um tom mais conciliador. “Essa divergência é algo que temos até que comemorar”, garantiu. “Fortalece o Fogaça, fortalece o Germano Rigotto (PMDB, candidato ao senado), fortalece Temer e fortalece o PMDB. Não queremos divisão, estamos apenas marcando posição a favor da chapa majoritária, da qual participa o presidente nacional de nosso partido…”

PARA LER A ÍNTEGRA, CLIQUE AQUI

SIGA O SITÍO NO TWITTER

Artigos relacionados

ATENÇÃO


1) Sua opinião é importante. Opine! Mas, atenção: respeite as opiniões dos outros, quaisquer que sejam.

2) Fique no tema proposto pelo post, e argumente em torno dele.

3) Ofensas são terminantemente proibidas. Inclusive em relação aos autores do texto comentado, o que inclui o editor.

4) Não se utilize de letras maiúsculas (CAIXA ALTA). No mundo virtual, isso é grito. E grito não é argumento. Nunca.

5) Não esqueça: você tem responsabilidade legal pelo que escrever. Mesmo anônimo (o que o editor aceita), seu IP é identificado. E, portanto, uma ordem JUDICIAL pode obrigar o editor a divulgá-lo. Assim, comentários considerados inadequados serão vetados.


OBSERVAÇÃO FINAL:


A CP & S Comunicações Ltda é a proprietária do site. É uma empresa privada. Não é, portanto, concessão pública e, assim, tem direito legal e absoluto para aceitar ou rejeitar comentários.

Um Comentário

  1. Político tem que ter posição. Assim, defino o movimento dos nossos prefeitos como uma afirmação a suas bases, a sua gente. A Eleição é Nacional, o Estado é Federal, é pena que o debate político atual transcorra para que os partidos estejam cada vez mais regionalizados enfraquecendo o debate nacional. Independente da posição que os prefeitos irão assumir, e não é esse o ponto que desejo debater, o importante é mostrar que Brasil desejam e, isso, só pode ser demonstrado assumindo uma candidatura. Parabéns aos prefeitos do PMDB que mostram que política não aceita “acefelia”.

  2. Claudemir, tenho uma cadela, já avançada na idade e pendendo paro o lado da obesidade. A pobre, faz um esforço dadanado para passar os dias dormindo. Tou com vontade de rebatizá-la de “imparcialidade ativa”.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo