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CÂMARA. Justiça intima Legislativo a apontar quais as irregularidades presentes em obra inacabada

Juíza quer saber se projeto foi abandonado ou se há previsão de retomada

Obra de ampliação da Câmara de Vereadores de Santa Maria está paralisada desde janeiro de 2013. Foto Maiquel Rosauro / Arquivo

Por Maiquel Rosauro

A juíza Fabiane Borges Saraiva, da 1ª Vara Cível Especializada em Fazenda Pública, quer que a Câmara de Vereadores de Santa Maria aponte quais são as irregularidades que teriam sido provocadas pela Engeporto na obra de ampliação da sede do Legislativo. Além disso, a magistrada quer saber se há previsão de retomada ou se o projeto foi realmente abandonado. O despacho, publicado na sexta-feira (11), intima o Legislativo a dar uma resposta em até 30 dias.

O processo em questão teve início em 2016 e tem como autoria a própria Câmara de Vereadores. O Parlamento busca obrigar a Engeporto, empreiteira responsável pelo empreendimento, a concluir a obra ou, de forma alternativa, restituir em perdas e danos os prejuízos.

Porém, conforme a juíza, em momento algum a Câmara indicou, de forma objetiva, quais seriam as reparações de responsabilidades da empresa. A magistrada também informa que os laudos anexos ao processo também não trazem esta informação.

“Permanece uma grande interrogação sobre o que seria erro ou consequência do abandono, por certo não sendo este juízo, que não possui conhecimento técnico para tanto, o definidor da existência ou não de anomalias de engenharia civil e de padrões construtivos”, diz trecho do despacho.

Fabiane ainda relata que, como a obra foi paralisada em 2013, hoje, é difícil distinguir o que foi erro de procedimento da construtora do que foi ação do tempo. Para resolver a questão, ela intima o Legislativo a assinalar os problemas.

“O mínimo a ser feito é o apontamento específico das irregularidades, inclusive porque se está a tratar de verba pública que foi repassada à ré. Assim, intime-se a parte autora para que, em trinta dias, aponte exatamente quais correções deveriam ser realizadas pela autora na construção paralisada, assim como, a título de complemento, diga sobre a paralisação da obra, se há previsão de sua retomada ou se o projeto foi realmente abandonado”, diz o despacho.

O presidente da Câmara de Vereadores, Adelar Vargas – Bolinha (MDB), informa que ainda não foi intimado sobre o tema.

“Ainda não temos conhecimento desta decisão, mas vamos nos esforçar para resolver tudo o que for possível, pois este é um assunto que se arrasta há anos”, diz o presidente.

Para saber mais, clique aqui e digite o número do processo: 027/1.16.0007114-7.

A obra
O contrato para a construção do prédio, orçado em R$ 4,9 milhões, foi assinado pela Câmara de Vereadores e a empresa Engeporto, de Campo Bom, em dezembro de 2011. A obra iniciou em janeiro de 2012 e deveria ser entregue em dezembro daquele ano.

Contudo, após dois embargos do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), a obra foi paralisada em definitivo janeiro de 2013. Em outubro daquele ano, a Câmara e a Engeporto romperam o contrato.

A obra segue parada e não há previsão de recomeço. Mais de R$ 1,4 milhão teriam sido investidos na construção.

Comissão especial
Entre novembro de 2017 e maio de 2018, uma comissão especial formada por Daniel Diniz (PT), presidente; Marion Mortari (PSD), vice; e Juliano Soares – Juba (PSDB), relator; investigou os motivos da paralisação da obra.

À época, o colegiado constatou uma possível má-fé da Engeporto, que teria apresentado uma proposta para vencer a licitação considerando unicamente o preço global e sem critérios de preços unitários. Ou seja, os R$ 4,9 milhões não seriam suficientes para erguer o empreendimento de cinco pavimentos com área total de 3.987,69 m².

Também foi constatado pela comissão especial falta de zelo pela coisa pública pelos responsáveis pela gestão e fiscalização técnica do contrato.

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