O governo ganha, o povo perde – por Giuseppe Riesgo
Tema do articulista é a proposta do Palácio Piratini, sobre alíquotas do ICMS
Em termos políticos, provavelmente poucas coisas são mais tristes do que um governo que se distancia do seu povo. A política deveria enobrecer as relações entre os representantes e seus representados, não estremecê-las. Essa reflexão política deriva do que estamos vivenciando na política do Rio Grande do Sul.
Isso porque a população acreditou nas promessas feitas, lá em 2018, durante o período eleitoral. Assim, preteriu o então governador Sartori em prol de um projeto que, ao reorganizar o fluxo de caixa, prometia colocar salários em dia no seu primeiro ano de governo e, depois de dois anos, devolver a competividade à economia gaúcha baixando o ICMS que estava, temporariamente, majorado desde 2016.
Só que nada disso aconteceu. De lá para cá, o atual governador vem descumprindo uma a uma as suas principais promessas e dando as costas aos gaúchos que lhe confiaram os rumos do Estado para os próximos quatro anos.
De lá para cá, os salários não foram colocados em dia no primeiro ano, a reorganização fiscal não ocorreu com a força então necessária e o governador, portanto, não submeteu a Assembleia Legislativa a queda do ICMS que já está há 5 anos majorado, temporariamente.
A grande verdade – que o governador está vivenciando na pele -, é que a realidade é bem mais complexa do que as soluções da campanha eleitoral sugerem. O que nós estamos presenciando é a irresponsabilidade das promessas fáceis cobrando a conta do governador que, obviamente, já percebeu que não basta reorganizar o fluxo de caixa para governar com tranquilidade.
O que a realidade está escancarando ao atual governo é que, sem cortes profundos nas despesas do Estado e um enfrentamento profundo dos privilégios da elite do funcionalismo gaúcho, não é possível colocar as contas públicas em ordem sem chamar a população para pagar (e isso é, justamente, o que estamos querendo evitar).
Por isso, reitero aqui na coluna, o aumento de impostos deveria ser a última alternativa de qualquer governador que, efetivamente, pensa nos interesses da população gaúcha. Infelizmente, a lógica por aqui tem sido outra.
O caminho escolhido privilegia o descumprimento das promessas feitas na campanha eleitoral em prol de escolhas covardes que, para evitar o desgaste com uma elite funcional, não enfrenta privilégios e não corta na própria carne enxugando, de fato, a nossa inchada máquina pública do Estado.
Só que esse tipo de comportamento político não ajuda em nada. Não melhora as contas públicas, não devolve a nossa competitividade, não aumenta os níveis de emprego e, por óbvio, só gera descrença da população na política e nos políticos que lá estão. E nesse caminho desolador, perde todo mundo. Afinal, o silêncio dos bons aumenta enquanto o grito dos maus só se faz presente.
Está na hora de mudarmos essa realidade e tirarmos o peso do Estado das costas da população. De cobrarmos pelas promessas feitas e as mentiras contadas. Está na hora de premiar a verdade em detrimento da farsa. Esse é o caminho para melhorar a política, os políticos e, acima de tudo, a vida da nossa gente.
(*) Giuseppe Riesgo é deputado estadual e cumpre seu primeiro mandato pelo partido Novo. Ele escreve no Site todas as quintas-feiras.
Lembrando.
https://www.youtube.com/watch?v=q-57vrz6yVM
Leite, o impostor, resolveu que vai aprovar o que passar no que diz respeito a aumento de tributos. Quando terminar o prazo, ele ou o sucessor vão tentar prorrogar de novo.
Leite, o impostor, esculhambou politicamente o regime de bandeiras. Bandeira é preta, mas se mimimi funciona como vermelha. Se vermelha funciona como amarela.
Conclusão é óbvia, trata-se de um incompetente.