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Opinião: porque o PMDB tem tanta pressa em confirmar (ou não) Germano Rigotto

Desde que perdeu (mesmo vencendo) a consulta informal feita em 19 de março, no lugar da prévia inicialmente anunciada, o governador gaúcho, Germano Rigotto, do PMDB, vem sendo pressionado a confirmar que será, meeeesmo, candidato à reeleição em outubro.
Isso acontece, e é necessária uma preliminar, porque Rigotto, desde sempre, mas especialmente a partir de meados do ano passado, deixou muito claro ser contra a (própria) reeleição. Mais que isso, partiu para uma tentativa inicialmente quixotesca (e depois levada a sério) de concorrer à Presidência da República.
A fala inicial, contrária a uma recandidatura, estimulou os legítimos apetites eleitorais de outros peemedebistas. Casos específicos de Cezar Schirmer, Eliseu Padilha e Antônio Holfeldt. Este, inclusive, eleito vice-governador pelo PSDB, trocou de sigla e se dispôs a encerrar o governo Rigotto, se este tivesse renunciado em 31 de março (como manda a lei, para os pretendentes à presidência da República, exceto o atual ocupante, Lula) e, mais que isso, concorrer para sucedê-lo.
Outra conseqüência óbvia das palavras rigoteanas contra a reeleição, foi o natural e também legítimo assanhamento de outras siglas, todas aliadas do governador – mas não necessariamente do governo. Assim surgiram as candidaturas de Yeda Crusius, do PSDB; Nelson Proença, do PPS; Francisco Turra, do PP; e Alceu Collares do PDT. Todos acreditando serem capazes de chegar ao segundo turno e lá enfrentar o concorrente que todos entendem deva ser o adversário final: o ex-governador Olívio Dutra, do PT.
Pois é. O tempo passa, o tempo voa e…. Rigotto não é mais candidato a Presidente da República. E, pelo menos em público, mostra-se reticente em mudar o que disse lááááá atrás. Continua contra a recandidatura. Mas… e o Partido? Este depende dele, em princípio, para poder costurar uma frente que, a essas alturas, já não será tão ampla, mas mesmo assim pode apresentar suficiente consistência política e eleitoral.
Só não pode demorar muito. E é aí que entram as pressões por uma definição tão rápida quanto possível do atual governador. Até para que se discuta, internamente, quem vai substituí-lo, se for o caso. E se determine, inclusive, um critério para a escolha do plano B – dado que Rigotto permanece sendo o A.
Afinal, na hipótese de um outro nome, como ele será escolhido? Não corre o risco, o PMDB, de ver reproduzir-se, em nível regional, a mesma pendenga nacional da própria sigla e, como exemplo mais adequado, o bafafá do PSDB e seus dois pré-candidatos, José Serra e Geraldo Alckmin? Lembra o rolo que foi? Pois é. O PMDB do Rio Grande do Sul quer evitar isso.
É muito complicado esperar até junho. É tudo o que os opositores (especialmente o PT e o PSDB, que certamente terão candidato) querem. E tudo de que o PMDB não precisa. Depende de Rigotto. Quanto mais ele demorar, pior para o partido, entende, por exemplo, um dos mais notórios pré-candidatos à vaga de candidato, o santa-mariense Cezar Schirmer. O parlamentar pegou muito bem a situação. E a sua frase, dita ontem e reproduzida aqui mesmo neste site e nos jornais de hoje, é lapidar: “Junho é muito tarde para dizer não”. E é mesmo esta a razão por que o PMDB pressiona Rigotto. Do contrário, pode custar caro. Talvez até a derrota, hoje impensada e inesperada.

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