Arquivo

Mídia. Exemplo é nordestino. Mas vale também para o amado Rio Grande. Aliás, e o Péricles?

Faz duas semanas, ou pouco mais ou menos, que cerca de 20 importantes figuras foram presas pela Polícia Federal, em ação localizada em Florianópolis e Porto Alegre. Foi a chamada operação “Moeda Verde” em que os acusados estavam supostamente envolvidos na facilitação de licenças ambientais para grandes empreendimentos turísticos em território catarinense.

 

Entre os presos, um ilustre empresário gaúcho, Péricles de Freitas Druck, do grupo Habitasul, por conta de supostos problemas com o empreendimento Jurerê Internacional, no litoral barriga-verde. A organização, dentre as maiores do Estado, também controla, por exemplo, o hotel Laje de Pedra, em Canela.

 

O que aconteceu com a mídia? Foi bem no primeiro dia, ao noticiar, sem excessos, mas com correção, o acontecido – afinal, ignorá-la seria complicado. Já no segundo dia, a situação mudou, com espaço apenas para os acusados e quem os defendia, inclusive um empresário catarinense do setor de Construção Civil, que disse ser a operação da PF, “espetaculosa”. Hein? E as batidas nas regiões pobres da cidade (inclusive a capital catarinense) são o quê? Provavelmente, ou certamente, contam com o aplauso de todos – inclusive dessa liderança empresarial.

 

No terceiro dia, bem… Não houve terceiro dia. O assunto sumiu do noticiário – exceto pela liberdade (tanto quanto a prisão, ressalte-se, determinada pela Justiça) provisória da maior parte dos suspeitos. Nomes? Só o dos servidores públicos. Os dos empresários sumiram da mídia gaúcha e catarinense. Aliás, nunca mais ouvi falar, nem li, sobre Péricles Druck. Você sabe de alguma coisa?  

 

Na mesma época, aconteceu um fato em muito semelhante ao do Sul, lá no Nordeste. Mais exatamente em Pernambuco e na Paraíba. Um monte de “gente boa” foi presa pelos federais. E também aqui o noticiário sumiu. Mas a população reagiu. Como? Leia o artigo de Inácio França, que passo a reproduzir. Garanto: vale a pena. Inclusive para ver como se posiciona a mídia grandona, quando o que arde é dela. A seguir:

 

“O dia em que a mídia censurou os leitores

 

O empresário Marcelo Tavares de Melo, genro do poderoso João Carlos Paes Mendonça, casado com sua única filha, foi acordado de manhã cedo pela Polícia Federal. O porteiro do prédio na sofisticada avenida beira-mar de Boa Viagem deve ter custado a acreditar no que presenciava: os hômi, de jaleco preto e letras amarelas, levando o doto! Paes Mendonça, donos dos maiors shoppings-center de Pernambuco, dono do Jornal do Commércio, dono de uma TV que retransmite o SBT, dono de rádios.

 

Antes das 9h, praticamente toda a Imprensa pernambucana já sabia da prisão do empresário e de quase toda a diretoria do grupo Tavares de Melo, acusados de formar cartel para padronizar o preço da gasolina e de praticar dumping. Os sites dos três jornais continuavam mantendo seus leitores na santa ignorância, as rádios continuavam mudas. É verdade que a CBN, em seu noticiário nacional, noticiou. Na programação local, cuja franquia está nas mãos de Paes Mendonça, silêncio absoluto.

 

Foi aí que começou a acontecer algo curioso: os leitores mais bem informados começaram a fazer comentários nos blogs hospedados nos portais dos jornais pernambucanos. Mesmo antes das prisões serem noticiados pelo NE TV e por um blog independente, Acerto de Contas (temporariamente hospedado no portal do JC, mas com as horas contadas) os leitores cobravam informações dos veículos de comunicação. Algo inesperado, impensável para os jornalistas do grupo: leitores cobrando uma posição dos jornalistas…”

 

SUGESTÃO DE LEITURA – confira aqui a íntegra do artigo “O dia em que a mídia censurou os leitores”, assinada pelo jornalista pernambucano Inácio França, e publicado na página de Ricardo Noblat na internet. E aproveite, também, para ler os comentários feitos sobre ela. Vale a pena, garanto.

Artigos relacionados

ATENÇÃO


1) Sua opinião é importante. Opine! Mas, atenção: respeite as opiniões dos outros, quaisquer que sejam.

2) Fique no tema proposto pelo post, e argumente em torno dele.

3) Ofensas são terminantemente proibidas. Inclusive em relação aos autores do texto comentado, o que inclui o editor.

4) Não se utilize de letras maiúsculas (CAIXA ALTA). No mundo virtual, isso é grito. E grito não é argumento. Nunca.

5) Não esqueça: você tem responsabilidade legal pelo que escrever. Mesmo anônimo (o que o editor aceita), seu IP é identificado. E, portanto, uma ordem JUDICIAL pode obrigar o editor a divulgá-lo. Assim, comentários considerados inadequados serão vetados.


OBSERVAÇÃO FINAL:


A CP & S Comunicações Ltda é a proprietária do site. É uma empresa privada. Não é, portanto, concessão pública e, assim, tem direito legal e absoluto para aceitar ou rejeitar comentários.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo