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Coluna Observatório: “Na briga por espaço, sobra só o conflito”

Digitais políticas de
Tubias e Schirmer no
afastamento de Severo


Sérgio Severo de Medeiros, desde quarta-feira, não é mais coordenador regional da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam). Norma Rolim segue na coordenação do Sistema Nacional de Empregos, assim como os coordenadores da Cohab, Odair Acosta, e da Agricultura, Tancredo Cardoso.

Não se sabe, ainda, se o acontecido é o desfecho. Talvez sim. Talvez não. Até porque, nesse episódio, apenas confirmou-se o que já era conhecido do público (pelo menos do que lê esta coluna): o PMDB é um partido rachado (há quem diga esfacelado).

E o fato de haver sinais claros das digitais políticas de Cezar Schirmer e Tubias Calil, tutor e tutelado (ou líder e liderado, segundo pelo menos o segundo apregoa sempre que pode), não torna a crise maior ou menor. Apenas explicita a ruidosa briga pelo poder, com ainda não mensurados prejuízos eleitorais. É um conflito com direito a documentos daqui e de lá, que explicitam de que forma o PMDB se esboroa em brigas intestinas não apenas em âmbito nacional, mas também aqui, na colônia.

POR PARTES

Em 6 de março, cinco peemedebistas politicamente ligados a Tubias Calil, inclusive dois dos principais dirigentes partidários municipais, o presidente Haroldo Pouey e a secretária geral Alessandra Algarve, e mais os vereadores Rogério de Paula, de Itaara, e João Carlos Maciel, de Santa Maria e o então coordenador regional do partido, Enio Burtet, assinaram e enviaram ofício ao presidente estadual, Pedro Simon.

O que o quinteto queria? Entre outras coisas, indicar Célio Chelotti para presidir a Fundergs, Candido Moraes para o Sine, Luiz Carmo Cassanta para a Cohab e um dos signatários, Burtet, para a Fepam.

No caso da Fundergs, tratava-se de constranger diretamente o ex-presidente Luiz Celso Giacomini, candidato a deputado estadual. E nos outros? Isso mesmo: tirar do lugar quem apoiasse Giacomini, colocando ali representantes de Tubias.

Agora, um corte para o futuro. No último sábado, o presidente do PMDB, Haroldo Pouey, declarou a A Razão “estar surpreso com as exonerações”, preferindo falar somente após manifestação do Diretório Regional. Surgiu nos bastidores a informação (intriga?) de que Pouey estaria pleiteando a coordenadoria da Fepam. Não é verdade – pelo menos no que toca ao oficio de 6 março. Mas, ainda assim, se trataria de litigar em proveito próprio, no caso de Enio Burtet ou do próprio Pouey, se for ele – como dizem que será. Ambos assinam o documento.

O OUTRO LADO

A reação demorou, mas veio furibunda, por parte dos apoiadores de Giacomini. Foi em 11 de abril, quando um ofício foi enviado a Pedro Simon. Além de um histórico, que inicia ainda no processo de renovação do Diretório e da Executiva, vai-se ao ponto, ao acusar Calil, Pouey, De Paula, Renato Nicolosso (assessor de Schirmer) de irem aos secretários estaduais, ao vice-presidente, Sebastião Mello, e ao chefe do Gabinete do Governador, Luiz Carlos Melo, pedir a “cabeça” de Medeiros, Norma, Odair Acosta e Tancredo.

Quem firmou o ofício? Entre outros, além dos coordenadores em perigo, o presidente de honra do PMDB-SM, João PTB, Luiz Cordenuzzi (ex-vice-presidente), Antonio Carlos Jordão (presidente do Coredes), Clarentina Medeiros (Vice-presidente do PMDB Mulher) e mais ao menos 10 filiados, colaboradores ou integrantes do Diretório.

Em nível regional, outra adesão, especialmente a Severo. Mas só agora, em 9 de maio – quando o fervedouro atingia a temperatura mais elevada. O prefeito de Agudo, Ari Anunciação, presidente da Associação dos Municípios do Centro do Estado, em nome da entidade, enviou moção de apoio ao coordenador da Fepam. Destinatário: o governador Rigotto.

Aparentemente, semana passada, acreditava-se que seria infrutífera a pressão pró-Tubias. E assim seria, mesmo, na medida em que ninguém seria demitido até o final do governo. Afinal, os dois, Tubias e Giacomini, são “companheiros”. E o voto dado a qualquer deles é também do PMDB. E ponto.

Pois é. Seria. Fonte da coluna garante: Medeiros caiu porque sua “cabeça” foi pedida diretamente por Cezar Schirmer. Até então, o deputado não agia diretamente, mas por seus liderados. Agora, não. Foi ao chefe. E levou. Medeiros está fora da Fepam e, no lugar dele vai um aliado de Schirmer e Tubias.

Esses, os fatos. Os desdobramentos? Sabe-se lá. Não faz o colunista juízo de valor. Exceto um: o PMDB de Santa Maria, no que toca ao pleito para a Assembléia não é um partido, mas está partido. E ponto. Conseqüências? Em 1º de outubro se saberá.

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