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Isso é grave. Michel Temer se mixa para Gilmar Mendes e impõe censura a programa da TV Câmara

Pode um programa numa emissora de TV pública ser apresentado uma vez e reapresentado outras cinco, ser simplesmente ser retirado do ar, por imposição de uma autoridade? Pode. E aconteceu na TV Câmara (dos Deputados). E, o ridículo da coisa, o tal programa está na internet, disponível a todo mundo.

 

Como aconteceu: simples, o presidente da Câmara dos Deputados, Michel Temer, atendeu pedido do presidente do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes (foto), que não gostou do que viu e ouviu. E daí? Ele é onipotente? Parece que é. Ou, pelo menos, Temer acha, tanto que, embora presidente de um poder, simplesmente se michou.

 

Como se ficou sabendo disso? Porque um dos jornalistas participantes do programa (de debate), Leandro Fortes, denunciou em carta aberta aos jornalistas brasileiros. É essa carta que reproduzo a seguir, retirada do sítio RS Urgente (mas que foi publicada por outros também). A foto é de José Cruz, da Agência Brasil. A seguir:

 

“No dia 11 de março de 2009, fui convidado pelo jornalista Paulo José Cunha, da TV Câmara, para participar do programa intitulado Comitê de Imprensa, um espaço reconhecidamente plural de discussão da imprensa dentro do Congresso Nacional. A meu lado estava, também convidado, o jornalista Jailton de Carvalho, da sucursal de Brasília de O Globo. O tema do programa, naquele dia, era a reportagem da revista Veja, do fim de semana anterior, com as supostas e “aterradoras” revelações contidas no notebook apreendido pela Polícia Federal na casa do delegado Protógenes Queiroz, referentes à Operação Satiagraha.

Eu, assim como Jailton, já havia participado outras vezes do Comitê de Imprensa, sempre a convite, para tratar de assuntos os mais diversos relativos ao comportamento e à rotina da imprensa em Brasília. Vale dizer que Jailton e eu somos repórteres veteranos na cobertura de assuntos de Polícia Federal, em todo o país. Razão pela qual, inclusive, o jornalista Paulo José Cunha nos convidou a participar do programa. Nesta carta, contudo, falo somente por mim.

Durante a gravação, aliás, em ambiente muito bem humorado e de absoluta liberdade de expressão, como cabe a um encontro entre velhos amigos jornalistas, discutimos abertamente questões relativas à Operação Satiagraha, à CPI das Escutas Telefônicas Ilegais, às ações contra Protógenes Queiroz e, é claro, ao grampo telefônico – de áudio nunca revelado – envolvendo o presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Gilmar Mendes, e o senador Demóstenes Torres, do DEM de Goiás. Em particular, discordei da tese de contaminação da Satiagraha por conta da participação de agentes da Abin e citei o fato de estar sendo processado por Gilmar Mendes por ter denunciado, nas páginas da revista Carta Capital, os muitos negócios nebulosos que envolvem o Instituto Brasiliense de Direito Público (IDP), de propriedade do ministro, farto de contratos sem licitação firmados com órgãos públicos e construído com recursos do Banco do Brasil sobre um terreno comprado ao governo do Distrito Federal, à época do governador Joaquim Roriz, com 80% de desconto…”

 

PARA LER A ÍNTEGRA, CLIQUE AQUI.

 

PARA ASSISTIR AO PROGRAMA CENSURADO, CLIQUE AQUI.

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