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ESTADO. Hino do Rio Grande do Sul tem trecho racista? Veja o que diz vereadora suplente de SM

Bancada negra do Legislativo de Porto Alegre negou-se a cantar hino

Vereador e historiador Matheus Gomes defende que bancada negra não tem obrigação nenhuma de cantar um verso considerado racista. Foto Ederson Nunes / CMPA

Por Maiquel Rosauro

Mas não basta, pra ser livre
Ser forte, aguerrido e bravo
Povo que não tem virtude
Acaba por ser escravo

Os dois últimos versos acima, de trecho do Hino do Rio Grande do Sul, geraram uma intensa discussão nos últimos dias. Na sexta-feira (1º), durante a posse dos vereadores eleitos em Porto Alegre, a bancada negra permaneceu sentada e não cantou durante a execução do hino.

A vereadora Nádia Silveira (DEM), que é branca e tenente coronel da reserva, disse em seu discurso que os parlamentares que não gostam do hino deveriam sair da sala e que aquele era um ato de indisciplina.

O vereador Matheus Gomes (PSOL), que é negro e historiador, solicitou Questão de Ordem disse que a bancada negra não tem obrigação nenhuma de cantar um verso que diz “que o nosso povo não tem virtude e, por isso, foi escravizado”.

A professora aposentada e vereadora suplente em Santa Maria, Maria Rita Py Dutra (PCdoB), entrou na discussão. Ela é a primeira mulher negra doutora do Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGE) da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM).

“A vereadora Nádia provavelmente ignorava que o Hino Rio-Grandense tem dois versos explicitamente racista: “Povo que não tem virtude, acaba por ser escravo”. Talvez ignorasse que tais versos foram amplamente analisados, havendo, inclusive, propostas de alteração dos mesmos, como o fez o poeta Oliveira Silveira e um grupo de estudantes da UFRGS, no início dos anos 2000″, postou Maria Rita.

Maria Rita foi a sétima candidata mais votada ao Parlamento de Santa Maria, com 2.051 votos. Ela é a primeira suplente do PCdoB.

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2 Comentários

  1. Se ler o Hino na íntegra vai perceber que o Hino fala sobre a revolução farroupilha, e sobre o povo Gaúcho e não sobre africanos ou outros povos que eram escravizados. Retrata como o povo Gaúcho, brancos e negros lutaram juntos e não acabaram por ser escravizados!

  2. A vereadora desrespeitaria um símbolo estadual, determinado em lei?! O que mais, expresso em lei, a vereadora está disposta a afrontar?! O recém empossado vereador porto-alegrense não teria outras formas, mantida a ordem e a lei, para expressar o seu inconformismo com o que diz ser racismo na letra do hino?! Retirar duas ou três palavras do hino “apaga” a violenta história da escravidão no Rio Grande do Sul? Para onde se pretende ir com esse “revisionismo” histórico: fingir que não somos racistas?

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