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O banquete – por Márcio Grings

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Um dia desses, ele pede a conta e some. Escreve aí… Uma noite qualquer o cara coloca o boné ensebado na cabeça e pega a estrada pra lugar nenhum. Quisera ele mandar tudo pros ares com a força do pensamento. Logo, logo dispara todo seu repertório de palavrões e xingamentos. Dropes de azedume e duas colheres de ranço envelopado. Uma porção de veneno do brabo e algumas gotas de própolis lilás. Um tiro de festim pode resolver esse problema e a vontade de dar socos na parede. Como alvo, seus próprios sonhos! Melhor ainda se o alvo atingido estiver sobrevoando alguma ilusão passageira.

Daí, talvez nunca mais cultive expectativas sobre isso ou aquilo. Melhor regar com veemência esse ceticismo arraigado nas coisas como elas são. Insossas, insalubres e invisíveis. O Velho Oeste do imaginário dos filmes de faroeste se materializa todas as semanas. Uma cidade fantasma onde apenas ele vê o que ninguém mais enxerga. Saloons abandonados, desesperança e o diabo cultivando o ócio. Um catavento que gira pra todo o sempre próximo a uma igreja impregnada somente pela fidelidade dos cupins. Quem chegar por último é a mulher do padre, afinal, como continuar acreditando nessa crença em um Deus que já puxou o carrinho daqui faz tempo. Acredite: ninguém tá vendo nada. Já foi.

Um tigre com cara de cansado guarnece a entrada da avenida principal. Pra variar, ele também não tá nem aí. Muito cansado pra fazer algo. Saiu no jornal que o bicho é surdo, mudo e paralítico. Tal qual o leão da Metro, a zoeira é apenas um vinheta que enverniza o pão e o circo de vidinhas medíocres.

Ah, se ele tivesse poderes mágicos! Desejo número 1: mandar tudo a puta-que-pariu. Desejo 2: mandar tudo a puta-que-pariu de novo. Desejo número 3: mudar as vírgulas, de lugar igual essa última que justifica minha pontuação. Começar do zero. Pegar esse monte de gente estranha e cozinhar todos esses infames dentro de um caldeirão gigantesco. Depois, servi-los como prato principal numa cerimônia vodu na Terra dos Gigantes. E só então, depois que todos morrerem engasgados, fazer as pazes com Deus e receber uma medalha de Honra ao Mérito por serviços prestados.

Eu sei. Você sabe. Ele sabe e tudo o que respira ou parou de respirar sabe: alguém precisava fazer o trabalho sujo.

Mãos à obra, man!

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