Da Assessoria de Imprensa do espetáculo / Por Liciane Brun
A pandemia do novo Coronavírus provocou um hiato em diversos trabalhos culturais. É também verdade que novas maneiras de criação e consumo da arte surgiram neste período, e com o griupo santa-mariense Teatro Por Que Não? não foi diferente. Ainda assim, as medidas de isolamento impediram a execução de alguns projetos que não puderam ser adaptados.
Vislumbrando o período em que as atividades voltarem ao normal, o grupo, que completou uma década de trabalhos neste ano, iniciou 2021 centralizando energias para seu mais recente espetáculo: ‘Pode ser que seja só o leiteiro lá fora’.
A montagem, inspirada no texto homônimodo escritor e dramaturgo santiaguense Caio Fernando Abreu, faz parte de um projeto aprovado em um edital do Fundo de Apoio à Cultura do RS, ainda em 2019. O edital premiava espetáculos que propunham montagens inspiradas em textos de dramaturgos gaúchos.
– O texto que escolhemos foi censurado pela ditadura por vários anos. E uma das propostas do projeto é jogar luz a uma obra que ficou bem menos valorizada do que poderia ter sido. Em um momento no qual o Brasil enfrenta uma escalada autoritária e com desejos de que a repressão aos artistas se dê em diferentes instâncias, percebemos o quanto é relevante mostrar como é perigoso a censura e como isso pode prejudicar muito a sociedade – reflete Felipe Martinez, diretor da companhia e que assina a direção do espetáculo.
Com estética característica dos anos 70, o espetáculo será visualmente farto, com figurinos, cenário, objetos de cena e iluminação minuciosamente trabalhados para retratar a época. A trilha sonora será criteriosamente elaborada, em linguagens que passeiam por diferentes estilos em destaque da década, principalmente o rock n’ roll.
O projeto investe na potência de artistas do interior gaúcho, e traz, na sua ficha técnica, 16 profissionais da arte santa-mariense.
O espetáculo tem previsão de estreia para junho, no Theatro Treze de Maio, e também prevê uma apresentação no Theatro São Pedro, em Porto Alegre – será a estreia do grupo santa-mariense na casa.
O prêmio
O edital FAC Teatro Hoje: Serafim Bemol, no qual o grupo foi aprovado ainda em 2019, previa uma premiação de R$100 mil aos grupos vencedores. Concorrida, a premiação disponibilizou os recursos para apenas quatro companhias de todo o Rio Grande do Sul, duas delas para o interior do Estado.
– Esse é o maior edital que já passamos para montagem de espetáculo. Isso demonstra um amadurecimento no trabalho do grupo, não só em relação a propostas, mas também por podermos ter uma estrutura que permite executarmos um processo tão grande. Somos o grupo mais distante da Capital que ganhou esse prêmio. Para nós isso é algo muito importante e mostra como conseguimos manter uma estrutura de teatro sustentável e que tenha uma identidade no trabalho, mesmo tão longe e no interior do Brasil – comenta Felipe.
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