LEGISLATIVO. Tubias Calil tenta patrolar a sessão e Werner adverte: “Tubias não é o presidente da Casa”
Debate acalorado começou na sessão virtual e seguiu quente nos bastidores
Por Maiquel Rosauro
Pegou fogo a sessão plenária do Legislativo de Santa Maria, nesta quinta-feira (25). O clima ficou tão pesado que o presidente da Casa, João Ricardo Vargas (MDB), precisou interromper a transmissão ao vivo para que o bafafá constrangedor não fosse exposto para toda a sociedade santa-mariense.
O problema iniciou quando o líder do MDB, Adelar Vargas – Bolinha (MDB), solicitou a inclusão na Ordem do Dia do Projeto de Resolução Legislativa 1623/2021, de autoria da Mesa Diretora, com as novas normas de enfrentamento à pandemia no Legislativo. Mais cedo, a matéria tramitou na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), onde a vereadora Marina Callegaro (PT) pediu vistas, o que tranca a tramitação.
Logo após a manifestação de Bolinha, a vereadora Helen Cabral (PT) chamou atenção para o pedido de vistas e ainda levantou o Artigo 125 do Regimento Interno da Casa, o qual determina que uma proposição deve ser incluída no Boletim Legislativo 24 horas antes de discussão e votação.
O projeto foi protocolado às 15h10min desta quinta, porém o texto está datado de domingo (21). Ou seja, estava pronto desde o final de semana e se tornou público, oficialmente, a menos de duas horas da sessão.
“A bancada do PT não dá acordo porque queremos discutir e debater. Nós ouvimos os funcionários da Casa, eles não foram ouvidos. Queremos emendar, pelo menos. A gente pede que esse Poder Legislativo nos dê o amplo poder do debate, estamos falamos de vidas”, disse Helen.
Durante sua manifestação, a petista foi interrompida ao menos seis vezes pelo vereador Tubias, que a impediu de concluir sua fala. Porém, a tentativa de patrolamento não deu certo.
“O Tubias não é o presidente da Casa, senhor presidente. O senhor é o presidente da Casa”, disse Werner Rempel (PCdoB) para João Ricardo Vargas em meio à discussão.
Com o caos instalado, o presidente (João Ricardo Vargas, no caso) interrompeu a transmissão da sessão virtual.
Longe das câmeras, começou a lavação de roupa suja. Repercutiu uma forte manifestação de Vargas. Ele disse aos seus pares que, se for o caso, ele renúncia à presidência, uma vez que Tubias vem querendo ditar o ritmo da sessão.
No meio do acalorado debate sobrou até para este Site. Vargas reclamou que qualquer assunto que acontece em OFF “sai no Claudemir”, o que acaba expondo a Casa.
Mais de uma hora depois, os vereadores retornaram à sessão como se nada tivesse acontecido. O Projeto de Resolução Legislativa não foi mais tratado e a sessão seguiu com seus intermináveis discursos.
Indignados
O novo projeto gerou indignação nos servidores do Legislativo, uma vez que a proposta flexibiliza, mais uma vez, as ações contra o covid-19 no Parlamento.
“O projeto não estava na página, mas deveria estar 24 horas antes de ser votado, isso é para nós servidores não estarmos sabendo”, disse um funcionário da Casa que solicitou anonimato.
Em fevereiro, o Legislativo precisou ser fechado para sanitização devido a um surto de covid-19. Hoje, há um servidor da Casa e um parlamentar, o vereador Valdir Oliveira (PT), hospitalizados devido ao novo coronavírus.
Como o projeto não foi votado às pressas nesta quinta, os servidores agora terão tempo para analisar a matéria e cobrar explicações da direção da Casa. Resta saber se os reclames recairão sobre quem preside o Parlamento de fato ou para quem tenta presidir a todo custo.
Que fiasco. Pior que pago pelo nosso dinheiro. Presidente nao manda. Pedido de vista não existe. Questão de ordem que não cabe…meu deus…escola de desmandos…5 minutos de fama está sendo disputado no tapa…agora o conteúdo…vazio. Fazia tempo que não tínhamos uma legislatura neste nível. Espero que os “veteranos” consigam ao menos diminuir os prejuízos….
Como vereador, o Tubias é um comediante ruim.
Legislatura que mais descumpre o regimento. E pelo vale tudo de quem aparece mais na tv, querem expor a vida das pessoas. Mais empatia e responsabilidade, e menos discurso nobres vereadores. Câmara não é regime militar.
Já está ficando feio.
A sessão é publica!