O que deveríamos priorizar? – Por Giuseppe Riesgo
“Descrédito da classe política e de seus governantes não é fruto de mero acaso”
A dramática situação que vivenciamos no combate à pandemia do coronavírus deveria servir para nos alertar acerca das prioridades e a condução de nossas políticas públicas como um todo. Em situações excepcionais como a atual, já reiterei aqui na coluna, o Estado deveria servir como uma espécie de seguro social; garantindo economicamente as famílias e as empresas em momentos que exijam restrições das atividades econômicas como, por exemplo, agora.
No entanto, essa não é a realidade das contas públicas do RS. O que temos é um setor público glutão e um Estado, consequentemente, quebrado. Para piorar, essa também é a realidade das contas públicas da maioria dos 497 municípios do Rio Grande do Sul, incluindo Santa Maria. Assim, quando chegamos no estado mais crítico da pandemia devido à completa falta de políticas públicas de prevenção, temos um Estado e uma cidade absolutamente inoperantes em termos fiscais.
Só em Santa Maria já temos 101% de ocupação nos leitos clínicos destinados aos pacientes com a Covid-19. Nas Unidades de Tratamento Intensivo os leitos totais já alcançam os 94,4% de ocupação. A situação na cidade, como no Estado, é calamitosa. Fruto da má gestão e da falta de prioridades na política de testagem e rastreamento do vírus.
Nesse sentido, faltou eficiência à Assembleia Legislativa também. Desde junho do ano passado, no auge da pandemia, possuo em tramitação um singelo Projeto de Lei que possibilita a isenção sobre doações previstas no Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação (ITCD) para hospitais privados e instituições privadas mantenedoras ou patrocinadoras de hospitais de campanha (cobrança que por si só já é absurda). O Projeto, infelizmente, tramita muito lentamente na Comissão de Constituição e Justiça e, provavelmente, perderá boa parte dos incentivos pretendidos, bem como, a sua eficácia.
Situações extemporâneas exigem medidas extremas por parte de todos os Poderes do Estado. Não podemos assistir o setor privado padecendo há mais de um ano devido à inoperância de nossas instituições e a falta de celeridade naquilo que é prioritário. A sociedade exige respostas. Apenas pedir para que “fiquem em casa” não me parece solução para mais nada.
O descrédito da classe política e de seus governantes não é fruto de um mero acaso. Fora construída na base da inépcia e morosidade daqueles que há tanto prometem, mas pouco cumprem. A lentidão do poder público cansa. Convenhamos, não se pode negar a razão do povo. A voz e o sofrimento das ruas possuem culpados e estes habitam em salas requintadas e nobres palácios de onde, há muito tempo, as soluções para os problemas da nossa gente não encontram amparo.
(*) Giuseppe Riesgo é deputado estadual e cumpre seu primeiro mandato pelo partido Novo. Ele escreve no Site todas as quintas-feiras.
Criticar classe politica é perda de tempo. Não existe remédio no horizonte. Hilário é que já vendem a eleição vindoura como remédio para todos os males. Cavalão contra Ademar de Barros Canhoteiro.
Em SP andaram decretando toque de recolher das 20 horas até as 5 do dia seguinte. Seis horas da manhã muitas paradas de ônibus com grandes aglomerações. Escândalo. Obvio que com a densidade populacional da cidade muitas pessoa trabalham em serviços essenciais. Salario determina onde podem morar. Dá no que deu. Há quem reclame da falta de lideranças. Existe, mas é coisa de imbecis. Primeiro porque liderança não é questão de posição hierárquica. Segundo porque não dá para esperar um Winston Churchill toda vez que ocorrer uma crise. Foco tem que ser na tomada de decisão. Bancar o gatilho mais rápido do Oeste não funciona. Soluções colegiadas podem se revelar irracionais. Alás, pessoal do lockdown é muito mais emocional do que racional.
Meses atrás epidemiologista americano apresentou dois cenários de doença. No primeiro de cada 100 pessoas dez pegariam a doença e uma morreria. No segundo cenário dez pegariam a doença, uma morreria e 90 apresentariam sintomas leves, moderados ou nenhum. Preferencia dele era o primeiro, mas infelizmente vivíamos o segundo.
‘Fiquem em casa’ é bandeira dos apavorados, da esquerda autoritária, dos servidores públicos que tem ‘a vida ganha’ e dos(as) jornalistas. Como afirmou a periodista global ‘Os especialistas são unânimes em dizer que essas são medidas indispensáveis agora para conter a circulação do vírus. O choro é livre, não dá para a gente reclamar, é isso que tem”. Apoiada por comentaristas na web, ‘é um absurdo a Maju ter que se desculpar por uma fala direcionada a negacionistas’.