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AGUDO. Cuteleiro, com apoio da UFSM, lança uma coleção de facas inspirada em fósseis pré-históricos

São oito facas diferentes, cortadas a laser, representando animais diferentes

Cortadas a laser, as facas de Menegassi são funcionais e podem ser adquiridas separadamente (Ilustração de Márcio L. Castro/UFSM)

Por Ana Júlia Müller Fernandes, da Agência de Notícias da UFSM

O artesão cuteleiro Yitzhak Menegassi produziu uma coleção de facas artesanais que tem como temática os fósseis de animais pré-históricos encontrados no município de Agudo. O projeto contou com a assessoria técnica da UFSM, através do Centro de Apoio à Pesquisa Paleontológica (Cappa) e da equipe administrativa do Geoparque Quarta Colônia Aspirante Unesco.

A região central do estado é conhecida cada vez mais pela riqueza de fósseis que são encontrados com frequência, com destaque ao município de Agudo, que teve o maior número de achados registrados nos últimos anos. A ideia de unir as descobertas científicas com a produção local partiu do radialista Gilberto Pereira Jordani, da cidade de Agudo, após uma entrevista com Rodrigo Temp Müller, paleontólogo do Cappa, sobre uma descoberta de fóssil na região. O radialista apresentou a ideia a Yitzhak, que aceitou o desafio de trazer características de animais extintos há cerca de 230 milhões de anos às suas facas.

Com sede na cidade de São João do Polêsine, o Cappa foi criado com o objetivo de dar suporte ao desenvolvimento da pesquisa paleontológica e geológica, bem como  a pesquisadores de outras áreas interessados em atuar nos sítios fossilíferos na região da Quarta Colônia de Imigração Italiana (formada pelos municípios de Agudo, Dona Francisca, Faxinal do Soturno, Restinga Seca, São João do Polêsine, lvorá, Silveira Martins, Nova Palma e Pinhal Grande). Este centro destina-se à atividade acadêmico-científica e à divulgação da paleontologia em nível regional, estadual, nacional e internacional.

Com a assessoria técnica e científica gratuita prestada por Rodrigo através do Cappa, Yitzhak confeccionou oito modelos de facas inspiradas em oito fósseis que foram escavados no município de Agudo. Os animais escolhidos foram: Agudotherium gassenaeDynamosuchus collisensisMacrocollum itaquiiPampadromaeus barberenaiTrucidocynodon riograndensisBagualosaurus agudoensisSacisaurus agudoensis e Erythrovenator jacuiensis.

Segundo Yitzhak, Rodrigo lhe apresentou os fósseis encontrados em Agudo e como eles deveriam ter sido em vida, além de outras informações e curiosidades. A partir disso, em cada faca ele tentou captar algum aspecto desses animais, seja através de como poderiam ter sido em vida ou pela forma dos ossos fossilizados. Por exemplo, a faca inspirada no Dynamosuchus collisensis é um cutelo com o formato do corpo do animal. Mas, além disso, estudos apontam que ele teria uma mordida muito forte, capaz de quebrar ossos; assim o cutelo tem uma função inspirada no hábito do animal. Já a faca que leva o nome do Sacisaurus agudoensis, além de carregar o contorno do crânio do animal na lâmina, tem o cabo baseado em um de seus ossos.

“A ideia foi lançada no dia 28 de agosto do ano passado. Primeiro veio a parte dos desenhos, associada à imagem de cada bicho, e como poderia levá-la para a faca.  As facas não são somente para colecionador, pertencem a uma coleção que pode ser comprada separada e são funcionais. Então, além da estética, as facas possuem corte. As facas foram cortadas a laser, para ter um formato bem semelhante ao animal, e na parte do cabo utilizei a madeira guajuvira, que é encontrada com facilidade aqui na região”, conta o cuteleiro.

Como forma de difundir o conhecimento, as facas serão acompanhadas de um informativo que contém a ilustração do animal e seus dados principais, como idade, onde foi encontrado e alimentação, além de curiosidades. 

Atividades de divulgação – Além de apoiar iniciativas como essa, o Cappa também desenvolve outras atividades que levam o conhecimento científico e da paleontologia à comunidade. Rodrigo explica que a principal atividade de divulgação do centro fica a cargo da mostra paleontológica, onde é possível realizar visitas guiadas, o que inclui os laboratórios de pesquisa. 

“Outras atividades também incluem o Paleodia, que é um evento anual organizado pelo Cappa em parceria com outras unidades da UFSM, no qual são realizadas várias atividades com finalidade de divulgação científica, como por exemplo a ‘caça aos fósseis’, onde as crianças ficam em um sítio paleontológico de brincadeira em busca de réplicas de fósseis, as quais elas podem levar para casa. Atualmente, com a mostra fechada para visitas por conta da pandemia, o Cappa tem tentado se aproximar do público geral através das redes sociais (Facebook e Instagram), onde são postados conteúdos relacionados às novas descobertas, curiosidades paleontológicas e informações sobre os fósseis da região”, comenta o paleontólogo.

Geoparque – A UFSM possui outros projetos que, além de apoiar a produção local, incentivam e levam conhecimento à comunidade regional. Um exemplo é o Projeto Geoparque Quarta Colônia, que visa a novas alternativas para a economia regional, de forma sustentável, por meio da conservação do patrimônio natural e cultural, da educação para o meio ambiente e do incentivo à geração de renda através de iniciativas privadas e do turismo local…”

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Um Comentário

  1. Obvio que faca de dinossauro sai mais caro, ainda mais cortada a laser. Alás, faca de cuteleiro tem o mal costume de custar algo como 500 pila.
    Não, muito pouca gente vai ir ao fim do mundo para ver dinossauro, logo o papo do ‘turismo’ é furado.
    Não, Brasil é um pais pobre, mas paleontologia ainda tem importância. Tem abobrinha na UFSM, mas não é o caso.

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