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É a vacina que nos salvará! Mas e até lá? – Por Bruno Eizerik

O presidente do Sinepe-RS e uma defesa da educação de forma presencial

Se tem algo que não precisa, ou melhor, nem deve ser discutido pelo bem de todos é que a solução mais concreta para superarmos a pandemia é acelerarmos o processo de vacinação de toda a população, se possível, adaptando a fila de priorizações às demandas mais sensíveis da nossa sociedade. Um exemplo são os profissionais da educação, setor que precisa ter um olhar especial das autoridades, pois o fechamento das escolas tem impactado severamente a vida das comunidades como um todo.

Mas até vacinarmos os educadores, vamos assistir passivamente a tragédia da educação ou vamos ser propositivos e ouvir o apelo dos estudantes e das famílias que diariamente nos procuram?

Esta semana, em artigo publicado neste mesmo veículo, as professoras Celma Pietczak e Juliana Corrêa Moreira representando o SINPROSM – Sindicato dos Professores Municipais de Santa Maria afirmam, mesmo sem apresentar nenhum dado científico ou fato relevante, que a volta às aulas presenciais sem vacinação não é possível. Este posicionamento chama a atenção pois não há registros da participação das professoras ou de outros representantes da categoria nos debates e diálogos a respeito do tema que já completam agora um ano de existência.

Precisamos ouvir os especialistas no assunto, isto é ciência, e é no que devemos acreditar. Segundo o Núcleo de Pediatria do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers), as instituições de ensino são locais de baixo risco de exposição à Covid-19, portanto, se mostram ambientes seguros para alunos e funcionários. Ainda segundo o sindicato médico, os prejuízos intelectuais aos estudantes por estarem fora da escola se sobrepõem a eventual risco com relação ao vírus, uma vez que risco à exposição da Covid-19 no ambiente escolar é mínimo.

Certamente é este afastamento dos diálogos cotidianos a respeito dos temas da educação e dos impactos do fechamento das escolas que permite que as professoras relativizem os danos causados por esta situação, chegando a dizer que os prejuízos causados à comunidade são apenas alegações e não tem fundamentação. Além disso, ao tecer perguntas relativas à fiscalização das escolas privadas, as professoras demonstram total desconhecimento dos processos de validação e regulação impostos ao setor educacional que vão desde adaptações pedagógicas até os altos investimentos em protocolos sanitários exigidos, aprovados e verificados pelas diversas instâncias do poder público, em especial em Santa Maria.

Da mesma forma, motivadas, com certeza, pelo desconhecimento e falta de informação, as professoras esquecem que as escolas de Educação Infantil e as de Educação Básica, com algumas limitações, operaram no final do ano de 2020, sob forte fiscalização dos órgãos públicos e das comunidades escolares, e não apresentaram nenhum registro de contaminação ou surto que colocasse em risco a vida ou a integridade física de estudantes, famílias ou trabalhadores da educação.

O desafio é abrir a mente e o coração para se conectar com as crianças e adolescentes que a cada dia de escola fechada tem sua educação acadêmica prejudicada, sua saúde mental combalida e suas relações sociais enfraquecidas, em todos os níveis socioeconômicos.

Desprendimento e empatia são urgentes para todos nós, educadores.

(*) Bruno Eizerik é Diretor da Faculdade Monteiro Lobato e Presidente do  SINEPE/RS – Sindicato do Ensino Privado

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3 Comentários

  1. Quanto ao resto, pelo jeito, além de jornalistas, sindicatos e professores também são problema. Ah, servidores públicos… Aí estarão incluídos, militares, policiais, bombeiros, médicos e enfermeiros do SUS e Samu? Humm. Interessante. Enquanto isto, Marlon chegou… Vou ajudar minha avó. Ela está na privada. Obrando.

  2. Visão empresarial do ensino. O aparato escolar não se resume a professores e alunos em classe. A questão é que haverá mais circulação de pessoas, transporte público, etc. Profissionais que são tratados como gado e de repente se tornam indispensáveis nos discursos. Estranho.

  3. Debate não tem nada a ver com educação. Como resultado da pandemia diminuirão alunos nas particulares, aumentarão nas publicas. Evasão escolar dos alunos de baixa renda nas publicas. Os programas de ensino, encadeados de maneira fordiana, perderão continuidade. Recuperação para inglês ver e aprovação automática a torto e a direito. Ate porque na linha de montagem não pode haver falta de material.
    Sindicatos das publicas? Quando estourar o problema colocam na conta do Cavalão. Muito bom para tirar voto ano que vem. Resolvido o problema.
    Em tempo, lecionar 35 anos e uma coisa. Lecionar 35 anos de forma competente e outra. Este negocio de professor(a) figura sagrada que paira entre o ceu e a terra so engana otario. Para quem discordar basta invocar a experiência pessoal de cada um. Quantos professores bons e quantas nulidades estiveram la na frente durante a vida escolar de cada um.

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