BrasilDestaque

HISTÓRIA. CPIs já vitimaram Collor e punhado de outros saíram chamuscados, à Direita e à Esquerda

No dia em que a CPI da Covid é instalada, não custa relembrar fatos passados

CPI da Covid, que é instalada nesta terça-feira, dia 27, será presidida por Omar Aziz, do PSD do Amazonas (foto Agência Senado)

Da Redação do Correio do Povo, com reportagem do Portal R7

Desde que oficializadas na Constituição de 1934, as Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs) acostumaram-se a incomodar autoridades e projetar políticos que usam os holofotes e microfones para ficarem famosos nacionalmente.

Não é exagero, portanto, o receio do presidente Jair Bolsonaro e de seus apoiadores com os trabalhos da próxima comissão na fila, a CPI da Covid, que será instalada no Senado na nesta terça-feira (27) para apurar as acusações de falhas por parte do governo federal no combate à pandemia. 

A CPI mais importante da história do país, por ter levado à queda de um presidente da República, foi a que vasculhou as operações nada ortodoxas do então chefe do Executivo Fernando Collor de Mello e de seu braço direito, o empresário e seu tesoureiro Paulo César Farias, em 1992. 

Uma entrevista de Pedro Collor, irmão do presidente, à revista Veja expôs um grande esquema de corrupção capitaneado pelo tesoureiro, com venda de favores e favorecimento a empresas privadas. 

Fernando Collor sofreu impeachment em 1992 e PC Farias, foragido desde a condenação à prisão por causa do esquema desvendado pela comissão, foi encontrado morto quatro anos depois.

O legado da investigação parlamentar foi também a projeção do relator da CPI, Nelson Jobim, que votou pelo afastamento de Collor.

Jobim virou ministro da Justiça em1995, na gestão de Fernando Henrique Cardoso, que o nomeou para o Supremo Tribunal federal (STF). Na Corte, virou presidente e se aposentou em 2006. Também integrou o ministério dos governos petistas.

Outro personagem importante no impeachment de Collor foi Ibsen Pinheiro, então presidente da Câmara. Ele, no entanto, virou vítima do mesmo veneno. Em 1994, teve seu mandato cassado pela CPI que investigou o escândalo dos anões do Orçamento, denunciado pela revista Veja. Ficou inelegível por oito anos e nunca mais pisou no Congresso. Morreu em 2020.

A implosão do PT

Com efeitos menos impactantes, a CPMI dos Correios, em 2005, que ficou mais conhecida posteriormente como CPI do Mensalão, deu o pontapé inicial para implodir o partido então no poder, o PT, do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O M no meio de CPI é porque, ao contrário das outras, feitas apenas com a participação de deputados federais, essa era Mista: contava também com os senadores.

A investigação teve início após a divulgação de um vídeo em que um diretor dos Correios, Maurício Marinho, recebia dinheiro, teoricamente a mando do deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ), hoje aliado de Bolsonaro. 

Jefferson, para se defender, atacou. Afirmou que inúmeros parlamentares recebiam a cada 30 dias verbas do PT para o ajudarem no governo. 

Roberto Jefferson deu nome aos bois, acusou diversos deputados, usou inúmeras frases de efeito e foi o responsável pela primeira grande queda do governo petista, a do ministro da Casa Civil José Dirceu, político de confiança de Lula e do PT.

A CPI do Mensalão projetou o relator Osmar Serraglio (ex-PMDB e hoje do PP), futuro ministro da Justiça do governo do presidente Michel Temer, em 2017.

Também ganhou fama o presidente da comissão, senador Delcídio do Amaral (PT), preso pela Operação Lava Jato em 2015, e o deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS), integrante da CPI e atual ministro da Secretaria-Geral do governo Bolsonaro.

O resultado da talvez mais midiática das comissões parlamentares foi o julgamento apoteótico no Supremo de 40 pessoas apontadas como culpadas pelo esquema de corrupção. Vinte e cinco acabaram condenados. Os nomes mais famosos são os de José Dirceu e José Genoino, ambos do PT paulista, o ex-tesoureiro do partido Delúbio Soares e o empresário mineiro Marcos Valério. 

Em 2014, uma outra investigação tinha entre os alvos o PT. A chamada CPI do Petrolão ouviu vários dos investigados e indiciados pela Operação Lava Jato em esquemas de corrupção que partiriam do governo federal e de contratos da Petrobras. 

Outras CPIs

Outras CPIs tornaram celebridades políticos e acusados. Uma delas foi a do Judiciário, em 1999, que apontou ligação criminosa entre o senador Luiz Estevão, cassado e condenado a 31 anos de prisão, e o juiz aposentado e ex-presidente do TRT-SP (Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo) Nicolau dos Santos Neto, ou simplesmente Lalau, preso pelos desvios e que morreu no ano passado…”

PARA LER A ÍNTEGRA, CLIQUE AQUI.

Artigos relacionados

ATENÇÃO


1) Sua opinião é importante. Opine! Mas, atenção: respeite as opiniões dos outros, quaisquer que sejam.

2) Fique no tema proposto pelo post, e argumente em torno dele.

3) Ofensas são terminantemente proibidas. Inclusive em relação aos autores do texto comentado, o que inclui o editor.

4) Não se utilize de letras maiúsculas (CAIXA ALTA). No mundo virtual, isso é grito. E grito não é argumento. Nunca.

5) Não esqueça: você tem responsabilidade legal pelo que escrever. Mesmo anônimo (o que o editor aceita), seu IP é identificado. E, portanto, uma ordem JUDICIAL pode obrigar o editor a divulgá-lo. Assim, comentários considerados inadequados serão vetados.


OBSERVAÇÃO FINAL:


A CP & S Comunicações Ltda é a proprietária do site. É uma empresa privada. Não é, portanto, concessão pública e, assim, tem direito legal e absoluto para aceitar ou rejeitar comentários.

Um Comentário

  1. CPI é feita para atingir o Cavalão e livrar a cara de um monte de gente que meteu a mão. Vide CPI do Banestado. Virou a Lava a Jato, que virou pizza.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo