Por Fritz R. Nunes / Da Assessoria de Imprensa da Seção Sindical dos Docentes da UFSM (Sedufsm)
Ele fez parte de uma leva de cientistas que contraria aquela visão antiga do pesquisador (a) que vive entre quatro paredes, inacessível. Isaac Schrarstzhaupt, cientista de dados, juntamente com o infectologista Alexandre Zavascki (UFRGS), a epidemiologista Lucia Pellanda (UFCSPA), a biomédica e neurocientista Mellanie Fontes-Dutra (UFRGS), entre outros (as), integram um seleto grupo que usa as redes sociais (especialmente o twitter) para trazer informações sobre a pandemia que assola o Brasil e o planeta. Mellanie, inclusive, foi a idealizadora, ainda em 2020, da Rede Análise Covid-19, da qual Schrarstzhaupt faz parte e também coordena como um trabalho voluntário.
Em entrevista concedida à assessoria de imprensa da Sedufsm, na qual lhe foi perguntado o que os (as) gestores (as) públicos (as) precisam fazer para evitar a gravidade de uma nova onda de Covid-19, o cientista, que é também consultor em gestão de riscos, diz que essa contenção tem que ser feita o quanto antes, fazendo “restrições de mobilidade”. Segundo ele, “quanto mais rígidas forem, para não depender do fator ‘adesão’, menor será o aumento (de casos), justamente pelo fato de que as pessoas estarão longe fisicamente umas das outras por um período suficiente até que o vírus pereça sem passar para outra pessoa e continuar seu ciclo.”
Na visão de Schrarstzhaupt, apesar de não se ter certeza de que haverá uma terceira onda, o fato concreto é que os (as) especialistas trabalham com o “conceito de risco”. Segundo o pesquisador, “o risco de um novo aumento é bem alto e não vale a pena ‘pagar para ver’. E acrescenta: “O aumento da mobilidade sempre trará aumento de casos devido à alta transmissibilidade do vírus, então não há como dissociar isso de uma onda”.
Em relação ao aumento de casos no RS, que levou o governo do estado a emitir “avisos” e “alertas” a várias regiões, já em um novo modelo a partir da mudança do programa de distanciamento controlado, o cientista de dados comenta que não se pode afirmar que já seria resultado de uma nova variante do coronavírus, como por exemplo, a indiana, que já foi detectada na Argentina e em estados do nordeste brasileiro. Schrarstzhaupt entende que é preciso buscar mais dados para saber se a ampliação de casos no RS tem a ver com uma nova variante ou se tem relação apenas com o aumento da mobilidade.
O pesquisador também foi questionado sobre as mudanças no modelo de detecção da Covid pelo governador Eduardo Leite. Isaac Schrarstzhaupt entende que houve um aperfeiçoamento, em função de que “agora vários indicadores podem ser analisados de forma subjetiva pela equipe de técnicos do governo, e um aumento pode ser pego em uma fase anterior à de hospitalizações, que já é um indicador muito tardio”.
Na entrevista, ele aborda ainda temas como a importância da testagem da população, a necessidade da vacinação massiva e a perspectiva apontada pela Universidade de Washington, de o Brasil chegar a 750 mil mortos…”
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Uma pista para quem não entendeu ainda, carteiraço de cientista por auto-declaração para todos ficarem encerrados em casa não funciona.