Da Redação do Correio do Povo / Reportagem de Flavia Bemfica
Em um cenário no qual PP e PT já possuem pré-candidatos à disputa pelo governo do Estado em 2022 (o senador Luis Carlos Heinze e o deputado estadual Edegar Pretto, respectivamente), e as escolhas a serem feitas pelo MDB, o PSDB e o DEM ainda são cercadas de indefinições, o PDT vem “ganhando terreno” nas articulações para encabeçar uma chapa.
Em levantamentos realizados para consumo interno por algumas das siglas, comuns nos períodos de articulações que antecedem a apresentação dos nomes para negociação de alianças, desponta o nome do presidente do Grêmio e ex-presidente do PDT, Romildo Bolzan Júnior, como com força para, mesmo se apresentando como de “centro-esquerda”, capitanear uma chapa que agrade o chamado “eleitorado de centro” e avance sobre fatias à direita.
De público, Romildo, cujo mandato à frente do Grêmio se encerra em outubro de 2022, desestimula qualquer conversa ou especulação sobre seu nome. E as lideranças pedetistas, como o presidente licenciado do diretório estadual e atual vice-presidente nacional para a região Sul, o deputado federal Pompeo de Mattos, e o presidente estadual, Ciro Simoni, passaram a evitar o tema. “O que posso dizer é que o PDT vai ter candidato próprio ao governo. Teremos o maior número possível de candidatos nas disputas estaduais”, resume Pompeo.
Simoni afirma que o partido respeitará a decisão do dirigente gremista, seja ela qual for. E que, caso Romildo fique só com o futebol, a sigla terá outros nomes para apresentar. Ele não esconde, contudo, que a articulação está forte, e deixa implícito o conhecimento a respeito do bom desempenho nas sondagens. “Todos sabem que 10 entre 10 pedetistas gostariam que o Romildo fosse o candidato do PDT. Não é só o PDT, qualquer partido gostaria de ter um candidato com o perfil do Romildo.”
Prefeito procurou dirigente para tratar de votação na Câmara de Vereadores
Pelo menos três fatores fazem com que tanto Romildo Bolzan Júnior como o PDT não queiram dar início agora às discussões públicas sobre a provável candidatura do dirigente ao governo do Estado em 2022. O primeiro deles é que ainda faltam 16 meses para as eleições e as lideranças partidárias estão convictas de que, apesar da intensidade das articulações, não vale “queimar cartucho” antes do tempo de janelas e desincompatibilizações, em abril, quando nomes e chapas se tornam realidade de fato.
O segundo é que aguardam os próximos capítulos das movimentações nacionais em torno da pré-candidatura de Ciro Gomes à presidência da República, e se ele conseguirá engatar a proximidade que hoje negocia com parte do campo da direita, encarnado principalmente pelo DEM. A aproximação ou afastamento com a direita vai direcionar as alianças regionais.
O terceiro são os compromissos de Romildo com o Grêmio, onde seu mandato, como presidente, se encerra em outubro. Para disputar a eleição ao governo, vale o mesmo que ocorre na política, ou seja, ele precisa se afastar das funções no clube seis meses antes do pleito. Interlocutores de Romildo e caciques pedetistas entendem que falar publicamente de política agora é um desgaste desnecessário tanto para o encaminhamento de alianças como para a imagem do dirigente junto aos gremistas em particular e ao mundo do futebol em geral…”
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Problema é que o Grêmio está em processo de reformulação. Aparentemente está tudo ajeitado e encaminhado. Mas se Bolzan sair do clube e desandar a conta é dele. Não vai faltar quem diga que utilizou o futebol como plataforma para alçar voos maiores na politica. Também não vai faltar quem lembre as glorias do passado. Afeta a contabilidade dos votos. E a biografia do dirigente.