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ANDES. Sindicato nacional dos docentes adere à Conlutas. Que combate Lula. E a CUT

A posição de Santa Maria, da Seção Sindical dos Docentes da UFSM (Sedufsm), retirada em várias reuniões ao longo de fevereiro, não foi a escolhida. Aqui, a idéia dominante era do adiamento de uma decisão acerca da filiação à Coordenação Nacional de Lutas – Conlutas.

 

No entanto, no congresso nacional do ANDES – Sindicato Nacional, que se encerra neste domingo em Campina Grande, Paraíba, a posição foi diferente e até pacífica. Mais de dois terços dos congressistas aprovaram a adesão à entidade que se contrapõe à Central Única dos Trabalhadores, e que tem como principal base os sindicatos de trabalhadores do setor público. E que combate de uma forma politicamente feroz o governo de Luiz Inácio Lula da Silva. E também à Central Única dos Trabalhadores (CUT), da qual é oriunda a quase totalidade dos sindicatos agora vinculados à Conlutas.

 

Para saber mais detalhes acerca da decisão, e também conhecer outras informações sobre o congresso do ANDES, confira o relato do assessor de imprensa da Sedufsm, Fritz Nunes, que está em Campina Grande acompanhando a delegação santa-mariense. Esta é composta de nove delegados e três observadores, todos escolhidos pelos professores da UFSM associados à entidade local. A seguir:

 

“Congresso do ANDES decide por filiação à Conlutas

Decisão foi tomada na noite de sexta, 2 de março

 

Não foi uma batalha como muitos esperavam. A decisão sobre a filiação do ANDES à Coordenação Nacional de Lutas (Conlutas) ocorreu numa clima tranqüilo na sexta, 2, à noite, durante a discussão inicial do tema 3 do caderno de Textos do 26º Congresso, que tratava das “políticas sociais”. Das 15 inscrições para argumentar ao microfone a favor ou contra a vinculação, apenas uma posicionou-se contrariamente. Ou seja, a maioria esmagadora discursou de forma simpática à Conlutas. Entretanto, o resultado, apesar de favorável ao defendido pela atual diretoria do ANDES-SN, deu mostras de que ainda há dúvidas se a filiação é o melhor caminho. Na contagem dos votos, 188 votaram pela filiação, 75 votaram contra e houve ainda 32 abstenções.

 

A SEDUFSM levou de Santa Maria um Texto de Resolução (TR) aprovado em assembléia, de autoria do professor Carlos Pires, que pretendia adiar para 2008 a discussão sobre a filiação. O objetivo dessa iniciativa buscava garantir que o ano vigente fosse utilizado para amadurecer a questão. A proposição teve boa aceitação em alguns grupos de trabalho, o que acabou refletindo na própria votação em plenário. Para o autor da proposta, a grande diferença nesse processo é que a seção sindical da UFSM defendia “maior mobilização e discussão antes de definir a filiação”. Já o entendimento do ANDES e dos que apoiaram a proposta de filiação é de que essa discussão e aprofundamento podem ser feitos “dentro da Conlutas”. Asseverou ainda o ex-presidente da SEDUFSM que “só o tempo dirá quem tinha razão”.

 

Para o presidente da SEDUFSM, professor Diorge Konrad, a novidade no Congresso na discussão sobre a filiação à Conlutas foi a proposta de Santa Maria. O dirigente acredita que se os congressistas tivessem discutido em suas bases uma proposta parecida com a levada pela SEDUFSM, talvez a discussão tivesse sido mais rica e não apenas se resumindo em ser a favor ou contra a filiação. “Não tivemos uma vitória eleitoral, mas certamente obtivemos uma vitória política”, afirma Konrad, que percebeu uma dinâmica nova no evento a partir da proposição dos delegados pela UFSM.

 

HISTÓRICA– Os defensores da filiação comemoraram efusivamente o ingresso do ANDES na Coordenação Nacional de Lutas, não apenas em plenário, mas em suas declarações públicas. Conforme publicado na página eletrônica do ANDES-N (www.andes.org.br), o presidente Paulo Rizzo considerou a decisão como “histórica”, pois ela “fortalece na luta para barrar as contra-reformas do governo Lula.” O 1º Tesoureiro do ANDES, José Vitório Zago, analisou da seguinte forma:

 

“Na verdade, essa decisão só formalizará a relação que mantemos com a Conlutas desde a sua fundação. A partir de agora, temos a tarefa de enraizar a Conlutas nas bases do sindicato. Participaremos das ações que a Conlutas organiza com outros setores contra o PAC (Plano de Aceleração do Crescimento), a supressão do direito de greve por parte dos servidores federais e o restante dos trabalhadores, contra a reforma universitária, da previdência, sindical e trabalhista e em defesa dos direitos dos trabalhadores ameaçados pelo governo Lula, pela Central Única dos Trabalhadores e Força Sindical”.

 

E o enfrentamento com o governo Lula, envolvendo ANDES, Conlutas, entre outras entidades, já iniciou. Está previsto para o dia 15 de março, em São Paulo, o “Encontro Nacional – organizar a luta para manter e ampliar os direitos da classe trabalhadora – construir a unidade em defesa da aposentadoria e dos direitos sociais, sindicais e trabalhistas”. O encontro formalizará um plano de mobilizações contra as políticas executadas pelo governo Lula.

 

ENCERRAMENTO– Os debates sobre as “políticas sociais” do ANDES-SN para o próximo período continuaram neste sábado, com a discussão do tema bastante polêmico, que trata das “políticas de ações afirmativas”. Também neste sábado ocorrem as discussões em grupos mistos sobre os demais temas e, neste domingo, 4, à tarde, a plenária de encerramento. Ao todo, cerca de 400 pessoas participam do 26º Congresso de Campina Grande, sendo 337 delegados e 36 observadores. A SEDUFSM participa com nove delegados, três observadores e mais o assessor de imprensa.  A representação de Santa Maria é a seguinte: Diorge Konrad, Fabiane Costas, Rinaldo Pinheiro, Adriano Figueiró, Sérgio Prieb, Orlando Fonseca, Carlos Pires, Hugo Blois e Diniz Fronza. Os observadores são: Maristela Souza, Clovis Guterres e Rejane dos Santos.”

 

SE DESEJAR saber mais sobre a Conlutas, clique aqui.

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