Pega pra capar. CPI da Petrobrás tende a virar briga de bugios. Todos têm culpa no cartório
Nesta terça-feira, acredita-se, seja instalada a Comissão Parlamentar de Inquérito que, no Senado, pretende investigar irregularidades na maior empresa brasileira, a Petrobrás. Os aliados governistas devem controlar politicamente a CPI, elegendo o presidente (Ideli Salvatti ou João Pedro, ambos petistas) e bancando o relator (provavelmente o peemedebista Romero Jucá).
À oposição caberá o berro. E é assim que funciona – desde os tempos de Fernando Henrique Cardoso. Com a diferença que, antes quem gritava eram outros. Aliás, a CPI tem tudo para virar briga de bugios, pois não há ninguém sem culpa no cartório. E o governo dá mostras disso ao cavoucar o passado em busca de problemas. Parece que tem encontrado.
A propósito, de todo modo, da estratégia montada nos bastidores governistas, acompanhe o que escreve o sempre bem-informado, e analista dos melhores, Josias de Souza, da Folha de São Paulo. A foto é de Antonio Cruz, da Agência Brasil. Confira:
Governo estoca dados para fustigar oposição na CPI
A pedido do Planalto, a Petrobras recolhe em seus arquivos dados referentes à era FHC. Serão usados como munição da tropa do governo na CPI. Buscam-se no paiol da estatal petroleira, por exemplo, informações sobre a distribuição de verbas de patrocínio.
Lula e um grupo de grãopetistas – lideranças do PT e ministros da cota da legenda – já manuseiam os primeiros números. Indicam que prefeituras geridas pela oposição frequentam a lista de beneficiários.
Um dos personagens que apalparam o levantamento preliminar disse ao blog: Se for somar por partido, desconfio que o DEM recebeu mais que o PT. Mencionam-se duas vitrines demos: as prefeituras de São Paulo, hoje gerida por Gilberto Kassab (foto); e do Rio, chefiada por Cesar Maia…
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