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TV Pública. Pode ser uma boa idéia. Mas faz sentido o temor de atrelamento aos governos

Luiz Inácio Lula da Silva está decidido a fazer a TV Pública. Prova evidente é já existirem recursos devidamente guardados pra isso. E também a designação do ministro da Comunicação, Franklin Martins, como líder do processo – deixando fora o ministro das Comunicações (ainda não entendi por que as duas pastas, mas enfim), Hélio Costa, que tem nítidas preferências midiáticas.

 

Enfim, melhor alguém independente pra tratar de tema tão relevante. E que é sabidamente competente para conduzir a discussão que, é o desejo do governo, redundará na criação da rede. Em tese, sou favorável. Inclusive ao modelo sempre citado por Martins, a britânica BBC. O problema é a história brasileira.

 

Não há como deixar de relacionar a idéia lulista do que hoje existe em TV Pública (sim, elas estão aí, embora você não perceba). Não precisamos ir muito longe. Aliás, nem precisa sair de casa. Em Santa Maria, a televisão por assinatura exibe a TV Câmara. E ela é retrato do que pensa e quer o presidente do Parlamento. Para o bem e para o mal. É assim que é.

 

Existe também uma tv pública estadual. Aliás, gerida por um Conselho. Que não aconselha nada. Ou, quando aconselha, simplesmente não é ouvido. E, no governo passado, ficou dois anos sem sequer se reunir. Por quê? Porque quem mandava era o Palácio Piratini. Como é hoje e não tenho dúvida que continuará sendo.

 

Agora, se essa situação já existe em nível local (e não faço juízo de valor sobre programação ou o que quer que seja – apenas anoto o que acontece), imagina o que não ocorre em várias TVs públicas espalhadas pelo País.

 

Deu pra entender a minha desconfiança? É por aí. Tenho fundadas razões para acreditar que, implantada, a TV Pública de caráter nacional, gostando ou não os seus defensores, ela acabará se transformando em instrumento do Poder. O resto é só boa intenção.

 

A idéia, como tal, é excelente. O problema são os homens. E os que mandam. Sejam quais forem, em qualquer tempo. O que não inviabiliza a discussão. Vai que se descubra um método que impeça que em vez de pública seja de governo. A diferença existe, creia.

 

 

SUGESTÃO DE LEITURAleia aqui a reportagem “Pela TV pública nacional”, assinada por Lucas Ferraz e disponível no site especializado Congresso em Foco.

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