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EDUCAÇÃO. Prefeitura se reúne com o Sinprosm. Assunto: greve ambiental. Confira as duas versões

Encontro aconteceu na manhã de hoje, no Centro Administrativo Municipal

Reunião aconteceu no Centro Administrativo Municipal, na manhã desta segunda-feira, 5 (foto Paulo André Dutra/Sinprosm)

Um encontro e duas versões. Sentaram à mesa o prefeito, o vice, a secretária de educação e dirigentes e integantes do Comando de Greve do Sindicato dos Professores Municipais (Sinprosm). A seguir, você tem duas versões jornalísticas para o mesmo fato. Atenção: não há erro em ambas. Apenas diferenças de enfoque – o que, claro, pode fazer a diferença. O leitor confere, a seguir, na íntegra.

A versão da Assessoria de Imprensa do Sinprosm

Comando de greve questiona Prefeitura sobre pressão para o retorno presencial (por Paulo André Dutra)

Os professores municipais voltaram a reunir-se com a administração municipal para discutir a pauta reivindicatória da greve ambiental, movimento que está prestes a completar dois meses. O comando de greve esteve representado pelas coordenadoras do Sindicato dos Professores Municipais de Santa Maria, Martha Najar, Juliana Moreira, Celma Pietczak e Vera do Monte, e pelo professor Roberto Lisboa, componente do comando de greve. A reunião teve a participação do prefeito Jorge Pozzobom, vice-prefeito Rodrigo Décimo e secretária de Educação Lúcia Madruga.

A percepção de uma postura intimidatória contra os professores que se mantém grevistas, presente em diversos relatos na recente plenária promovida pelo Sinprosm, foi questionada por Martha Najar. A secretária rechaçou essa postura, afirmando que “não haverá caça às bruxas” e que o retorno será gradual, escalonado e facultativo. Entende que muitos professores podem ter tido uma compreensão equivocada nos encontros, quando se tratou da necessidade de adequações no pós-greve, que só acontecerá quando houver um acordo de encerramento.

PROTOCOLOS

Em algumas situações, a adoção dos protocolos pode ser um impeditivo para a retomada efetiva das atividades. Juliana Moreira entende que, na educação infantil, a adaptação das crianças é um fator importante para a aprendizagem, tendo em vista que muitos estão indo pela primeira vez às escolas. “Temos especificidades, precisamos dar acolhimento, pegar no colo. Não pode ser visto da mesma forma”. Em escolas onde o espaço físico é limitado, para manter o distanciamento será necessário atender apenas dois alunos presencialmente por dia. Nesses casos, em turmas maiores, muitas crianças serão atendidas uma vez a cada duas semanas.

Os dias frios, como nas últimas semanas, causa preocupação quanto a orientação de se manter janelas e portas abertas. “Conhecemos o nosso público, Muitas crianças não tem condições”, diz Martha Najar.

CONDIÇÕES

Sobre a recuperação de horas, a categoria entende que não há resolução que determine um percentual mínimo de carga horário para ser cumpridas de forma presencial, portanto não há como estabelecer a recuperação. O governo acredita que esta será a principal questão a ser tratada no acordo de fim de greve

O movimento de retorno também preocupa a categoria. Celma Pietczak destaca que cada escola está determinando o número de vezes em que haverá aulas presenciais, porém a grande maioria das famílias está optando pelo formato remoto.

“Algumas escolas estão fazendo até quatro dias presenciais. Como dar atenção adequada ao remoto sem sobrecarregar o professor?”, pondera. Segundo a secretária, nos formulários enviados pelas famílias, 60% preferem o remoto e 40% o presencial e que a orientação da SMED é de que as escolas optem pela forma mais equilibrada. “Quanto mais os alunos optarem pelo presencial, menos tempo eles ficarão na escola”, resume Martha.

O professor Roberto Lisboa alerta que existem escolas criando empecilhos para o ensino remoto para forçar o retorno presencial. A secretária garantiu que não é essa a orientação da SMED.

AVALIAÇÃO

O comando de greve entende que as informações oriundas do encontro serão importantes para a avaliação da greve na assembleia do final da tarde de hoje. “O relato deve ajudar para que a categoria avalie e decida como encaminhar o movimento. Temos pontos positivos e negativos a pesar”, entende Celma Pietczak.

A versão da Assessoria de Imprensa da Prefeitura

Prefeitura se reúne com o Sindicato dos Professores Municipais para debater sobre atividades presenciais (por Joyce Noronha) – Categoria pontuou que a greve ambiental segue e tirou dúvidas sobre a possibilidade de retomada de atividades em sala de aula

O prefeito Jorge Pozzobom, o vice Rodrigo Decimo e a secretária municipal de Educação, Lúcia Madruga, reuniram-se, na manhã desta segunda-feira (5), com representantes do Sindicato dos Professores Municipais (Sinprosm). O encontro ocorreu no Gabinete de Governança, no Centro Administrativo, e debateu sobre o andamento da greve ambiental, deflagrada em 10 de maio pelos professores municipais, e as diretrizes para retorno das atividades presenciais em mais escolas da Rede Municipal de Ensino.

O chefe do Executivo reforçou que o diálogo sempre esteve aberto e que seguir nesse caminho é a melhor opção para a Prefeitura e para a categoria.

 “Nós trabalhamos juntos há cinco anos, sempre com conversa franca. Não é agora que vamos parar. Se tem uma palavra que define o nosso trabalho com os professores é ‘diálogo’, e acho que devemos seguir nesse caminho”, salientou Pozzobom.

A secretária de Educação, Lúcia Madruga, pontuou que alguns questionamentos da categoria não poderiam ser respondidos agora, já que são questões comumente debatidas ao fim do movimento grevista. Ela destacou sobre todo o auxílio prestado pelo Executivo Municipal em relação aos protocolos de saúde e segurança às escolas da Rede e reforçou que seguirá prestando esse apoio. Nesse contexto, há repasse de equipamentos de proteção individual (EPIs), máscaras de proteção, álcool em gel, desinfetante e ajuda no serviço de limpeza.

“Muitas das perguntas que vocês estão fazendo, não posso afirmar A ou B, e vocês sabem disso. São questões que envolvem as tratativas que serão feitas no acordo ao fim da greve ambiental. Até lá, a gente vai ter tensão de todas as frentes, mas o que posso dizer é que o Município não tem intenção de judicializar a greve. Temos algumas escolas voltando às atividades presenciais, devagarinho. Fora o fato de que os professores já receberam a primeira dose do imunizante contra a Covid-19, prestamos suporte às escolas para um retorno mais seguro possível”, destaca Lúcia.

A coordenadora de Patrimônio e Organização do Sinprosm, Martha Najar, questionou sobre suposta pressão para o retorno das atividades presenciais, lembrando que é preciso atentar para a realidade de cada escola da Rede Municipal de Ensino. Além disso, ela lembra que uma das reivindicações da categoria é o retorno das atividades presenciais depois que os professores recebessem a segunda dose da vacina. Pontuou ainda que apenas uma assembleia da categoria pode definir sobre o fim da greve ambiental.

“O retorno deve ocorrer de acordo com as condições de cada escola, e sabemos que nem todas as escolas da Rede Municipal têm as mesmas condições. Isso precisa ser levado em consideração. Outra questão é que, para o retorno presencial, não são todos os alunos em sala de aula juntos, é feito de maneira escalonada. Assim, quando o professor está em sala com 10 alunos, 20 estão em casa, e o professor não tem como dar atenção àquele que está no remoto. É preciso pensar sobre isso também”, considerou Martha.

Também participaram do encontro, pelo Sinprosm, a coordenadora dos Aposentados, Vera Do Monte, a coordenadora de Comunicação, Celma Pietczak, a coordenadora de Finanças, Juliana Moreira, e o representante do Comando de Greve, Roberto Lisboa.

VACINAÇÃO DA CATEGORIA

Em junho foi aberta a vacinação para professores e trabalhadores da educação de Santa Maria e, em duas semanas, cerca de 8 mil pessoas da categoria foram imunizadas. A Prefeitura ressalta que, desde janeiro, trabalhava para estabelecer a prioridade legal de vacinação dos profissionais da Educação do Município. 

Em abril, o Executivo Municipal, por meio da Procuradoria Geral do Município (PGM), apresentou manifestação ao Supremo Tribunal Federal (STF) pela vacinação contra a Covid-19 de professores e demais trabalhadores da educação pública.

Ainda, a Prefeitura sancionou, também em abril, a Lei Municipal 6531/2021, que estabelece prioridade para a vacinação contra a Covid-19 aos professores e demais trabalhadores da educação pública municipal, estadual e privada que têm contato direto com os alunos.

Contudo, o Município precisava aguardar para que essa prioridade fosse colocada nos planos de vacinação superiores, dos governos estadual e federal, a fim de que o Município não incorresse em ilegalidade jurídica. (AQUI, no original)

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