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Hipocrisia. Reportagem “lembra” parlamentares que receberam troco dos bancos para se eleger

Os gaúchos Luiz Carlos Heinze, do PP, e Pompeo de Mattos, do PDT, estão na lista de 88 parlamentares, entre senadores e deputados federais, que receberam ajuda financeira dos bancos, em suas campanhas eleitorais. Eles constam de lista divulgada por reportagem divulgada pelo jornal O Estado de São Paulo (confira, lá embaixo, as sugestões de leitura).

 

Perto de Aloizio Mercadante, do PT paulista, que recebeu R$ 1,6 milhão de quatro instituições financeiras distintas, e que bancaram quase 15% da campanha dele ao Senado, o que a gauchada recebeu é, literalmente, troco. Mas não é pouca coisa, considerados os mortais comuns.

 

No caso do Progressista, foram R$ 30 mil, que saíram das burras do banco dos Moreira Salles, o Unibanco. Já o pedetista recebeu R$ 35 mil dos cofres do BMG, o banco aquele, dos empréstimos consignados. E que deram, ambos, uma boa ajuda aos nossos deputados na sua luta para conquistar vaga em Brasília.

 

Por que todo esse trololó? Simples: a dupla, e mais 86, estão entre os que terão que votar a aprovação do aumento da Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido (CSLL), proposta por Luiz Inácio Lula da Silva, através de Medida Provisória. É uma das formas encontradas para reduzir o rombo orçamentário provocado pela rejeição da prorrogação da CPMF.

 

Como votarão esses 88 parlamentares, quando a MP tiver que ser chancelada no Congresso? Como se sabe, somente as instituições financeiras pagarão a CSLL. Então, existe a curiosidade de saber o procedimento desses parlamentares, que, na prática, estão sendo constrangidos pela reportagem d’O Estado de São Paulo. Isso para não utilizar outra palavra.

 

EM TEMPO: não tenho a menor dúvida que há uma relação espúria entre os doadores principais de campanha (sejam eles bancos ou empreiteiras, por exemplo) e o desempenho de cada parlamentar. Mas, na hora de aprovar o financiamento público das campanhas eleitorais, o que eliminaria esse problema, não faltaram vozes a levantar-se contra, sob os mais hipócritas argumentos. Inclusive da mídia grandona (e da que se acha). Agora, embora não morra de amores por parlamentar algum, a reportagem mais parece uma chantagem que qualquer outra coisa.

 

Aliás, gostaria de ver o mesmo entusiasmo midiático quando o assunto é, por exemplo, a relação entre parlamentares e a própria mídia – que tem, ela também, a sua fornida bancada na Câmara dos Deputados e, especialmente, no Senado. Notou a hipocrisia? Pois é…

 

 

SUGESTÕES DE LEITURAconfira aqui a reportagem “Decisão sobre CSLL terá voto de 88 políticos ajudados por bancos”, de Wilson Tosta (com Paulo Darcie), n’O Estado de São Paulo.

Leia também a lista completa dos parlamentares e quanto cada um recebeu das instituições financeiras.

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