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Sol, o meu amigo sol – por Bianca Zasso

Basta a época do Natal se aproximar que praticamente todos os canais de TV presenteiam seus espectadores com filmes cheios de luzinhas, presentes e muita esperança. Um dos campeões de exibição nos Estados Unidos é o clássico de 1946 A felicidade não se compra, de Frank Capra.

Assim como dezembro, aqui no Brasil, anuncia a chegada de mais um especial do Roberto Carlos, lá fora o último mês do ano reserva para as famílias mais uma oportunidade de desfrutar de um dos filmes mais emocionantes do cinema americano.  Mas como as festas de final de ano também pedem um pouco de reflexão em meio a comilança, me permito fugir dessa regra e transformar esta crítica em uma confissão.

A noviça rebelde entrou na minha vida cinéfila muito cedo, num tempo onde eu não fazia ideia de quem era Fellini ou Mizoguchi, mas já me esquecia do mundo diante de um bom filme. Depois de aprender a cantarolar “Sol, o meu amigo sol…” na pré-escola, lembro de ir até a locadora e catar o VHS empoeirado do clássico dirigido por Robert Wise. Eu, que desenvolvi um carinho por Julie Andrews desde que assisti Mary Poppins pela primeira vez, me peguei encantada em frente a TV com a espevitada Maria, uma noviça que decide dar um tempo do convento para cuidar de sete crianças nada comportadas, todas filhas do rígido Capitão Von Trapp, interpretado por Christopher Plummer.

A direção certeira de Wise mostrou mais uma vez ser perfeita para produções cantantes já que quatro anos antes do lançamento do filme, Wise trouxe a história de Romeu e Julieta para os tempos modernos e criou um dos melhores filmes do gênero, Amor, sublime amor, que levou 10 Oscars na premiação de 1961 e mudou para sempre o jeito de fazer musicais.

A noviça rebelde, além de ser uma história universal, tem números musicais únicos. O inesquecível piquenique onde as crianças usam as roupas confeccionadas com o pano de uma cortina já vale o filme. Isso sem contar os momentos de romance, como a cena em que Maria não resiste ao charme do Capitão Von Trapp e os dois dançam no jardim da mansão durante uma festa.

Ao ter a ideia de indicar A noviça rebelde como uma boa pedida para o Natal, me peguei pensando se não seria um excesso de inocência acreditar que, em meio a tantos efeitos especiais e cortes rápidos dos atuais filmes, uma criança iria aceitar ficar quase três horas assistindo cenas de muita contemplação e com uma música atrás da outra.

Decidi então fazer uma experiência com as crianças que me cercam. Mesmo que alguns olhares desconfiados tenham surgido no início, logo a dúvida deu lugar aos sorrisos e pesinhos batendo no chão. Ali, percebi que minha escolha foi certeira, já que logo as crianças ganharam a companhia dos adultos durante a exibição.

A noviça rebelde é uma boa escolha porque é um dos poucos filmes de família que consegue a proeza de falar de amor, amizade e guerra sem perder o ritmo ou beirar à pieguice. Por isso, peço aos pais que dêem um tempo nas superproduções em exibição no momento para reunir seus pequenos para conhecerem A noviça rebelde. Afinal, não há presente melhor do que presenciar a magia do cinema.

A noviça rebelde (The sound of music)

Direção: Robert Wise

Ano: 1965

Disponível em DVD e Blu-Ray

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