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SAÚDE. Vacinas podem oferecer risco? Afirmações sobre isso não têm embasamento científico. Então…

Durante décadas quase não havia especulações, graças à cultura de vacinação

Por Luis Gustavo Santos (com ilustração de Noam Wurzel) / Da Revista Arco/UFSM

Desde a implementação do Plano Nacional de Imunização (PNI), em 1973, o Brasil é referência mundial em políticas públicas de vacinação. O programa que fornece para a população todas as vacinas recomendadas pela Organização Mundial de Saúde (OMS) é considerado um case de sucesso. Ao longo dos anos, as ações realizadas pelo PNI foram responsáveis por quedas nos índices de incidência e prevalência de muitas doenças infecciosas preveníveis pela vacinação, como o sarampo.

Em um cenário de pandemia da Covid-19, é difícil imaginar como seria uma sociedade sem os avanços da ciência e sem a existência de vacinas, especialmente no Brasil, onde elas são disponibilizadas de maneira gratuita pelo Sistema Único de Saúde (SUS) através do PNI.

Se, durante décadas, a vacinação no Brasil praticamente não sofria com especulações, graças à cultura de vacinação que esteve muito presente no cotidiano do brasileiro e que, inclusive, possibilitou a erradicação de doenças como a poliomielite, atualmente há quem questione a proteção das vacinas. Circulam nas redes sociais alegações que dizem que as vacinas não são seguras e podem causar doenças e levar à morte. 

Mesmo que algumas pessoas neguem a importância das vacinas, a maioria da população brasileira confia nos avanços da ciência. Uma pesquisa do Instituto Datafolha, divulgada em julho, apontou que 94% da população pretende se vacinar contra a Covid-19. Esse é o maior índice de pessoas dispostas a se vacinar contra o coronavírus desde o início da pandemia.

Professor do Departamento de Saúde Coletiva da UFSM, Gilmor José Farenzena garante que essas narrativas são levantadas sem nenhum respaldo científico. “Dentro do contexto técnico-científico atual, não se questiona o papel desempenhado pelas vacinas. Elas se constituem em uma das medidas mais importantes de prevenção em saúde pública”. 

De uma maneira geral, a vacinação apresenta poucos riscos à saúde de uma pessoa. Evidentemente, existem casos em que pessoas têm reações adversas à determinada vacina. Um exemplo é a reação alérgica grave chamada de anafilaxia, que pode acontecer após a vacinação contra a Covid-19, mas que, de acordo com Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos, não atinge mais do que cinco indivíduos a cada um milhão de vacinados no país. Logo, ao olhar para a literatura científica atual, percebe-se que esse número é muito pequeno em relação ao custo-benefício dos imunizantes. 

As reações adversas variam de acordo com o imunizante e com o organismo do indivíduo, e vão desde reações leves que são comuns, até reações mais graves que acontecem em raríssimos casos.

Como descobrir quando não é aconselhável tomar alguma vacina

Existem pessoas que apresentam contraindicações na aplicação de determinados imunizantes. Nesses casos, é preciso estar atento para evitar reações adversas graves. Segundo o professor Farenzena, as contracontraindicações gerais para o uso de vacinas são: a presença de infecções agudas febris, reações alérgicas aos componentes dos imunizantes e a manifestação de adventos graves em uma dose anterior. Porém, Farenzena esclarece que, mesmo nessas situações, em alguns casos, profissionais da saúde avaliam que o custo-benefício da vacinação se sobressai. “Muitas vezes, se opta pela realização do procedimento em uma unidade de saúde capaz de prestar atendimento imediato se isso se fizer necessário”, complementa.

Se há o conhecimento prévio – ou suspeita – de algum fenômeno alérgico aos componentes de uma vacina, o indivíduo deve procurar um médico antes de se imunizar para evitar qualquer tipo de risco à sua saúde. 

A importância coletiva da vacinação

O principal objetivo do processo de imunização é a proteção coletiva da população. Quanto maior for o número de indivíduos imunizados contra um vírus ou bactéria, por exemplo, menor será a circulação desse agente e, consequentemente, menor será o número de pessoas passíveis a adoecer nessa determinada população. Nesse caso, ao se vacinar, além de se auto proteger contra doenças imunopreveníveis, você protegerá outras pessoas. 

Em países como Israel, onde os índices de vacinação contra a Covid-19 estão bem avançados em relação ao Brasil, os gráficos mostram que a estratégia de imunização tem sido efetiva principalmente na diminuição dos casos de internação hospitalar.

Veredito final: Improvável!

Não há comprovação científica de que as vacinas apresentam riscos à saúde das pessoas, exceto em casos raros quando há contraindicações.

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Um Comentário

  1. Vacinas da Covid são seguras. Mas!
    1955 Incidente Cutter, vacina da polio contaminada com virus vivos causaram mais de 250 casos da doença nos EUA.
    Decada de 60, EUA, vacina contra sarampo em crianças. Acabaram por desenvolver casos graves da doença, inflamação dos pulmões e febre alta.
    Decada de 60 nos EUA, vacina em crianças contra o virus sincicial respiratorio. Resultado broncopneumonia, febre alta etc. Alguns atribuem a estes incidentes a recusa a vacinação que acontece por lá hoje.
    2017, Dengvaxia, vacina contra dengue nas Filipinas. Crianças vacinadas sem contato com a doença anteriormente desenvolveram dengue hemorragica.
    Problemas com vacinas ficaram ainda mais raros com o tempo.
    Estatistica é medida de desconhecimento, chamar de ‘ciencia’ é o mesmo que chamar bisturi de ‘medicina’. O mesmo vale para argumentum ad verecundiam.

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