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SENADO. Estrela desta semana na “CPI da Covid” será o bolsonarista Luciano Hang, dono da Havan

Morte da mãe do empresário, internada na rede ‘Prevent Senior’, é a razão

Local das reuniões da “CPI da Covid”. Depoimentos começam nesta terça-feira (Foto Rodrigo Viana/Agência Senado)

Reproduzido do portal especializado Congresso em Foco / Texto de Guilherme Mendes

CPI da Covid agendou, para esta semana, apenas dois depoimentos. Ambos devem aprofundar as investigações dos senadores a respeito dos procedimentos feitos pela Prevent Senior no tratamento da covid-19 com seus pacientes.

Nesta terça-feira, os senadores recebem a advogada Bruna Morato. A advogada representa médicos do plano de saúde, voltado para idosos, que acusam seus superiores de forçá-los a tratar pacientes com covid-19 com medicamentos ineficazes para o tratamento da doença, como cloroquina, hidroxicloroquina e ivermectina. O tratamento, defendido pelo presidente Jair Bolsonaro, já se mostrou ineficaz contra a doença.

Na semana passada, o diretor-executivo da Prevent Senior, Pedro Batista Juniorfoi confrontado sobre depoimentos destes médicos que apontavam uma série de pressões da diretoria para aplicação deste “kit covid”, incluindo práticas antiéticas como mudar o código de identificação da doença da pessoa que morria, causando uma subnotificação dos casos de covid-19. Batista Jr. chegou a admitir alteração em prontuários médicos, mas negou as acusações do dossiê, que classificou como produto de roubo.

Uma das denúncias presentes neste dossiê motivou o depoimento agendado para quarta-feira (29). O empresário catarinense Luciano Hang, das lojas Havan, se internou na rede Prevent Senior, junto com sua mãe, que veio a falecer da doença. Segundo o dossiê, Hang – que é um dos mais conhecidos defensores do presidente Jair Bolsonaro e de sua estratégia para a pandemia – teria pressionado para que sua mãe recebesse o tratamento com o kit covid, mesmo sendo este coquetel sabidamente ineficaz contra a doença.

O depoimento de quinta-feira (30) permanece em aberto, uma vez que os senadores ainda não entraram em acordo sobre quem seria ouvido: um dos nomes cotados é o de Márcio Nunes, ex-servidor do Instituto Evandro Chagas, no Pará. A acusação é de que ele teria recebido o cargo pelo lobby de Marconny Faria, apontado como lobista da Precisa Medicamentos no governo federal. Márcio acabou preso na operação Hospedeiro da Polícia Federal.

Caso o depoente não seja Márcio Nunes, os senadores devem ouvir o secretário de Saúde de São Paulo, Jean Gorinchteyn. O foco do depoimento do médico, atual titular da pasta estadual de João Doria, é justamente o caso da Prevent Senior, e a possível subnotificação de casos de covid-19 no estado.

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