Jannah Theme License is not validated, Go to the theme options page to validate the license, You need a single license for each domain name.
Artigos

O país cresce e faltam doutores – por Jorge Luiz da Cunha

Segundo as últimas estimativas do governo federal o Brasil pode crescer algo em torno de cinco ou seis por cento, em 2010. O que é, convenhamos, um índice surpreendente de crescimento da economia nacional, especialmente se comparado com o crescimento de países desenvolvidos do hemisfério norte, previsto para este ano.

Contudo, infelizmente, sofremos de problemas crônicos na formação de quadros profissionais para dar conta deste crescimento do país. Considerando a demanda por mão de obra qualificada para a solução dos nossos problemas de infraestrutura, para o crescimento vertiginoso da construção civil, e a exigência da indústria e agricultura nacionais por profissionais que agreguem inovação tecnológica, é necessário prosseguir com a política de Estado de expansão da oferta de vagas na educação superior. Como é do conhecimento geral temos uma carência ainda enorme na formação de engenheiros e outros profissionais graduados nas áreas das ciências exatas, naturais e agrárias.

Também na pós-graduação há uma visível distorção. Continuamos formando muito mais pós-graduados doutores nas áreas das Ciências Sociais e Humanas do que nas Ciências Exatas, da Terra, Biológicas e Engenharias. Segundo informações do governo, através do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq, entre 1996 e 2008 houve uma redução da participação das áreas consideradas estratégicas para o desenvolvimento do país no número de doutores formados anualmente. Em 1996, as Ciências Exatas e da Terra contribuíam com 16,1% dos doutores, em 2008 este percentual caiu para 10,6%. Este quadro se repetiu, ainda que de forma menos acentuada, nas Engenharias, que em 1996 contribuíam com 13,7% e em 2008 com 11,4% dos doutores formados no Brasil. As Ciências Biológicas tiveram, segundo informações do CNPq, queda semelhante a das Engenharias para o mesmo período.

Carlos Aragão, presidente do CNPq, afirma que a queda relativa na formação de quadros qualificados para a pesquisa e inovação tecnológica, especialmente na área das Ciências Exatas é preocupante. Para ele, formar cientistas e engenheiros é fundamental para que exista inovação tecnológica nas empresas. Além disso, pondera, que o país precisa destes profissionais para o desenvolvimento de áreas estratégicas como o programa espacial, o programa antártico, a política energética, as pesquisas do clima, o desenvolvimento da agricultura e a exploração do pré-sal.

Não há independência política e garantia de democracia se não houver independência econômica. O fundamento da independência econômica é a produção de um conhecimento científico e tecnológico nacional. Um projeto de nação em que ainda gatinhamos ou, se preferirem, patinamos.

Enquanto não realizarmos a independência científica, intimamente relacionada com a formação de quadros altamente qualificados na graduação e na pós-graduação de boas universidades, o futuro de nosso desenvolvimento social e econômico não estará assegurado.

Artigos relacionados

ATENÇÃO


1) Sua opinião é importante. Opine! Mas, atenção: respeite as opiniões dos outros, quaisquer que sejam.

2) Fique no tema proposto pelo post, e argumente em torno dele.

3) Ofensas são terminantemente proibidas. Inclusive em relação aos autores do texto comentado, o que inclui o editor.

4) Não se utilize de letras maiúsculas (CAIXA ALTA). No mundo virtual, isso é grito. E grito não é argumento. Nunca.

5) Não esqueça: você tem responsabilidade legal pelo que escrever. Mesmo anônimo (o que o editor aceita), seu IP é identificado. E, portanto, uma ordem JUDICIAL pode obrigar o editor a divulgá-lo. Assim, comentários considerados inadequados serão vetados.


OBSERVAÇÃO FINAL:


A CP & S Comunicações Ltda é a proprietária do site. É uma empresa privada. Não é, portanto, concessão pública e, assim, tem direito legal e absoluto para aceitar ou rejeitar comentários.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo