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METEOROLOGIA. O que são os observadores de tempestades? O que eles fazem? Quer se tornar um?

Projeto da UFSM para criar rede voluntária para identificar e relatar fenômenos

Por Rebeca Kroll (com arte de Luiz Figueiró) / Da Revista Arco/UFSM

Tempestades estão entre os fenômenos atmosféricos que mais causam desastres naturais no Brasil. Os processos de mudanças climáticas têm provocado eventos mais frequentes e intensos. Ao levar isso em conta, o curso de Meteorologia da UFSM lançou a iniciativa ReVOT – Rede Voluntária de Observadores de Tempestades, que visa treinar a comunidade para identificação de tempo severo e com potencial de causar calamidades. 

De acordo com o professor Ernani de Lima Nascimento, coordenador do projeto e integrante do grupo de Modelagem Atmosférica da UFSM, a ação é inspirada em redes similares que acontecem em alguns poucos países: “Fiz meu doutorado nos Estados Unidos e lá eu conheci uma rede voluntária de observadores. A Skywarn já existe há décadas e é uma iniciativa muito importante. Logo me veio a inspiração de trazer isso para o Brasil – a América do Sul e a América Latina não tinham esse tipo de ação. Então existe um pioneirismo no que nós estamos fazendo”. 

Desse modo, em parceria com a Organização Internacional de Desastres Marítimos, Aéreos e Terrestres, o Instituto Mineiro de Gestão das Águas (IGAM), a Defesa Civil de Santa Catarina e a Cruz Vermelha Brasileira de Santa Maria, a iniciativa oferece cursos de treinamento para formação de observadores de tempestades. Eles são entusiastas de fenômenos atmosféricos que se colocam à disposição para colaborar voluntariamente no relato de ocorrências de eventos extremos associados a tempestades.

Os cursos se baseiam no método científico crowd science – em português, ‘ciência feita por multidão’ -, que consiste na participação de voluntários na geração de dados e análises para ajudar o descobrimento, o estudo e a pesquisa científica. No curso os aspirantes a observadores aprendem como as tempestades se formam, seus diferentes tipos e como classificá-las. Também são ensinados a identificar características visuais da atmosfera que antecedem fenômenos meteorológicos para relatar, de forma precisa, ocorrências de tempo severo e enviar para os órgãos de análise. 

Existem várias formas de identificar a aproximação de tempestades, uma delas é a partir da observação das nuvens. Ernani destaca a formação de um tipo de nuvem específico, as nuvens “shelf”, também conhecidas como nuvens em cunha ou nuvem prateleira. Essas nuvens se formam em baixa altitude e indicam que rajadas de vento, possivelmente intensas, estão se aproximando e serão seguidas por chuva.  

Aproximação de uma nuvem “shelf” em vídeo acelerado feito pelo professor Ernani no campus da UFSM em 2014

Segundo o professor, a rede é de grande importância para os estudos de meteorologia, pois, mesmo com satélites, radares e estações meteorológicas, os eventos atmosféricos, muitas vezes, podem passar despercebidos. 

Por isso, os relatos dos observadores são importantes, pois ajudam os especialistas a traçarem uma série histórica da ocorrência de fenômenos. Assim, é possível identificar quais foram as condições atmosféricas que levaram àquelas ocorrências e os pesquisadores podem entender por que aqueles fenômenos aconteceram. Dessa forma, tais informações podem ser transformadas em ferramentas práticas de previsão do tempo cada vez melhores. 

“À medida que a gente aumenta a quantidade de registros, as falhas na série histórica, causadas por eventos não registrados, vão sendo preenchidas. Por isso, a gente se dispõe a treinar voluntários que reportarão os fenômenos de maneira segura e responsável”, explica o professor. 

Os relatos podem ser feitos por qualquer pessoa, mas o projeto busca, com o treinamento, melhorar a qualidade dos registros e padronizá-los. Entretanto, o professor salienta que o envio de informações sobre tempo severo por pessoas que não receberam treinamento deve ser feito de forma detalhada, informando a cidade, o bairro e o horário da ocorrência. É possível reportar o acontecimento através da página do projeto no Twitter, @prevots_svr, que conta com o apoio da iniciativa Plataforma de Registros de Tempestades Severas (PRETS), a qual emite previsões diárias sobre ocorrência de tempestades. 

A ReVOT também procura promover educação ambiental a respeito de fenômenos atmosféricos. Um dos seus objetivos é reduzir as consequências de desastres naturais e conscientizar a sociedade sobre as ameaças relacionadas a tempestades, como o aumento do risco de inundações, deslizamentos de terra, queda de granizo, tornados e vendavais. O professor complementa: “É importante as pessoas estarem cientes que o Brasil tem, sim, seus desastres naturais e a grande maioria deles é de origem atmosférica. Portanto, uma faceta adicional do projeto é fazer com que as pessoas estejam cientes que esses fenômenos são relativamente comuns no nosso país; e você saber antecipar essas ocorrências é uma maneira de ter uma sociedade melhor preparada para lidar com isso”.

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