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ARTIGO. Paulo Pimenta e as manifestações públicas desta terça, e que foram além da defesa da educação

Brasileiros vão às ruas e dizem não aos retrocessos de Bolsonaro

Por PAULO PIMENTA (*)

Brasília e dezenas de outras cidades brasileiras foram palco nesta terça-feira (13) de protestos com milhares de pessoas que sinalizaram ao mundo que o País está enfrentando um governo de extrema direita que desrespeita a Constituição, as leis e quer transformar o Brasil num território cujos únicos direitos são os dos donos do capital representados pelo capitão-presidente.

Estudantes, movimentos sociais, CUT e demais centrais sindicais, professores, trabalhadores e trabalhadoras voltaram às ruas para mais uma batalha contra o desmonte da educação e em defesa da aposentadoria pública e dos direitos amplos da classe trabalhadora, dos povos indígenas e das mulheres.

A capital federal ainda sediou, na terça, a 1º Marcha das Mulheres Indígenas, uma manifestação histórica que transcendeu as fronteiras brasileiras. Elas deixaram claro que há um processo acelerado para consolidar no país um governo autoritário e reacionário orientado pelos interesses dos Estados Unidos, que querem tomar de assalto o Brasil, com seus imensos recursos naturais, em boa parte nas terras indígenas. Os povos indígenas são alvo de ataques violentos de Bolsonaro junto com seu clã de milicianos que tomaram de assalto a Presidência da República.

Presenciamos também a manifestação das Margaridas na Luta por um Brasil com Soberania Popular, Democracia, Justiça, Igualdade e Livre de Violência.  Realizada a cada quatro anos desde 2000, em Brasília, a Marcha é uma ação ampla e estratégica das mulheres do campo, da floresta e das águas com o objetivo de conquistar visibilidade, reconhecimento social, político e cidadania plena. Elas lutam contra toda forma de exploração, dominação, violência e em favor de igualdade, autonomia e liberdade para as mulheres.

Pensamento único – À mercê do pensamento único da mídia comercial, comprada com milhões de reais pelo governo Bolsonaro para apoiar a retirada de direitos, aos poucos o povo brasileiro percebe que a cartilha neoliberal do capitão presidente e do ministro da Economia, Paulo Guedes, vai levar o Brasil para o buraco. O país está em recessão técnica, não há uma medida sequer para a retomada da geração de empregos e renda. Os brasileiros estão no pior dos mundos.

O quadro é drástico. A Jornada de Luta Pela Educação, convocada pela União Nacional dos Estudantes (UNE), por exemplo, denunciou que o programa do governo federal “Future-se” pretende terceirizar o financiamento do setor. Os cortes na educação levaram as universidades e os institutos federais à perda de R$ 6,1 bilhões em verbas. Há uma ameaça real ao funcionamento de alguns campi universitários, que podem ter que suspender suas atividades a partir de outubro. A falta de recursos não atinge apenas o ensino superior, mas atinge também a educação básica.

A lógica neoliberal do atual governo é destruir tudo, da educação, à saúde, ao meio ambiente e direitos históricos da população brasileira.  É um governo que não titubeia em retirar mais R$1 bilhão da educação para liberar emendas e cooptar parlamentares a votarem a favor da aprovação da cruel “reforma” da Previdência.

Desalento – O povo brasileiro tem direito a um crescimento econômico sustentável, com geração de empregos e renda. Mas não vai ser com Bolsonaro que esse quadro vai mudar. Não há uma política governamental para tirar do atoleiro os quase 13 milhões de desempregados e os mais de 28 milhões com subemprego, além de outros milhões que vivem no desalento.

Não há outro caminho que não seja o da luta e o da resistência, como demonstraram as manifestações nesta semana. Luta organizada, em defesa da manutenção dos direitos, da democracia, da soberania brasileira e de um futuro melhor para nosso povo.

(*) Paulo Pimenta é Jornalista e Deputado Federal, líder da Bancada do PT na Câmara dos Deputados

OBSERVAÇÃO DO EDITOR: a imagem que ilustra este artigo é de Paulo Pinto (Fotos Públicas) e é de manifestação em São Paulo, nesta terça-feira, dia 13.

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