Recado. Lula anima o auditório para 2009. Mas, atrás do palco, vai enquadrar o Banco Central
Que a crise não é apenas ianque – embora sejam os irmãos do norte o pai, tio e padrasto do forrobodó econômico em que se meteu o planeta – parece consensual. Isto posto, torna-se cada vez mais evidente que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva optou por duas táticas, para estrategicamente resolver o problemão.
De um lado, no auditório, anima a platéia. Afinal, palavras de otimismo não fazem mal a ninguém. Ao contrário, deixam os espectadores tranqüilos, o que é parte da solução. Já atrás dos panos, age de forma bem mais concreta. E fica mais claro que o Banco Central, e seu presidente Henrique Meirelles, terá que se enquadrar. E baixar os juros que são altos o suficiente para que se reduzam, ajudando mais ainda a resolver o bafafá financeiro.
Penso ser esta a análise, sinteticamente, do bom repórter e analista Kennedy Alencar, da Folha de São Paulo. E concordo com ele, a propósito. Quando a você, sugiro a leitura, para tirar a própria conclusão. A foto é de José Cruz, da Agência Brasil. A seguir, um trecho do artigo do jornalista da FSP:
Lula está ciente dos riscos
…O ano termina com um esforço do presidente para segurar, no gogó, parte do crescimento de 2009. Virão ações “desenvolvimentistas”, mas a principal medida será a retomada do processo de queda dos juros. Com uma taxa básica, a Selic, em 13,75% ao ano, há espaço para que se faça política monetária. Os EUA, por exemplo, já esgotaram esse arsenal, com sua taxa beirando 0% ao ano.
O ano que começará em breve abrirá a possibilidade de o Brasil conseguir reduzir os juros e deixá-los num patamar mais civilizado, digamos assim. Os juros nos países desenvolvidos não ficarão lá embaixo para sempre. Há uma oportunidade para uma redução dos juros que não gere pressões inflacionárias e que possa ser uma boa herança da atual crise quando a tempestade se for. Lula aposta nisso. E aposta que o Banco Central entendeu isso…
SUGESTÃO DE LEITURA – confira aqui a íntegra do artigo Lula está ciente dos riscos, de Kennedy Alencar, na versão online da Folha de São Paulo.
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