Por Fritz R. Nunes / Da Assessoria de Imprensa da Seção Sindical dos Docentes da UFSM (Sedufsm)
Desde a última quinta, 4 de novembro, diversas salas de cinema Brasil afora, inclusive em Santa Maria, estão exibindo o filme “Marighella”, que tem a direção do conhecido ator Wagner Moura, astro do filme “Tropa de Elite” e da série “Narcos”. No elenco, o nome principal é do ator e cantor Seu Jorge, que encarna o guerrilheiro morto pela ditadura em novembro de 1969. Além dele, outros nomes importantes participam do elenco, como Adriana Esteves, Bruno Gagliasso, Herson Capri e Humberto Carrão.
A obra cinematográfica, que tem mais de duas horas de duração, é inspirada na premiada biografia “Marighella, o guerrilheiro que incendiou o mundo”, do jornalista carioca, Mário Magalhães, que, aos 57 anos de idade, já prepara um novo best-seller, dessa vez sobre a vida do adversário político nº 1 do getulismo, Carlos Lacerda.
Em entrevista concedida ao site da Seção Sindical dos Docentes da UFSM (Sedufsm), Magalhães falou sobre a importância do filme e a relação do mesmo com o livro. Para o jornalista e escritor, o filme de Wagner Moura representa uma “retumbante vitória da democracia contra o obscurantismo”, se referindo às diversas tentativas, de setores ligados ao governo Bolsonaro, de barrar a exibição da película.
Questionado sobre que motivações deveriam levar as pessoas a assistir o filme, Mário Magalhães sintetiza: “Porque o filme ensina história. Além disso, é um tremendo entretenimento”.
Pergunta- Qual a importância de termos, em cartaz nos cinemas brasileiros, nesses “tempos bicudos”, um filme como “Marighella”?
Resposta– A chegada do filme “Marighella” aos cinemas representa uma retumbante vitória da democracia contra o obscurantismo. É um triunfo da liberdade de expressão e da liberdade artística, contra os saudosistas da ditadura que, na prática, tentaram censurar o lindo filme dirigido pelo Wagner Moura. A estreia nos cinemas também representa uma derrota daqueles que apostaram no esquecimento de Carlos Marighella. O silenciamento de Marighella é uma construção histórica que começou na década de 1930.
Pergunta- Escritores (as) sempre manifestam certo temor quando suas obras são adaptadas para a tela grande. Na tua avaliação, como se saiu a adaptação de Wagner Moura?
Resposta– Adorei o filme do Wagner. É um filmaço. Temos, no fundo, a mesma interpretação: Marighella era sobretudo um homem de ação. Tinha boa formação, não nutria preconceitos anti-intelectuais, mas chegava uma hora que Marighella dizia: chega de papo, vamos à luta. Ele sempre foi assim.
Pergunta- Quais os pontos que destacas no filme em comparação ao livro?
Resposta– Há duas diferenças essenciais para compreender os trabalhos. Eu compus uma obra de literatura de não ficção, jornalística; o Wagner, uma obra de cinema. A história que eu conto é de não ficção – não há nem um só espirro inventado na narrativa; já o filme do Wagner é de ficção, embora baseado em fatos reais, como os contei no livro. Mas quem leu o livro identificará muitíssimas passagens reproduzidas no filme. E saberá reconhecer quem são as figuras históricas, de carne osso, que basearam/inspiraram os personagens do filme.
Pergunta- Antes mesmo da estreia, o filme já andou recebendo boicotes, sendo atacado pelas redes sociais. Como avalias esse tipo de situação?
Resposta– A memória de Marighella gera inspiração e temor. Inspiração de quem se identifica com as ideias que ele cultivava e as lutas nas quais se empenhava. E temor de quem as rejeita. A memória de Carlos Marighella atormenta a extrema direita. Esse segmento político esforçou-se para impedir que o filme fosse exibido nos cinemas. Teve êxito, mas não duradouro. Agora, busca desestimular que mais cidadãs e cidadãos conheçam um gigante da história cuja trajetória não aprendemos na escola.
Pergunta- Na tua avaliação, quais alguns dos motivos que deveriam levar as pessoas a irem ao cinema assistir a um filme sobre a vida de um guerrilheiro chamado “Marighella”?
Resposta– Porque o filme ensina história. Além disso, é um tremendo entretenimento. Também importante, será uma celebração da liberdade, contra o obscurantismo de quem tentou proibir “Marighella” nos cinemas e procurou eliminar suas pegadas da história do Brasil.
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Kuakuakuakuakua! ‘Democracia’ para este povo é a ditadura de um partido só que o Marighella queria implementar. Kuakuakuakua! Comunista morou dois anos na China. 53 e 54, foi para lá aprender tricot e crochet. Não aparece no filme, por quê será?