Do Juliano Piccoloto. Artigo reflete sobre as questões que envolvem o bem. E o mal
O advogado (e secretário municipal de Transporte, Trânsito e Mobilidade Urbana) Juliano Piccoloto enviou ao site dois artigos. Em ambos, discute as relações entre o bem e o mal. Coloca as expressões, pra lá de subjetivas, no contexto em que vivemos.
Neste domingo, publicamos o primeiro deles. E nesta segunda-feira, você poderá conferir o segundo. Vale a pena ler. A seguir:
Entre o Bem e o Mal
Questão religiosa ou cultural, todos somos levados ao cultivo de princípios morais, delineados pelos valores estabelecidos em nosso meio-ambiente, não por recompensa, mas apenas porque é certo.
Problema é quando este meio-ambiente passa a agir na criação de um sem número de justificações, que acabam por confundir a realidade. Aí então, inexoravelmente, o bem e o mal deixam de ser conceitos dogmáticos e ficam empilhados na prateleira das virtudes descartáveis do homem moderno, tornando-se meras variáveis, subjugadas do preceito para qualquer maldade existe um motivo – e se não existe – se inventa.
Tudo a desculpar as mais insanas atitudes, enfraquecendo-nos em nossas convicções e agredindo nossa qualidade visceral, a inteligência, pois o véu da explicação até pode dissimular o fato, a conseqüência, mas nunca terá a força de disfarçar a intenção, a consciência.
Solução? O enrijecendo os princípios, deixando – o homem – de se auto-enganar, eis que o destino da nossa raça passa pelos valores éticos escolhidos como paradigmas de uma conduta social racionalmente idealizada, não importando a ocorrência de oscilações no comportamento social do indivíduo isoladamente considerado, pois o erro e o dolo são bagagens que o homem médio sempre carregará. O que não se aceita é a transformação, independente se pela política, pela mídia ou por nós mesmos, da exceção em regra.
E por mais avançada a sociedade, continua sendo apenas o somatório de elementos únicos, estes sim com o poder de ditar os princípios e as regras, já que o nascimento das convicções é no homem e não na sociedade. Esta apenas institucionaliza os conceitos, não pode os criar, muito menos modificá-los, sob pena de uma catastrófica e letal inversão de responsabilidades.
Por tudo isso, devemos exercitar a magnífica virtude da autocrítica, através do discernimento e da reflexão, para não nos distanciarmos da realidade dos nossos atos e dos fatos que geramos.
De um jeito ou de outro, este é o único caminho seguro, eis que é diante dessa arriscada viajem, passível de severas repreensões e do mal-estar causado pela culpa, que o travesseiro transforma o homem em seu juiz, até porque, cá entre nós, todos sabemos a diferença entre o bem e o mal.
Juliano Piccoloto – Advogado
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