Bolsa Família. Reajuste para o contingente de 11 milhões de generais eleitorais de Lula
Você já esteve numa fila na Caixa Econômica Federal destinada aos que, entre outros benefícios, recebem o Bolsa Família? Eu, sim. Não para receber a BF, claro, mas por outra razão. Quem também estava na mesma ocasião e no mesmo lugar é o professor Gerson, diretor do Colégio Riachuelo. E ele, tanto quanto este (nem sempre) humilde repórter pode testemunhar a alegria de uma senhora que resolveu um problema e conseguiu o cartão que a habilitava a receber, salvo engano, R$ 60.
O fato registrado no parágrafo acima aconteceu dois ou três meses antes (não lembro exatamente a data) do primeiro turno da eleição presidencial, no ano passado. Foi ali, naquela fila infernal (e qual não é, perguntará você?), que tive a convicção de que Luiz Inácio Lula da Silva conquistaria um segundo mandato. E olha que era época de intenso tiroteio político e midiático contra Sua Excelência.
O Bolsa Família é, sim, um cabo (aliás, general) eleitoral de primeira grandeza. Trata-se, descontadas as fraudes (que elas existem, e são destacadas, embora infinitesimais em relação ao total de beneficiados), de um instrumento único para obtenção de renda de algo como 11 milhões de famílias no Brasil inteiro. E isso faz uma fantástica diferença, inclusive para a economia do País, como é possível observar facilmente nos Estados mais atrasados, notadamente no norte e nordeste do País.
Não é por acaso, então, que as pesquisas apontem imensa popularidade lulista. Do Presidente e de seu governo. Os pobres – ou mais pobres – estão com eles. Como há muitos outros, de variadas classes sociais, e ainda que não majoritariamente, que fecham com Lula. O resultado é que não há apagão aéreo ou escândalo legislativo-executivo capaz de reduzir essa popularidade.
Agora, uma pergunta: o que poderá fazer com que a situação mude, se o Bolsa Família acaba de ser reajustado (o que não acontecia desde 2003) em qualquer coisa parecida como 20%? E mais: como (para os que gostariam que isso ocorresse) derrubar a condição de querido de Sua Excelência se a fronteira da pobreza (e não apenas graças ao BF, por óbvio) foi ultrapassada por quase um quarto dos que estavam nessa condição nos últimos dez anos? Hein?
SUGESTÕES DE LEITURA – confira aqui a reportagem Em dez anos, 27% saíram da pobreza no Brasil, diz Pnud, publicada pela Folha Online, com informações da BBC Brasil.
Leia também a nota Governo reajusta os benefícios do Bolsa Família, do jornalista Josias de Souza, da Folha de São Paulo.
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